segunda-feira, 30 de abril de 2012

Regras do judô em imagens


REGRAS 1

O grande objetivo é marcar um ippon, o golpe perfeito que leva o adversário a cair com as costas no tatame ou quando é imobilizado por 30 segundos, ganhando dois waza-ari, que determinam meio ponto.

Não são permitidos chutes ou socos.

Um waza-ari pode ser ganho quando o oponente cai apenas com uma parte das costas no chão, quando um lutador imobiliza o oponente por 25 segundos ou quando o oponente é punido (keikoku).

Se o tempo acabar sem que um dos atletas tenha conseguido o ippon, então o árbitro concede a vitória ao lutador que acumulou mais pontos.

REGRAS 2

Regras do Judô

REGRAS 3

Regras do Judô

REGRAS 4

Regras do Judô

REGRAS 5

Regras do Judô

Fonte: www.terra.com.br

Mayra Aguiar, judoca brasileira



Mayra Aguiar da Silva (Porto Alegre, 3 de agosto de 1991) é uma judoca brasileira.

Atleta da SOGIPA de Porto Alegre, nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro 2007 obteve a medalha de prata na categoria de até 70 kg. Nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 disputou a categoria de até 70 kg, sendo derrotada já na primeira luta.

Em 2010 recebeu a medalha de prata na categoria até 78kg no Campeonato Mundial de Judô de 2010 realizado em Tóquio e foi eleita atleta da década pela Federação Gaúcha de Judô. Já no ano de 2011 Mayra foi medalha de Bronze no Mundial realizado na França.

No ano de 2012 ganhou o Grand Slam de Paris na categoria até 78 kg, superando a norte-americana Kayla Harrison da final. A vitória colocou a atleta no primeiro lugar do ranking mundial da categoria até 78 kg. Mayra também foi ouro no Pan-americano de Judô em sua primeira disputa como lider no ranking mundial.

http://globoesporte.globo.com/Esportes/foto/0,,15224973-EX,00.jpg







sábado, 28 de abril de 2012

Judô brasileiro ganha 5 de ouro e 3 de bronze no Canadá



A seleção brasileira de judô teve um começo arrasador no Campeonato Pan-Americano, nesta sexta-feira, em Montreal, no Canadá. O Brasil conquistou oito medalhas nas oito categorias disputadas no primeiro dia de competição, sendo cinco de ouro (Rafael Silva, Renan Nunes, Leandro Guilheiro, Mayra Aguiar e Maria Portela) e três de bronze (Eduardo Bettoni, Maria Suelen Altheman e Mariana Silva). Neste sábado, outros seis judocas entram em ação.

O título no Pan-Americano foi especialmente importante para Maria Portela. Com a medalha de ouro, ela garantiu a classificação para Olimpíada na categoria até 70kg. "Assegurar a vaga olímpica ganhando o Pan e vencendo a cubana (Onix Cortes Aldama) e a colombiana (Yuri Alvear), sem dúvida, é uma motivação a mais", comemorou a ginasta gaúcha. "A vaga foi suada e conquistada nos últimos meses do ciclo. Teve um sabor especial. Batalhei muito para isso."

Favoritos à medalha na Olimpíada de Londres - ambos são líderes do ranking mundial em suas categorias -, Leandro Guilheiro e Mayra Aguiar também conquistaram ouro no Pan-Americano. "Tenho três meses para melhorar todos os aspectos do meu judô até a Olimpíada", afirmou o judoca do peso até 81kg. "Estou fazendo tudo certo. A cada medalha que conquisto vejo que o sonho de subir ao pódio olímpico é real", avaliou a atleta do meio-pesado (até 78kg).

terça-feira, 24 de abril de 2012

Fotos de Leandro Guilheiro, judoca brasileiro

http://www.jblog.blogger.com.br/LeandroGuilheiro.jpg

http://www.abril.com.br/imagem/leandro-guilheiro-judo-olimpiadas-pequim-2008-judo.jpg

http://esportes.r7.com/blogs/rogerio-sampaio/files/2010/09/Leandro-Guilheiro-blog.jpg

http://www.buganet.com.br/esportes/pan/Leandro%20Guilheiro.jpg

http://leandroguilheiro.blog.uol.com.br/images/COB11.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7_TvcOXityFrMRWKYgWTTahTClp3bjTZOUKFGxnKDX_mDffM5AN8WjnuV-M8Y70UsPzrzG_vUmKDlm1PXK6d2eypxdGyhJMxfUl93jLzwE9fFCtWwo2tvu9cDNptYYKjquAYk4g1CJsBx/s400/0,,15277017-EXH,00.jpg

Leandro Marques Guilheiro (Suzano, 7 de Agosto de 1983) é um judoca brasileiro.

