domingo, 30 de dezembro de 2007

Atleta brasiliense descansa antes dos jogos de Pequim

Reconhecida por sua seriedade e concentração na hora da luta, a brasiliense Érika Miranda, 20 anos, está animada com seus dias de folga. Fora dos tatames, a sorridente e descontraída Erikinha, como é chamada, aproveita suas férias em casa, ao lado da mãe, Maria Lúcia de Souza e dos irmãos, Yuri e Carol Miranda. Primeira judoca brasileira a garantir uma vaga nos Jogos de Pequim, Érika está radicada em Minas Gerais há dois anos, onde mora e treina no Minas Clube, de Belo Horizonte.

De volta à capital do país, além de curtir o conforto do lar e o estrogonofe da mãe, a atleta irá trabalhar sua parte física ao lado de outros judocas candangos que também passam férias na cidade, como Luciano Corrêa e Ketleyn Quadros, integrantes da Seleção Brasileira de judô.

A número cinco do ranking mundial teve um ano cheio, mas bastante proveitoso. Ela conquistou a medalha de prata no Pan-Americano do Rio de Janeiro, foi campeã dos torneios da Áustria e de Belo Horizonte, ambas etapas da Copa do Mundo de Judô, e, recentemente, faturou a prata no Evento Teste das Olimpíadas, em Pequim. A principal recompensa pela sua dedicação veio em setembro, com a quinta colocação no Mundial de Judô, também no Rio.

Com o resultado, a candanga fez história e carimbou seu passaporte para os Jogos de Pequim. Érika, da categoria meio-leve (até 52kg), foi a primeira judoca brasileira a garantir vaga na Olimpíada. "Assim que eu consegui a vaga vieram me parabenizar. A princípio, a ficha não havia caído, mas quando me dei conta, fiquei muito feliz. Só que a primeira coisa que pensei foi que a partir daquele momento eu teria de trilhar um caminho de preparação ainda mais árduo", conta.

Cursando o terceiro período de Administração, a rotina da atleta é dividida entre a faculdade e os treinos, que duram cerca de três horas e meia, de segunda a sábado. Com presença garantida em Pequim , o principal objetivo de Érika é aprimorar sua técnica. "Nas lutas, sou muito agressiva, gosto de ir para cima. A minha condição física está muito boa, mas preciso ajustar e variar algumas técnicas", revela. Para isso, a judoca treina há dois anos com Floriano Almeida, ex-técnico da Seleção Brasileira Feminina de Judô. Além disso, ela estuda todos os golpes de suas adversárias, a maioria delas velhas conhecidas da brasiliense.

"Este ano levei na raça." A afirmação de Érika se refere às viagens desta temporada. Por causa de treinos e competições, a judoca teve de se deslocar a vários cantos do mundo, como exemplo, França, Áustria, Cuba, Japão e China. Em Brasília, de férias, desde a metade de dezembro e até o próximo dia 13, agora é tempo de "descansar a mente e o corpo".

Promessa de medalha
Depois de aproveitar os cuidados da mãe e a mordomia oferecida em casa, o ritmo tranqüilo dará lugar à correria diária. Na segunda quinzena do próximo mês, a atleta treinará em Portugal e, no início de fevereiro, participará de etapas da Copa do Mundo de Judô. A brasiliense lutará em Paris, no dia 2 de fevereiro, e logo em seguida estará nos tatames da Hungria.

A judoca espera, ainda, uma resposta da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) sobre sua participação nas etapas da Alemanha e da República Tcheca. Antes de embarcar, enfim, para Pequim, Érika voltará ao Distrito Federal. Ontem, a CBJ anunciou que a despedida da equipe olímpica — ainda indefinida, com a confirmação apenas de Érika e João Derly — ocorrerá em Brasília, em julho do ano que vem.

Apesar da data dos Jogos de Pequim ainda estar distante — do dia 8 até 28 de agosto de 2008 — a mãe de Érika já tem passagem comprada para o evento. Já sabe, inclusive, alguns itens básicos que levará na bagagem: apitos, terço, oração para todos os santos e muita disposição. "Vou torcer o tempo inteiro, deixar os chineses perdidos", brinca Lúcia.

