terça-feira, 31 de julho de 2012

Guilheiro se diz visado, nega lesão e cita "melhor ciclo"

Primeiro no ranking mundial da categoria, brasileiro era favorito ao ouro. Foto: Marcelo Pereira/Terra

A campanha na Olimpíada de Londres não foi nem de longe como Leandro Guilheiro esperava. O judoca, líder do ranking mundial na categoria até 81 kg, foi derrotado nas quartas de final da competição nesta terça-feira pelo americano Travis Stevens. O brasileiro, então, seguiu para a repescagem para buscar o terceiro bronze olímpico de sua carreira, mas foi superado pelo japonês Takahiro Nakai.

"Nas lutas que perdi, não consegui lutar. Era uma coisa que já imaginava que ia acontecer. Treinei muito esse tempo todo, sabia que isso ia acontecer. Tanto que é que minha ideia era ir pra cima do americano desde o início, o tempo inteiro, e nessa luta com o japonês foi a mesma coisa", explicou Guilheiro.

De acordo com o judoca, o fato de ser número um do mundo acabou por lhe prejudicar, já que era o atleta mais estudado do mundo pelos rivais. Entretanto, Guilheiro evitou usar este fato como desculpa, e explicou que mesmo com as dificuldades deveria ter sido capaz de superar as estratégias adversárias.

"Eu vinha frisando que lutas que eu fazia com muita facilidade ficaram muito duras. Isso fez com que eu ficasse visado. Muitos primeiros do ranking não ganharam até hoje Olimpíada, não chegaram nem a classificar. O judô é realmente uma modalidade diferente, porque tem a questão tática e estratégica. E você ser o primeiro do ranking não te garante muita coisa. Gera dificuldade de outra forma. Por mais que eu tivesse treinado e estudado, não tive a capacidade para sair desse problema", afirmou.

Guilheiro ainda lamentou o fato de ter feito um ciclo olímpico extremamente positivo e não conseguir subir ao pódio ao fim. Desde os Jogos de Pequim o brasileiro conquistou a prata no Mundial de 2010, o bronze no Mundial de 2011, o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, dois títulos do Campeonato Pan-Americano e o ouro nos Jogos Militares.

"As coisas não aconteceram. É difícil, porque talvez esse seja o ciclo em que eu mais me preparei, mais treinei, mais fui responsável com o meu corpo, tudo. E a medalha não veio. Tem alguma coisa para aprender, e certamente vou levar isso comigo", lamentou o judoca.

Durante as lutas desta terça-feira Guilheiro não demonstrou sua tradicional iniciativa frente ao adversário, muito pela estratégia empregada pelos rivais. O fato fez com que internautas cogitassem a possibilidade de que o brasileiro estivesse lesionado. A suspeita, entretanto, foi negada pelo judoca.

"Estou inteiro fisicamente. Só fico com algumas pequenas escoriações ao longo da competição, estou com o dedo um pouco inchado. Mas isso não afetou em nenhum momento o meu rendimento. As minhas derrotas foram coisas da competição, realmente, não foi problema físico", disse Guilheiro.

"Casal olímpico", Joanna Maranhão e namorado se reencontram na Vila

Namorados, a nadadora Joanna Maranhão e o judoca Luciano Correa se encontraram na Vila Olímpica. Foto: Twitter/Reprodução

Depois da frustração de ser eliminada na semifinal dos 200 m medley dos Jogos Olímpicos de Londres, a brasileira Joanna Maranhão ganhou nesta terça-feira a companhia do namorado, Luciano Correa, que chegou hoje à Vila Olímpica para as competições do judô.

"Marido chegou na Vila hoje, e conversando a gente pensou: daqui alguns anos diremos aos nossos filhos que estávamos juntos nos Jogos Olímpicos. Lu e eu já participamos de 3 eventos juntos: mundial militar, Pan-americano e agora Jogos Olímpicos, incrível! Sonho que vira realidade!", escreveu ela em seu perfil no Twitter.

A nadadora ainda aproveitou e postou no microblog uma foto ao lado do judoca: "casal olímpico. Momento único", disse.