Nasceu em Suzano mas foi radicado em Santos, onde vive até hoje. Conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004.[1] Foi medalha de prata no Pan do Rio de Janeiro em 2007.[2] Nos Jogos de Pequim em 2008 ele conquistou sua segunda medalha olímpica de bronze.[3]

Em 2010, Guilheiro ganhou a prata no Mundial de Tóquio, em outra categoria, a até 81 kg

terça-feira, 3 de abril de 2012

Professor e técnico, Honorato prevê quebra de jejum do judô

Carlos Honorato conquistou uma medalha de prata em Sydney 2000. Foto: Klaus Richmond/K.R.C. DE MELO & CIA. LTDA - ME

Carlos Honorato absorveu a lição de quase oito anos atrás. Então medalhista de prata na Olimpíada de Sydney, em 2000, chegou em Atenas 2004 como favorito, declarando não se contentar com menos do que uma medalha de ouro. Perdeu para a apatia e para o "esquecimento" de patrocinadores.

Atualmente professor de projeto social e técnico de uma projeto futuro do Governo, Honorato aconselha a atual geração a não cometer o mesmo equívoco de outrora - preterir treinos para tentar angariar patrocínios -, mas já prevê o fim de um jejum de 20 anos desde a conquista de Rogério Sampaio, em Barcelona.

"Acabei deixando muitas vezes de treinar para buscar um patrocínio. Hoje, aconselho evitar isso, se organizar para que não sobre lá na frente. O Brasil tem muito potencial. Acho que essa Olimpíada vai mostrar a força do judô brasileiro. Temos 14 atletas com chances reais de medalha, acredito que teremos nas três cores (ouro, prata e bronze)", afirmou, ao Terra.

Nascido e criado em São Paulo, o judoca passou de surpresa em Sydney, aos 25, para chegar a Atenas com importantes conquistas pessoais: bronze no Mundial do Japão e nos Jogos Pan-Americanos, ambos em 2003. Antes, no entanto, um hiato. Em 2002 passou a ficar longe da Seleção Brasileira e pensou em encerrar a carreira precocemente.

"Estava mal comigo mesmo. Acabei participando de um Sul-Americano e fui eliminado tropeçando. Pensei que precisaria fazer algo diferente. No ano seguinte fui medalhista no Pan e consegui vaga para a Olimpíada. Foi o meu divisor de águas", contou.

O atleta defendeu por 14 anos São Caetano e, por diminuição da verba para esportes, acabou se desligando para a cidade. Hoje treina pessoalmente a defesa de Maria Suellen Althemann, também pouco conhecida, mas que pode absorver o mesmo fator surpresa que fez Honorato chegar à prata em Sydney.

O ex-medalhista diz que ainda sonha com o "golpe da vida", um ippon na Olimpíada de 2000, segundo Honorato aplicado contra um japonês, nas oitavas de final da competição. "Até hoje as pessoas querem que eu explique como apliquei. Foi o golpe da minha carreira".

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Aritgo: Níveis de atenção concentrada em atletas de judô





O Judô é um esporte praticado no mundo todo, e atletas do Brasil estão atualmente entre os dez primeiros no novo ranking mundial, que foi atualizado com os resultados do Grand Slam de Paris, segundo a divulgação pela Federação Internacional de Judô (2011). Por muito tempo o judô foi reconhecido como prática que transcendia o caráter competitivo e buscava três finalidades: desenvolvimento físico, desafio intelectual e treinamento moral. No entanto, o que se encontra na atualidade são o incremento na vertente competitiva e uma crescente participação de vários profissionais (nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, educadores físicos, entre outros) que, numa perspectiva transdisciplinar, colaboram no aperfeiçoamento dos atletas.