Animada com a presença dos três filhos em casa — o caçula Yuri segue os passos da irmã Érika e também treina no Minas Clube — a policial civil mata as saudades dos pupilos. "Praticar judô em Brasília é muito caro. Não temos nenhum apoio. Lá em Minas é diferente, eles têm toda uma estrutura de treinos, moradia, e ajuda de custo para realizar viagens. Sinto falta, mas sei que é preciso estar lá. Quando estão em casa é maravilhoso. Aproveito mesmo. A energia da casa vira outra", explica a mãe coruja.

Admirada com a evolução de Érika no esporte, Lúcia aposta, ainda, em uma medalha olímpica. "Minha filha começou a praticar judô aos 12 anos. Três anos depois já fez resultados expressivos. E tenho certeza de que será a primeira medalhista olímpica", aposta.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Judô feminino está próximo de levar sete atletas a Pequim

Em 2007, no Pan do Rio, a equipe feminina de judô do Brasil superou pela primeira vez a equipe masculina no número de medalhas em uma edição do Jogos Pan-Americanos.

Foram sete contra seis. Já no Mundial, em setembro, no Rio, a expectativa era animadora, mas as meninas do Brasil não conquistaram nenhuma medalha contra quatro dos homens.

Em 2008, os desafios das mulheres serão maiores: conquistar o primeiro pódio olímpico desde o início das disputas femininas do judô, em Barcelona-92, e levar uma equipe completa (sete judocas), o que não aconteceu nas duas últimas edições das Olimpíadas.

"Já temos garantidas seis categorias femininas e perto de garantir a sétima. Temos boas chances de medalhas com a Érika Miranda [até 52kg], Danielle Zangrando [até 57kg], Mayra Aguiar [até 70kg] e Edinanci Silva [até 78kg]", afirmou Ney Wilson, diretor da Confederação Brasileira de Jud

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

FELIZ NATAL!!!

FELIZ NATAL PARA TODOS VOCÊS!

MUITA PAZ E AMOR!!!!

Putin é a estrela de DVD de judo

 presidente russo, Vladimir Putin, é a estrela de um DVD instrutivo de judo que será lançado no início do ano que vem, noticia a BBC.

Putin, o mais famoso cinturão-preto que já passou pelo Kremlin, aparecerá no DVD ao lado do campeão olímpico japonês Yasuhiro Yamashita, segundo informou o próprio líder russo.

«Desportos como o judo ensinam sobre o respeito mútuo. Respeito pelo nosso rival, tendo em conta que o adversário que parece fraco pode criar resistência e até vencer-nos se perdermos a concentração», disse.

O DVD acompanha um manual de judo a sair a público em Janeiro ou Fevereiro de 2008. Numa cerimónia em São Petersburgo, Putin brincou ao comentar a notícia de que Yamashita treinaria a equipe de judocas chineses que participarão da próxima Olimpíada, no ano que vem, em Pequim.

«Que ele venha treinar nossa equipa. Agora os nossos amigos chineses vencerão tudo», afirmou Putin. Há dois anos, ele e Yamashita participaram de uma demonstração de judo em São Petersburgo.

Desde sua eleição, em 2000, que o presidente participa em competições de judo e demonstra as suas habilidades em outros desportos, como o esqui. A imagem contrasta com a de seu predecessor, Boris Ieltsin, que sofria de problemas decorrentes do álcool, e tem resultado junto da população russa. Cerca de 200 mil pessoas praticam o desporto na Rússia, de acordo com a associação russa de judocas

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Presidente da CBJ elogia Lula por apoio ao esporte


Brasília (DF) - O mandatário da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley, elogiou o apoio do presidente Luís Inácio Lula da Silva ao esporte, em um encontro nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), no qual o líder brasileiro, acompanhado do ministro dos esportes, Orlando Silva, recebeu uma delegação de 16 pessoas da CBJ.

O dia começou com Wanderley se reunindo com a direção da Infraero, que patrocina a CBJ desde 2005, para o acerto da renovação do contrato. Logo depois, a delegação do Brasil se encontrou com o vice-governador do Distrito Federal, Paulo Otávio, e em seguida rumaram para o Palácio do Planalto.

Na solenidade Paulo Wanderley agradeceu o governo Lula pelo apoio ao judô e entregou-lhe uma placa de reconhecimento pela realização do Campeonato Mundial de Judô, no último mês de setembro, no Rio de Janeiro (RJ).