Leandro Guilheiro passa às quartas de final nas Olimpíadas

Leandro Guilheiro na luta de judô contra Konstantins Ovchinnikovs (Foto: AFP)

Após uma estreia difícil, o brasileiro Leandro Guilheiro mostrou o que se esperava dele na segunda luta do torneio olímpico peso-meio-médio (até 81kg), nesta terça-feira. O paulista, líder do ranking mundial e favorito ao ouro nas Olimpíadas de Londres 2012, derrotou o marroquino Safouane Attaf, campeão africano, com um ippon.

Na intensa disputa por pegada do primeiro minuto, o marroquino sentiu os dedos da mão esquerda. Attaf buscava a manga direita de Guilheiro para matar sua mão forte. O duelo era difícil e ninguém conseguia entrar com um golpe, e os dois judocas foram punidos com um shido (advertência). O combate seguiu nervoso até a metade, quando o paulista, enfim encaixou o ippon que todos esperavam, com um seoi nage, a cerca de 2m20s do final.

Guilheiro passa por letão e pega marroquino nas oitavas

Leandro Guilheiro confirmou o favoritismo e avançou às oitavas. Foto: Marcelo Pereira/Terra

Principal favorito no judô ao ouro na categoria meio-médio (até 81 kg), o brasileiro Leandro Guilheiro, líder do ranking mundial na divisão, confirmou o favoritismo em sua estreia nos Jogos Olímpicos de Londres. Na manhã desta terça-feira o judoca venceu o letão Konstantins Ovchinnikovs e avançou às oitavas de final na competição.

Alvo dos adversários na categoria por conta da posição privilegiada no ranking, Guilheiro começou o combate impondo seu ritmo e acuando o adversário letão. Dono de uma estratégia defensiva, o atleta do leste europeu buscou evitar o jogo agressivo do representante paulista, mas rapidamente recebeu uma punição da arbitragem.

Embora mostrasse mais agressividade, Guilheiro enfrentava algumas dificuldades no combate de estreia. O judoca brasileiro acabou por diversas vezes precisando evitar contra-ataques do letão. Contudo, apresentando um judô seguro, o competidor nacional manteve o ritmo forte e adquiriu um yuko de vantagem depois de outra punição dada ao adversário. Vantagem suficiente para colocar o duas vezes medalhista olímpico de bronze (Pequim 2008 e Atenas 2004).

Nas oitavas de final, Leandro Guilheiro terá pela frente o marroquino Safouane Attaf, que passou da primeira fase sem lutar. O africano pisou no tatame apenas para o cerimonial de vitória, já que Liva Saryee, da Libéria, adversário na programação, não bateu o peso necessário para lutar na categoria até 81 kg.

Mariana Silva lamenta "golpe duro" por eliminação em estreia

Mariana Silva não escondeu a decepção pelo desempenho na estreia. Foto: Marcelo Pereira/Terra

Mesmo não figurando entre as principais favoritas à medalha na categoria meio-médio (até 63 kg) do judô nos Jogos Olímpicos de Londres, a brasileira Mariana Silva não escondeu o abatimento pela derrota para a chinesa Lili Xu, sexta do ranking mundial, logo na estreia pela competição. Decepcionada com o revés, a competidora, chorando muito diante dos jornalistas, lamentou o resultado negativo na Grã-Bretanha.

"É algo muito duro perder na primeira rodada. Acho que pelo menos adquiri experiência. Quero agradecer a todos os meus amigos e minha família. Agradeço à oportunidade de estar aqui, de coração. Vou me preparar ainda melhor para chegar bem e tentar uma medalha em 2016", discursou a judoca, pouco depois de deixar o tatame.

No combate diante da asiática, Mariana conseguiu controlar bem o ritmo da adversária no início do combate. Entretanto, uma pequena falha na entrada de um golpe permitiu à rival encaixar um contra-ataque e pontuar um wazari. A vantagem considerável dificultou o trabalho da brasileira, que não conseguiu retomar o judô apresentado nos minutos iniciais.

"Entrei no golpe e ela me reverteu, aí acabei caindo. Faltou um pouquinho mais da puxada do meu golpe, mas infelizmente ela levou a melhor. O tempo fica pressionando e fica mais difícil reverter a situação, mas é do esporte. Eu sei que eu tinha condições de vencer essa luta, por isso fico muito triste", completou a competidora.