Jigoro Kano deixou um princípio que refere o judô como o "uso mínimo de força para um máximo de eficiência" (VIRGÍLIO, 1994). Pensando por esse prisma é importante entender o funcionamento físico e mental desses sujeitos, para que, associado à técnica do judô se tenha um aumento nessa eficiência.

Especificamente sobre o judô se reforça a idéia de que algumas capacidades motoras são importantes para seu desempenho, dentre as quais a discriminação postural e o equilíbrio dinâmico, além da coordenação multimembros e da orientação e integração da resposta. Esses atletas precisam ter controle eficiente do próprio equilíbrio, pois as técnicas do esporte são estruturadas nos repetidos deslocamentos e estímulos externos inesperados impostos pelo oponente, e o objetivo maior é desequilibrá-lo e derrubá-lo.

Motta e Santos (1991) referem que, durante a competição o sujeito que tiver maior capacidade de prestar atenção, ou seja, selecionar as informações mais importantes, tem mais chance de vitória no confronto. Desta forma é possível entender que, atletas que processam mais informações de maneira mais eficaz, têm maiores possibilidades de alcançar um melhor desempenho, por isso o presente estudo procurou medir a atenção e percepção presentes nos atletas de alto rendimento do judô no Brasil.



Sobre o judô



O judô foi criado por Jigoro Kano em 1882. Esta arte marcial caracteriza-se por um grande número de técnicas e bases filosóficas, de grande valor na formação do indivíduo. Atualmente, é uma das modalidades esportivas que apresenta grande adesão, principalmente entre os jovens. Esse fenômeno pode ter sido impulsionado pelas conquistas olímpicas de atletas brasileiros, bem como pelas decorrentes divulgações em mídia televisiva, mostrando as participações internacionais da equipe brasileira nas últimas décadas.

Segundo Virgílio (1994) o mestre fundador do judô – Jigoro Kano – era um jovem graduado em filosofia, de físico franzino, não possuía as condições físicas para a prática da maioria dos esportes, porém encontrou-se com o Jiu-Jitsu e, adaptando e compensando com sua inteligência e força de vontade, criou o Judô para que todos pudessem usufruir desta prática esportiva – desde as crianças até os idosos. Percebeu que suas técnicas poderiam auxiliar de modo importante na educação e preparação dos jovens, pois oferecia a melhoria no autodomínio para superar suas próprias limitações. Com esse objetivo, criou em 1882 a sua própria escola, denominada Judô Kodokan que se destinava à formação e preparação integral do homem através das atividades físicas de luta corporal e do aperfeiçoamento moral, sustentada pelos princípios filosóficos.

O judô participou pela primeira vez de uma Olimpíada em Tókio no ano de 1964, porém apenas em 1972 se estabeleceu definitivamente dentro da competição quando se fez a divisão em quatro categorias (absoluto, pesado, médio e leve). Em 1954 foi realizado o primeiro Campeonato Brasileiro e, logo em seguida em 1956 ocorre o primeiro Campeonato Mundial, quando o Brasil teve sua primeira participação internacional. Fazendo deste país um participante ativo da história mundial do judô como esporte de competição (VIRGÍLIO, 1994; MARQUES et al, 2008; FPJ, 2011).

Jigoro Kano ao desenvolver sua técnica teve o cuidado com a integridade física do atleta. Eliminou técnicas perigosas e como era impossível não ocorrer quedas - efeito normal dos golpes de arremesso - aprimorou técnicas que diminuem consideravelmente os possíveis acidentes. O UKEMI (formas de cair ou ser projetado) auxilia no senso de equilíbrio e proteção, mesmo no caso de uma queda fora do tatame suas conseqüências são bem menores. Uma das características do judô é a alternância de intensidade nos movimentos que o atleta realiza: movimentos de alta intensidade durante curtos períodos de tempo. É subdividido em TATI-WASA (luta em pé cujo objetivo é projetar o adversário ao solo) e NE-WASA (luta no solo que tem como objetivo vencer o adversário com imobilizações, chaves de braço e estrangulamentos) (KANO, 2009; VIEIRA; FREITAS, 2007).