"Nunca um Presidente fez tanto pelo esporte brasileiro como Lula", disse Paulo Wanderley.Lula, por sua vez, afirmou que fará o possível para fornecer as condições ideais para o judô brasileiro se preparar para os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim.

Parceria quer construir maior centro de treinamento de judô do Brasil

Uma parceria entre o Ministério do Esporte, a Federação de judô do estado do Rio de Janeiro e o Comando da 1ª divisão do Exército, do Ministério da Defesa, quer construir o maior centro de treinamento de judô do Brasil.

Na sexta-feira, as partes assinam um protocolo de intenções para a realização do projeto, na Vila Militar, em Deodoro, no Rio. O acordo será assinado às 16h, na sede administrativa do Complexo Esportivo de Deodoro.

Segundo a parceria, o Ministério do Esporte vai repassar recursos para a unidade militar responsável pela realização das obras. Depois da construção, o centro será cedido para a à Federação de Judô do Rio, responsável pela manutenção do local.

Segundo Djan Madruga, secretário nacional de esporte de alto rendimento, do Ministério do Esporte, as obras devem ser iniciadas em março de 2008.

"O Complexo Esportivo de Deodoro é um dos legados deixados pelos jogos Pan e Parapan-americanos e reúne as melhores condições para abrigar centros de treinamento de grandes dimensões", diz Madruga, lembrando que o local tem recebido grandes eventos esportivos.

O secretário ainda promete que a utilização dos espaços é uma das metas da secretaria, que busca o aproveitamento dos locais já existentes para a implantação de núcleos e centros de treinamentos em todo o país. "Nesse caso específico, o nosso objetivo é fazer de Deodoro um dos maiores Centros de Treinamento da América Latina", reitera Madruga.

Várias pessoas ligadas ao judô foram convidadas para a assinatura da parceria, como o técnico da equipe olímpica de judô em quatro Olimpíadas, Geraldo Bernardes, e os atletas pré-selecionados para os Jogos de Pequim Flávio Canto, João Gabriel Schlitter, Hugo Peçanha e Leonardo Leite.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Judô brilha na festa do Prêmio Brasil Olímpico

Numa noite de gala, o judô brasileiro fez a festa e por pouco não comemorou a "Tríplice Coroa" no Prêmio Brasil Olímpico, evento organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) no Teatro Municipal do Rio de Janeiro na noite da última segunda-feira. O treinador Luiz Shinohara foi escolhido como o melhor técnico de 2007 pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Victor Penalber venceu como destaque das Olimpíadas Escolares. O campeão mundial Tiago Camilo foi superado pelo nadador Thiago Pereira na votação popular para o Atleta do Ano.

"Estou feliz por 2007 e o prêmio serve como estímulo para mim. Não digo que estou realizado porque isso parecia que encerrei minha carreira. Me sinto realizando meus sonhos da minha vida. Foi um ano perfeito para mim e agora é começar 2008 focado, com a cabeça tranquila. E que seja um ano positivo", disse Tiago.

"Me sinto orgulhoso e feliz, mas este também é um prêmio pelo trabalho da comissão técnica e do COB, que não mediram esforços pelo judô. Neste ano, os atletas ganharam muita confiança e isso é um incentivo para Pequim", afirmou Jun.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Judô se prepara para noite de gala do Prêmio Brasil Olímpico

O judô brasileiro terá uma noite de comemoração nesta segunda-feira, quando acontece o Prêmio Brasil Olímpico. O campeão mundial Tiago Camilo concorre com o nadador Thiago Pereira e o ginasta Diego Hypólito ao troféu de Melhor Atleta de 2007. Os três atletas foram indicados por um colégio eleitoral composto por profissionais do esporte, dirigentes e jornalistas.

O judô nacional, que teve um ano brilhante com 13 medalhas nos Jogos Pan-Americanos e três ouros no Campeonato Mundial, já tem dois prêmios garantidos na festa do esporte brasileiro. O de melhor técnico, com Luiz Shinohara, e de destaque das Olimpíadas Escolares de 15 a 17 anos, com Victor Penalber.
 