A falta de experiência, ressaltada por Mariana, foi também tema no discurso de Rosicleia Campos. A treinadora da Seleção feminina, embora decepcionada pela derrota, já direcionou a preparação para os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro.

"A Mariana é uma lutadora muito jovem, inexperiente em Olimpíada. A adversária era uma chinesa que já tinha vencido antes, no GP de Dusseldorf, mas ela foi surpreendida por um wazari; e, na Olimpíada, um wazari é bem complicado de reverter. Ela estava com uma pegada bem superior, a adversária era mais baixa, mas infelizmente não dei para a Mari. Daqui a quatro anos ela está de volta", disse.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Leandro Guilheiro leva cada pingo de suor derramado pelo sonho do ouro


Cada pingo de suor das centenas de dias de treinamentos de Leandro Guilheiro nos últimos quatro anos vai entrar no tatame nesta terça-feira, nos Jogos Olímpicos de Londres. O símbolo do esforço em busca do alto pódio estará representado em um pedaço de pano em volta de seu quadril. É na faixa preta, objeto sagrado para o judoca duas vezes medalhista de bronze, que o principal nome da modalidade no Brasil espera sugar as energias necessárias para atender a sua expectativa e de uma nação inteira.

O atleta de 28 anos, nascido em Suzano, lutará pela sua terceira medalha na história da competição nesta terça-feira, no Complexo Excel, a partir das 5h30m (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV 2. Desta vez, porém, o líder do ranking mundial estará em busca do primeiro pódio na categoria até 81kg e do primeiro ouro olímpico. No feminino, Mariana Silva será a representante brasileira na disputa até 63kg.

A relação de um judoca com sua faixa é estreita, singular. Desde cedo, nas escolinhas da modalidade, são passados os significados daquele pedaço de pano. Cada etapa superada, cada desafio, uma nova cor. Até chegar à preta, a mais sagrada de todas. Junto com os primeiros golpes, Leandro assimilou ainda criança a relevância daquela peça do uniforme.

- Eu aprendi, quando era garoto, que ela não deve ser lavada. Mas não fica fedendo que nem o quimono, não. Tem aquela coisa do suor do seu treinamento estar representado na sua faixa. E vai acumulando. Parece porco, mas não é, não. Você leva todo o suor do seu treinamento junto com você, na sua faixa. Tenho muito carinho por ela - explicou.

Leandro Guilheiro vai à semifinal no Mundial de Judô (Foto: AFP)

Os cuidados não são poucos. Detalhista, e talvez até um pouco sistemático, o favorito à medalha de ouro em Londres não gosta nunca de perdê-la de vista. Por muito tempo entrou até na "paranoia" de não querer embarcar com a peça dentro da mala quando viajava para as competições.

- Tenho muito cuidado com a minha faixa. Com o quimono nem tenho tanto. Tinha uma época que até levava na minha mala de mão com medo de acontecer algum problema com ela. A gente sempre tem uma reserva, mas tenho aquela de estimação. A que você prepara mesmo para a competição.

Leandro Guilheiro e seu amuleto (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com)

Dono de duas medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 e Pequim 2008, Leandro não é o único a tratar a faixa como um objeto sagrado. Mas é difícil encontrar um judoca que deposite nela tanta confiança como ele. Esse é um dos motivos para fazer questão de prepará-la de uma forma especial em cada grande competição. Como se fosse arrumá-la para uma festa. Só não revela o toque especial.

- Eu sempre bordo alguma coisa nela. Geralmente, é um ideograma japonês, em preto. Cada vez é uma palavra diferente. Ninguém vê, ninguém sabe.

Flavio Canto entra na polêmica e explica golpes proibidos do judô


Medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, Flavio Canto não gostou da desclassificação da judoca Rafaela Silva, nas oitavas de final de Londres 2012. No "Conexão SporTV" desta segunda-feira, o comentarista entrou na polêmica, explicou o motivo da eliminação da brasileira e falou das mudanças nas regras do judô.