Nota-se nos tempos atuais que, cada vez mais os atletas procuram aperfeiçoar sua técnica buscando subsídios em diversas disciplinas que contribuem na sua área de atuação. Conhecimentos acerca de nutrição, fisiologia e psicologia permitem um melhor preparo visto que um dos objetivos desses competidores de alto nível de rendimento é estar entre os primeiros de sua categoria.

O reconhecimento da importância de aspectos psicológicos no âmbito do esporte de alto nível colabora para que se investigue cada vez mais sobre as variáveis emocionais e comportamentais que atuam no rendimento dos competidores.

Alguns estudos têm objetivado caracterizar os atletas de judô, principalmente os que estão em alto nível de competitividade, porém pouco referencial se encontra acerca especificamente dos níveis de atenção e percepção encontrados nesses sujeitos. Segundo Franchini (2010), dentre algumas variáveis que têm sido abordadas, são mais relevantes: potência e capacidade aeróbia potência e capacidade anaeróbia, capacidade de repetição do desempenho intermitente de alta intensidade, a força em suas diferentes manifestações e flexibilidade.



Atenção concentrada



A psicologia pode auxiliar no entendimento do funcionamento mental dos atletas, tendo em vista que um dos princípios do judô é o uso mínimo de força para o máximo de eficiência. É possível pensar que, quanto maior a capacidade de prestar atenção, maior a chance de se vencer o oponente, ou seja, os que processam mais informações de modo mais eficaz têm maior probabilidade de apresentar um melhor desempenho.

A atenção corresponde a uma série de processos que levam à seleção no processamento de certas categorias de informações, em outras palavras pode-se dizer que é o termo que se refere aos mecanismos pelos quais se dá tal seleção (HELENE; XAVIER, 2003).

Segundo Weinberg e Gould (2008) concentrar-se significa manter o foco de atenção nos sinais ambientais importantes. Se o ambiente se modifica, o foco também deve sofrer alterações, bem como pensamentos sobre fatores irrelevantes podem aumentar o número de erros na competição. Ao definir o conceito de concentração destacam-se três elementos importantes: focalização de estímulos relevantes, manutenção do nível de atenção durante determinado tempo e conscientização da situação.

Rützel apud Samulski (2002) define o conceito de "atenção como um processo seletivo: a percepção e imaginação interna são dirigidas, focalizadas, fixadas e concentradas simultaneamente a um estímulo específico, ou seja, a conteúdos do pensamento e da imaginação" (p.80). A concentração não é um fenômeno de tudo ou nada, ou se concentra ou não, porém foram realizadas pesquisas onde se descobriu que diferentes tipos de focos de atenção são apropriados para determinadas atividades e esportes específicos. Entende-se o foco de atenção a partir de duas dimensões: amplitude (amplo ou estreito) e direção (interno ou externo) (WEINBERG; GOULD, 2008).

O foco do tipo amplo permite que o sujeito perceba diversas ocorrências ao mesmo tempo, importante em esportes em que o atleta precisa ter consciência de que o ambiente muda rapidamente (ex. futebol). O foco do tipo estreito acontece quando se responde a apenas um ou dois sinais (ex. golfista numa tacada). O foco do tipo externo direciona a atenção externamente para um objeto (a bola), o foco do tipo interno é dirigido ao interior – pensamentos e sentimentos (WEINBERG; GOULD, 2008).

De acordo com Duschek, Matthias e Schandry (2005), encontram-se as seguintes funções no processo da atenção: o alerta, a atenção concentrada, atenção dividida e a atenção sustentada. O estado de alerta é o estado físico e mental generalizado de prontidão para que o sujeito possa responder aos estímulos significativos. Pode ser dividido em um estado geral de vigilância e num componente que reflete o aumento repentino da vigilância quando aparece um sinal de advertência que precede a um evento relevante.

A atenção concentrada é a habilidade de selecionar a informação importante de uma fonte ou de excluir um tipo de informação desnecessária. A atenção dividida é a habilidade de responder ao mesmo tempo a mais de uma tarefa ou estímulo. E por fim a atenção sustentada envolve uma resposta comportamental consistente por um período mais longo, durante a atividade contínua e repetitiva (DUSCHEK, MATTHIAS; SCHANDRY, 2005).