"O troféu de melhor técnico do Prêmio Brasil Olímpico é um reconhecimento importante para o judô brasileiro. Tivemos um ano excepcional com um bom desempenho nos Jogos Pan-americanos Rio 2007 e principalmente no Campeonato Mundial, quando superamos todas as expectativas. É uma honra receber esse prêmio, principalmente por vir do Comitê Olímpico Brasileiro, entidade que representa todas as modalidades esportivas do país. Fico extremamente feliz por ter meu trabalho reconhecido e gostaria de dividir essa honra com toda minha comissão técnica. É a premiação máxima que qualquer treinador pode alcançar", comemorou o treinador, há cinco anos no comando da equipe masculina de judô do Brasil.

Em sua nona edição - a primeira ocorreu em 1999, em São Paulo - o Prêmio Brasil Olímpico já se consolidou como a maior festa do esporte brasileiro. Este ano o Prêmio terá como tema central os Jogos Pan-americanos Rio 2007. Outra novidade foi a criação do Troféu Maria Lenk, em homenagem à maior atleta da história da natação brasileira, falecida em 16 de abril passado. O troféu será oferecido este ano a uma atleta que ajudou a construir a história do esporte feminino no Brasil e que represente os valores deixados por Maria Lenk, como espírito de participação e coletividade, civismo e amor ao esporte. Esta premiação segue o mesmo conceito do Troféu Adhemar Ferreira da Silva, instituído em 2001.

Este ano também serão instituídos troféus para os melhores atletas das Olimpíadas Universitárias e das Olimpíadas Escolares. As outras categorias de premiação serão Melhor Técnico, Melhor Atleta Paraolímpico (masculino e feminino), Troféu COI 2007 - Esporte e Promoção do Olimpismo Troféu Personalidade Olímpica do Ano.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Feras do judô em Maceió

 
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Os atletas Carlos Honorato (foto), João Gabriel Schlittler, Vânia Ishii e Edinanci Silva são algumas das estrelas do judô brasileiro que estarão em Maceió neste sábado para participar da sétima edição do Projeto Atleta Solidário. O evento será realizado no Ginásio Tenente madalena, na Cambona, a partir das 8h, sendo solicitada apenas a doação de um quilo de alimento não poarecível, cuja arrecadação será doada a instituições de caridades.

Hoje começa a fase de treino solidário, realizado pela Federação Alagoana de Judô – Faju com o objetivo de arrecadar mais alimentos para o projeto.

Os treinos acontecem até quinta-feira, das 14 às 19h30, no Ginásio do Colégio Batista Alagoano A cada dia de treino o atleta de qualquer clube precisa levar 1 kg de alimento não perecível. O treino é comando pelo diretor técnico da federação, prof. Julio Edgard.

A festa de encerramento, que marcará o congraçamento dos participantes, será no domingo no Maikai Show Bar.  .

domingo, 9 de dezembro de 2007

Luciano Correa é bronze na Jigoro Kano

Medalha de ouro no Campeonato Mundial do Rio de Janeiro e no Pan 2007, Luciano Corrêa (-100kg) conquistou o bronze na Copa Jigoro Kano, neste domingo, no Japão. Já João Gabriel (+100kg), perdeu a disputa do terceiro lugar e terminou na quinta colocação.

Com este resultado, o saldo do Brasil na Copa Jigoro Kano 2007 é de dois bronzes, já que no último sábado Pedro Guedes terminou em terceiro entre os leves (-73kg). Desde 1996 que o país não conquistava uma medalha na tradicional competição japonesa.

Campo-grandense ganha ouro com judô no Chile

 

A judoca campo-grandense Ana Carla Grincewicus, do Colégio Sealp, conquistou nesta quinta-feira (dia 6), em La Serena, no Chile, a medalha de ouro nos Jogos Escolares Sul-Americanos.

A conquista é inédita para o judô de Mato Grosso do Sul, como revelou agora há pouco ao Midiamax o vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô e presidente da Funesp (Fundação Municipal de Esporte) professor João Rocha.

Segundo ele, o judô brasileiro garantiu até agora na competição seis medalhas de ouro. A disputa na modalidade é a primeira a ser encerrada nos Jogos Escolares Sul-Americanos que prosseguem até este domingo (dia 9). Campo Grande ainda participa das disputas do  atletismo e do tênis de mesa. 

sábado, 8 de dezembro de 2007

Treinamento de força no judô


Nas competições atuais, o alto nível do judô é resultado do desenvolvimento das habilidades técnicas, táticas e psicológicas apoiadas pelas capacidades motoras condicionadas – resistência cardiovascular-respiratória, força muscular e flexibilidade, principalmente. 1 O rendimento inadequado dessas capacidades pode interferir na organização dos movimentos que dependem de habilidade e capacidade de coordenação.

A força é uma qualidade muscular que se manifesta de maneiras distintas em função das necessidades da ação. A manifestação ativa da força é composta pelas forças: máximas, rápida e resistente. 11

Pulkinen, 3 considera a força como o principal componente do sucesso na execução técnica de um dado movimento, entre as demandas físicas requeridas durante o combate do judô.

A força demonstra a sua importância, durante o combate, nos momentos iniciais de desequilíbrio que antecedem a execução da técnica ( kuzushi ), onde a passagem da contração estática para a dinâmica, em máxima velocidade, é fator tático contra o adversário; ou ainda quando, previamente ao kusushi , é realizado um deslocamento ( shintai ). O aproveitamento do momento de menor resistência do corpo para executar uma puxada com a máxima força e velocidade, 4 caracteriza o princípio da máxima eficiência na utilização energética, prerrogativa conceitual dos princípios do Judô defendido por Jigoro Kano. 5,6

Entretanto, quais programas de treinamento de força contra-resistência potencializariam ações técnicas no judô?

Tomando como ponto de partida os tipos de ações que o músculo realiza, os modelos de treinamento existentes apresentam propostas de ganhos de força através de exercícios contra-resistência de características isométricas, isotônicas e isocinéticas (concêntrico-concêntrico ou concêntrico excêntrico).

Como pôde ser observado, a musculação tradicional passa a servir de referência para a maioria das pesquisas sobre força contra-resistência. Da mesma forma ela tem sido utilizada como meio de treinamento para obtenção da força requerida pelos judocas.

Lembrando que no judô as manifestações e ações musculares agem em uma constante sobreposição e que procedimentos diferentes de treinamento de força – isométrica e isocinética, por exemplo – são caracterizados pela alta especificidade dos efeitos – onde o treinamento isométrico aumenta a força estática enquanto o isocinético aumenta a força dinâmica (17) – poderíamos supor que outros meios poderiam ser empregados no treinamento promovendo, conseqüentemente, melhoras substanciais da força em judocas.

No trabalho apresentado por Baker, 18 com Levantamento de Peso Olímpico, foi avaliado que os movimentos pertinentes à modalidade incrementam mais a altura do salto vertical do que os outros meios de treinamentos de força.

Tendo em vista as características multiarticulares, intra e inter-musculares e de alta velocidade encontradas nos movimentos de arranco e arremesso, poderíamos supor que tal meio pode vir a influenciar na eficácia das técnicas individuais de judocas pelo aumento da ação muscular requerida.

Toda adequação do treinamento físico deve ser realizada em função dos objetivos da modalidade que é praticada e com a fase de treinamento . A maioria dos meios e métodos propostos para judô não respeita as formas específicas de manifestação da força durante um combate e, menos ainda, as fases em que cada uma poderia ser explorada, de tal forma que devemos considerar que, em atletas com nível avançado, o correto emprego metodológico de treinamento contra-resistência poderia resultar na potencialização das técnicas de projeção.

O Judô, enquanto atividade humana de representatividade mundial, ainda apresenta muitas lacunas que, por muitas vezes, só servem pra aguçar nosso desejo em buscar mais conhecimento. As comunidades científicas e práticas têm um vasto campo a ser explorado e, para isso, devem unir-se na criação de mecanismos interativos e, assim, contribuir efetivamente para o desenvolvimento desse esporte.

Este á apenas um resumo do assunto, o artigo na íntegra com as devidas referências encontra-se dísponível em formato .pdf na seção Biblioteca ( clique aqui!).
 

Nutrição e as nesessidades especiais dos judocas

NUTRIÇÃO E AS NECESSIDADES ESPECIAIS DOS JUDOCAS
por Guilherme Artioli e S érgio Oliveira

Os atletas têm, em geral, necessidades nutricionais diferentes das outras pessoas. Tais necessidades podem variar de acordo com a modalidade, com o regime ou fase de treinamento e com o calendário de competições.