No caso da atenção sustentada, Duschek, Matthias e Schandry (2005) referem que esta é a habilidade para continuar focando em um aspecto durante um período quando a carga de estímulos exige muita concentração, ou os eventos não são freqüentes exigindo um tipo de vigilância diferente da atenção dividida. Já no caso da atenção dividida, se entende como sendo a habilidade para processar alguns "inputs" enquanto excluem outros, ou os processa em níveis diferentes.

Entre os estudos realizados para avaliar a habilidade de atenção um foi desenvolvido por Nideffer (1976) apud Weinberg e Gould (2008): o Teste de Atenção e Estilo Interpessoal (TAEI), ele possui dezessete escalas, sendo que seis medem estilo de atenção (as outras medem estilo interpessoal e controle cognitivo). Como é um teste que avalia o traço de forma generalizada pelo qual o sujeito presta atenção ao ambiente, tem limitações no seu uso para avaliação de níveis de atenção em atletas, pois não considera fatores situacionais, nem tampouco estilos de atenção específicos esperados de cada modalidade esportiva.

Stefanello (2007) define que a chave para se alcançar uma atuação eficaz está na capacidade para controlar os processos de pensamento e conseguir concentrar-se numa ação, selecionando o que for relevante para realizar sua tarefa e excluindo os estímulos e informações que não forem pertinentes.

Conforme Weinberg e Gould (2008) os atletas que se tornam mais experientes, ou seja, com mais tempo de prática em determinada habilidade, podem passar de um controle mais consciente para um controle mais automático do processo de atenção seletiva. Os autores entendem atenção seletiva como processo de deixar alguma informação dentro do sistema de processamento de informação enquanto outros estímulos são analisados ou ignorados.



Metodologia



Esse estudo tem como amostra 69 atletas de alto rendimento do judô com idade entre 15 e 28 anos de idade, sendo 33 do sexo feminino e 36 do sexo masculino. Os sujeitos foram escolhidos aleatoriamente entre os que participaram da competição de judô Troféu Brasil, que ocorreu nos dias 25 e 26 de setembro de 2010, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Os atletas deste estudo são de alto nível, pois participam de competições nacionais e até internacionais, e possuem bastante experiência na prática do judô competitivo.

A maioria da amostra estudada é do sexo masculino, 52,2%; enquanto encontra-se 47,8% do sexo feminino, quanto a escolaridade, 45,1% possui e ensino superior incompleto, seguido de 38,5% que cursa o ensino médio e 16,4% que já concluiu o ensino superior. Quanto ao estado de origem a amostra caracteriza-se como sendo de atletas em sua maioria do estado do Rio Grande do Sul (59,4%). Seguido de outros estados brasileiros: São Paulo (11,5%), Rio de Janeiro (10,4%), Minas Gerais (8,7%), Santa Catarina (7,2%) e Bahia (2,8%). Com relação ao tempo de prática, os atletas referem ter no máximo 19 anos de prática e no mínimo 5 anos, sendo a média de 12,14 anos de prática de judô. A maioria da amostra tem entre 11 a 15 anos de prática, sendo encontrado o percentual de 44,93%.

O instrumento utilizado para avaliação foi o Teste Balbinotti de Rapidez e Exatidão de Percepção de Praticantes de Atividades Físicas e/ou Esportivas (TBREP) (imagens de pessoas em atividades físicas e/ou esportivas) Forma A (BALBINOTTI, 2008). Também foi realizado um questionário para levantamento de dados acerca de idade, sexo, estado de origem e tempo de prática do judô. A aplicação do instrumento se deu de forma individual e todos os participantes assinaram ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.



Apresentação e discussão dos dados



Para poder realizar a análise dos dados encontrados, apresenta-se a seguir (ver Tabela 1), o número de acertos, omissões e erros. São apresentados para cada um destes parâmetros a média, desvio padrão, escorre mínimo e máximo.