No judô, assim como em outras modalidades de combate, as competições são divididas em categorias de peso, com o objetivo de equilibrar as disputas. Todavia, é muito comum que atletas reduzam significativa quantidade de peso poucos dias antes das competições para lutar em uma categoria mais leve 1 . Os métodos geralmente utilizados para diminuir o peso são: restrição alimentar e hídrica severas, uso de agasalhos durante o treino, aumento do volume do treinamento e até ingestão de diuréticos e laxantes ou indução de vômitos 2 . Apesar dessas práticas serem perigosas à saúde dos atletas, muitos as iniciam de forma bastante precoce, aproximadamente aos 14 anos de idade 3 .

Para manter um estado de nutrição adequado, basta que o atleta consuma uma dieta equilibrada em termos de macronutrientes, ou seja, basta que ele consuma cerca de 60% do total de calorias ingeridas de carboidratos, 15% de proteínas e 25% de gorduras. Os micronutrientes (vitaminas e minerais) também devem ser consumidos de acordo com as recomendações diárias de ingestão.

Os atletas devem, contudo, estar atentos ao peso corporal e à composição corporal durante toda a temporada , de modo que não seja necessário reduzir grande quantidade de peso antes das competições. Para tanto, o total de calorias ingeridas deve ser muito bem controlado.

Em vista disso, é extremamente aconselhável que os atletas procurem a orientação de nutricionistas, pois somente esses profissionais estarão aptos a prescrever uma dieta adequada em termos de quantidade de calorias e micronutrientes, e distribuição dos macronutrientes.

Caso seja realmente necessário reduzir o peso para uma competição, recomenda-se que não se reduza quantidade superior a 2% do peso corporal 4 , e que a redução seja gradual (i.e, máximo de 1 kg por semana) 5 . Durante o período de diminuição do peso, a dieta deve ser muito rica em carboidratos, com o consumo superior a 60% do total de calorias ingeridas 5 , e o consumo de aminoácidos de cadeia ramificada pode evitar a perda de massa magra e auxiliar a perda de gordura 6 . Se houver um lapso de tempo entre a pesagem e o início da competição, o atleta deve consumir apenas carboidratos durante esse período, pois esse procedimento acelera a recuperação do desempenho anaeróbio 7 . A ingestão de 320 g de glicose combinada com 30 g de creatina também pode auxiliar o retorno do desempenho aos valores normais após a pesagem 8 .

É preciso, entretanto, reforçar a idéia de que os atletas devem lutar em categorias que, de fato, condigam com sua estrutura física. Caso contrário, o judoca que quiser manter seu peso próximo ao limite da categoria terá que consumir uma dieta muito aquém de suas necessidades energéticas. Isso pode levar à queda no desempenho e a traços de desnutrição 9,10 . Ou então, caso o atleta decida reduzir o peso a poucos dias da competição, ele terá de utilizar métodos de perda rápida de peso, e estará sujeito aos seguintes problemas: 1) alteração na concentração de alguns hormônios, como aumento do GH e diminuição da testosterona 9 , 2) diminuição do fluxo sangüíneo renal e do volume de filtração sangüínea nos rins 11 , 3) aumento da perda de eletrólitos 12 , 4) diminuição da atividade do sistema imunológico 13 , 5) interrupção temporária do crescimento 14,10 , 6) piora do estado de humor 15 , 7) queda de eficiência do sistema cardiorrespiratório 16 , 8) redução do conteúdo e da taxa de utilização do glicogênio muscular 17,18 , 9) aumento da temperatura corporal e dificuldade de termorregulação 19 , e 10) diminuição significativa de diversos parâmetros do desempenho 17,20,21,22 .
 

Guedes entra para a história do judô do país


Mesmo sem os campeões mundiais João Derly e Tiago Camilo, machucados, o judô masculino voltou a brilhar neste sábado. Novato na seleção, o peso leve Pedro Guedes ficou com a medalha de bronze em uma das mais tradicionais competições da modalidade, a Copa Jigoro Kano, disputada no Japão. Esta foi a primeira medalha do país e apenas a sétima na história do torneio, que já teve as medalha de bronze de Henrique Guimarães (1996), Fulvio Myata (1996), Douglas Vieira, Aurélio Miguel, Rogério Cherobim (1986) e o ouro de Sérgio Pessoa (1986).