Tabela 1. Distribuição de acertos, erros e omissões



Conforme o exposto na Tabela 1, o número máximo de acertos foi 133, sendo o mínimo 38 acertos, resultando numa média de 71,10 acertos e o desvio padrão foi 19,288. Esse aspecto diz respeito à rapidez com que o atleta consegue identificar os estímulos. A velocidade que cada um apresenta pode interferir numa tomada de decisão no momento da luta, pois a partir da captação de informação o sujeito vai planejar e controlar seu comportamento. Quanto mais rápido for esse processo mais rápido tem condições de fazer o golpe para derrubar o adversário.

Em relação ao número de erros o máximo foi 55, o mínimo 0 (zero), apresentando uma média de 8,14 erros e desvio padrão de 11,055. Nesse ponto se pode avaliar a exatidão da percepção, ou seja, se considera a qualidade da percepção. Muitos erros implicam em uma percepção inexata, portanto o atleta reconhece e entende como sendo correto um estímulo que não é.

O sujeito que conseguiu completar o teste sem apresentar erros possui uma condição de responder com maior precisão ao estímulo recebido. Já o atleta que cometeu 55 erros possui maior dificuldade em reconhecer e interpretar as informações recebidas. Num hipotético encontro dos dois no tatame para competir, a probabilidade do sujeito que não cometeu erros no teste ser mais eficiente no que diz respeito ao processo de atenção é maior e, possivelmente levaria vantagem sobre seu oponente.

Observando a tabela 6 o número máximo de omissões foi 54, o mínimo 0 (zero), com uma média de 9,32 omissões e desvio padrão de 11,205. Em relação às omissões apresentadas pode-se analisar a qualidade da percepção assim como no caso dos erros, quando omite uma resposta o atleta demonstra que não reconheceu um estímulo que deveria reconhecer.

Comparando os dados, a média de acertos: 71,10 é mais alta que as médias encontradas de erros e omissões: 8,14 e 9,32 respectivamente, evidenciando que os atletas de judô apresentam um alto nível de rapidez e exatidão de percepção. Um estudo utilizando o mesmo instrumento foi realizado por Barbosa (2010), que teve como população 268 jovens de ambos os sexos, com idades entre 14 e 18 anos, praticantes de diversas modalidades individuais e coletivas no contexto do esporte escolar de rendimento. Em relação aos acertos o sujeito que teve maior número teve 133 acertos e o que fez o menor número teve 12, sendo a média encontrada 67,97 e um desvio padrão de 29,119. O número máximo de erros encontrados no grupo de jovens escolares foi 20 e o mínimo 0, apresentando uma média de 2,53 e desvio padrão 3,832. Já o número máximo de omissões foi 52, o mínimo 0 e desvio padrão de 10,360.

Com se pode ver tanto os judocas quanto os jovens praticantes de diversas modalidades tiveram o mesmo número máximo de acertos (133). Já os valores das médias de acertos no grupo do judô (71,10) são superiores ao da amostra de jovens escolares (67,97) indicando que os judocas são, em média, mais rápidos na percepção de estímulos específicos do teste.

Embora tanto o grupo do judô quanto o de jovens escolares tenha apresentado resultados semelhantes no fator omissão (a média de omissões dos judocas foi 9,32 e do grupo dos jovens escolares a média de omissões foi 10,32) os resultados levemente favoráveis aos judocas indicam que eles apresentam uma melhor qualidade de atenção concentrada (já que "deixam passar" menos detalhes), fato que auxilia no momento que precisam concentrar-se em ambientes esportivos que geralmente são fonte de inúmeros estímulos, nos quais alguns relevantes e outros apenas alvos de distrações.

Comparando com os estudos realizados a média de erros encontrada no grupo de atletas do judô foi 8,14; já no grupo de jovens escolares foi 2,53. O número consideravelmente menor de erros cometidos pelos jovens escolares indica que este grupo tem maior possibilidade de integração e organização dos pensamentos, percepção e planejamento de movimentos, pois alcança um nível maior de exatidão na captação e interpretação dos estímulos. Verifica-se um aspecto no qual os judocas precisam explorar mais, pois, ao mesmo tempo que apresentam baixos índices de omissões, o número de erros alto pressupõe um prejuízo na precisão do processo de percepção dos estímulos relevantes.



Considerações finais



Considerando um dos princípios do judô que refere que a prática do judô é educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como ensinar o corpo a obedecer corretamente e, trabalhando a partir da perspectiva da psicologia do esporte este estudo investigou os níveis de atenção concentrada em atletas de alto rendimento do judô. Os resultados indicaram que os judocas apresentam níveis elevados de atenção concentrada e uma boa qualidade na precisão desta atenção, apresentando menores níveis de omissão e erros, obtendo vantagem, quando comparados a outros grupos de atletas. Trata-se da avaliação de um grupo de judocas experientes, participantes de competições nacionais e internacionais. São recomendáveis estudos com outros grupos de judocas com diferentes níveis de experiência e estudos comparativos com outros grupos de atletas, a fim de confirmar os achados desta pesquisa.



Referências




BALBINOTTI, M. A. A. Teste Balbinotti de Rapidez e Exatidão de Percepção para Praticantes de Atividades Físicas e/ou Esportivas. Service d'Intervention et de Recherche en Orientation et Psychologie (SIROP), Montreal, Canadá, 2008.


BALBINOTTI, Carlos (Org.). O ensino do tênis: novas perspectivas de aprendizagem. Porto Alegre, RS: Artmed, 2009.


BARBOSA, M. L. L. Autodeterminação no esporte: Um modelo teórico-explicativo no contexto do esporte escolar. Relatório parcial de pesquisa. Núcleo de Pesquisa em Psicologia e Pedagogia do Esporte. Escola Superior de Educação Física. UFRGS. 2010.


BRAGHIROLLI, E. M. et al. Psicologia Geral. Porto Alegre, RS: Ed. Vozes, 2000.


BECKER, Benno Junior. Manual de psicologia do esporte e exercício. Porto Alegre, RS: Nova Prova, 2008.


DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.


DUSCHEK, S.; MATTHIAS, E.; SCHANDRY, R. Essential hypotension is accompanied by deficits in attention and working memory. Medicine Behavior, v.30. 2005.


FEIJÓ, O. G. Corpo e movimento: psicologia para o esporte. Rio de Janeiro: Shape, 1998.


FRANCHINI, Emerson (Org.). Judô: desempenho competitivo. Barueri, SP: Manole, 2010.


FEDERAÇÃO PAULISTA DE JUDÔ. FPJ. História do judô. Disponível em: http://fpj.com.br/fpg-historia-do-judo.php Acesso em: 09 fevereiro 2011.


HELENE, A. F.; XAVIER, G. F. A construção da atenção a partir da memória. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 25, supl. II, p.12-20. 2003.


INTERNATIONAL JUDO FEDERATION. IJF. Disponível em: http://www.ijf.org Acesso em: 09 fevereiro 2011.


KANO, Jigoro. Kodokan judô. São Paulo: SP: Cultrix, 2009.


KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Prentice-Hall, 1993.


MARQUES, J. B. et al. Aspectos históricos do judô olímpico. In: 1º. Encontro da ALESDE. Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas, 2008, Curitiba. PR: ALESDE, 2008.


MIRANDA, Renato; BARA FILHO, Maurício. Construindo um atleta vencedor: uma abordagem psicofísica do esporte. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.


MOTTA, C.; SANTOS, S. G. dos. A atenção dentro das teorias do processamento de informação e sua aplicabilidade na modalidade judô. 1991. (Trabalho apresentado à disciplina Aprendizagem Motora do Curso de Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul.


MOWEN, John; MINOR, Michael. Comportamento do consumidor. São Paulo, SP: Ed. Prentice Hall, 2003.


SAMULSKI, Dietmar. Psicologia do esporte. São Paulo: Editora Manole, 2002.


SPERLING, A. P.; MARTIN, K. Introdução à psicologia. São Paulo, SP: Ed. Pioneira, 1999.


STEFANELLO, Joice Maria Facco. Treinamento de competências psicológicas: em busca da Excelência esportiva. Barueri, SP: Minha Editora Manole, 2007.


VIEIRA, Sílvia; FREITAS, Armando. O que é judô. Rio de Janeiro, RJ: Casa da Palavra, 2007.


VIRGÍLIO, Stanlei. A arte do judô. Porto Alegre, RS: Rígel, 1994.


WEINBERG, Robert S.; GOULD, Daniel. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. Porto Alegre: Artmed Editora, 2008.