Na disputa do bronze, Pedro passou pelo japonês Yusuke Kanamuru com um koka no golden score, prorrogação em que o primeiro lutador que pontuar fica com a vitória. Para chegar à disputa do terceiro lugar, Pedro primeiro venceu o eslovaco Filip Soska, depois passando por Shokrl Muminov, do Ubequistão. No terceiro combate, porém, Guedes foi derrotado pelo japonês Masahiko Otsuka, indo para a repescagem. No caminho para o bronze, o brasileiro venceu o mongol Sayn Nyam-Ochir e superou o japonês Masato Inazawa, antes de decidir a medalha contra Kanamuru.

Os demais brasileiros não medalharam e o destaque foi a jovem Mayra Aguiar, da categoria médio (-70kg). Mayra ficou com a sétima colocação. Hugo Pessanha (-90kg) e Danielli Yuri (-63kg) foram eliminados nas primeiras lutas e não obtiveram colocação.

Na estréia da equipe brasileira, na última sexta, Charles Chibana, da categoria ligeiro, venceu por WO o holandês Ruben Houkes, na primeira rodada e, em seguida, o judoca de Macau Fushuko Nagata, por ippon. Na terceira luta, Chibana perdeu para o francês Cyril Soyer e na repescagem sofreu mais uma derrota, desta vez para o atleta japonês Fukuoka Masaaki. Já no pesado feminino, Priscila Marques perdeu a primeira luta para a japonesa Mai Tateyama e, na repescagem, foi superada pela francesa Anne Mondiere.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Revelação brasileira no Judô será homenageado no Prêmio Brasil Olímpico

Classificado para a fase final do projeto olímpico para Pequim 2008, o carioca Victor Penalber, uma das revelações do judô brasileiro, será homenageado no Prêmio Brasil Olímpico como destaque masculino das Olimpíadas Escolares concedido pelo COB.

Num ano no qual o judô verde-amarelo fez história nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e no Campeonato Mundial do Rio, Victor, de 17 anos, será o segundo judoca em destaque na principal premiação do esporte brasileiro. O campeão mundial Tiago Camilo concorre ao prêmio de melhor atleta do ano.

Seleção de judô vai ao Japão sem Derly e Polzin

A seleção brasileira de judô embarca para o Japão na próxima segunda-feira, para a Copa Jigoro Kano, sem João Derly e Daniela Polzin. Lesionados e ainda em recuperação, os dois judocas foram poupados do torneio, que é um dos mais tradicionais do esporte.

No total, são esperados 78 países para as lutas que vão de 7 a 9 de dezembro. A seleção brasileira de judô será representada no evento por Charles Chibana (-60kg), Pedro Guedes (-73kg), Tiago Camilo (-81kg), Hugo Pessanha (-90kg), Luciano Correa (-100kg), João Gabriel Schlittler (+100kg), Érika Miranda (-52kg), Danielle Zangrando (-57kg), Danielli Yuri (-63kg), Mayra Aguiar (-70kg) e Priscila Marques (+78kg).

"Lutar uma competição de judô na Japão é para um judoca a mesma sensação que um jogador de futebol sente ao disputar uma partida de futebol no Maracanã. É o país onde nosso esporte surgiu e, com certeza, será um evento especial", diz Hugo Pessanha.

João Gabriel Schlittler, que venceu o japonês Kosei Inoue no Campeonato Mundial do Rio de Janeiro, já ficou bastante conhecido no Japão. A imprensa daquele país veio ao Brasil em outubro conhecer e acompanhar o dia-a-dia do brasileiro que havia derrotado na disputa da medalha de bronze o campeão olímpico e tricampeão do mundo.

"Foi curiosa a reação dos japoneses. Tenho certeza de que muita gente lá estará curiosa para me ver lutar. Com certeza seria incrível uma nova luta com o Inoue no Japão. O ano foi muito puxado, mas valeu à pena. Ter medalhado nos Jogos Pan-Americanos e no Mundial será sempre inesquecível", diz João Gabriel.

A Copa Jigoro Kano encerra a temporada 2007 do judô brasileiro. Neste ano, o Brasil conquistou 13 medalhas nos Jogos Pan-Americanos, três ouros no Campeonato Mundial do Rio de Janeiro e um bronze, a prata no Campeonato Mundial de Equipes disputado na China e a conquista da Super Copa do Mundo de Hamburgo pela equipe feminina.