- Você pode fazer sempre o ataque de pernas, se ele for combinado com o desequilíbrio anterior. O que vemos é que ela entra com a mão praticamente ao mesmo tempo em que provoca o desequilíbrio.

Até os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, era permitido segurar as pernas do rival durante um golpe, como Rafaela Silva fez na manhã desta segunda-feira.

- Foi proibido qualquer ataque direto nas pernas. A regra é clara neste sentido. Se você desequilibrar e em seguida finalizar o golpe, é permitido. É uma maneira de educar todos, evitar, levar o judô tradicional para suas origens.

Apesar de considerar justa a punição diante das circunstâncias atuais, Canto acredita que a eliminação da atleta da luta é muito severa.

- O objetivo do judô sempre foi claro. O ippon você conquista com a finalização e imobilização, no solo e em pé, quando você projeto o adversário com as costas no chão. Então, a partir daí, a criatividade cresceu e cada um foi inventando uma maneira de colocar o adversário no chão.

Rafaela Silva é desclassificada por catada de pernas e cai no choro



A brasileira Rafael Silva foi eliminada do torneio olímpico do peso-leve (até 57kg) do judô nas oitavas de final. A carioca foi desclassificada por conta de um golpe ilegal, a catada de perna, na luta contra a húngara Hedvig Karakas. O golpe chegou a ser pontuado como wazari, mas após revisão em vídeo, a pontuação foi retirada. A carioca, vice-campeã mundial no ano passado, caiu no choro ainda no tatame.

Karakas chamou a atenção desde o início do dia por sua beleza. Ela também logo mostrou que tinha judô de alto nível: recuperou uma desvantagem de um yuko contra a espanhola Concepcion Bellorin nos segundos finais, com um ippon no uchi-mata, especialidade da brasileira. As duas já haviam se enfrentado duas vezes: como júnior, melhor para a húngara; como sênior, no ano passado, melhor para Rafaela.

A carioca começou muito focada e logo arriscou um ippon seoi nage, bem defendido por Karakas. A briga por pegada era intensa e, com 3m40s, a húngara recebeu o primeiro shido (advertência). A europeia passou a arriscar seu uchi-mata, sem sucesso. Com três minutos para o final, Rafaela conseguiu um wazari ao desequilibrar a adversária e catar suas pernas para conseguir a queda.

Bruno Mendonça vence primeira luta e enfrenta vice mundial nas oitavas



Um estrangulamento em apenas 54 segundos de luta. Para Bruno Mendonça, uma vitória fácil na estreia e uma vaga nas oitavas de final da peso-leve (até 73kg) nas Olimpíadas de Londres 2012. Para Fred Yannick Uwase, de Ruanda, o fim de um sonho. O judoca de 18 anos foi aos Jogos graças a um convite da Federação Internacional do Judô (FIJ). Agora, o próximo desafio do brasileiro é uma pedreira: o holandês Dex Elmont, atual vice-campeão mundial, que passou pelo ganês Emmanuel Nartey. Elmont e Mendonça já se enfrentaram uma vez, no GP de Amsterdã, no ano passado, com vitória do atleta da Holanda.

Bruno Mendonça na luta de judô contra Fred Yannick (Foto: AFP)

Na luta de estreia, Mendonça não teve muita dificuldade. Uwase, estreante em Olimpíadas, embaixador do esporte em seu país, se movimentava para evitar a pegada e mostrava técnica bisonha nas entradas. Na terceira delas, caiu dominado pelo brasileiro, foi estrangulado e bateu em desistência, com apenas 54s de luta.
Estreia para ganhar confiança antes de enfrentar Delmont, que precisou de 3m55s para derrotar Nartey com um ippon, um wazari (por punições) e um yuko. Uma derrota no combate com o holandês, pelas oitavas, tira Mendonça da disputa por medalha. No judô, a repescagem por medalha de bronze só começa a partir das quartas de final.

Rafaela Silva passa por primeira luta difícil



Estreante em Olimpíadas, Rafaela Silva começou o terceiro dia do judô em Londres 2012 com o pé direito. Nesta segunda-feira, a peso-leve (até 57kg), revelada no projeto social Reação, mostrou tranquilidade e concentração para vencer a alemã Miryam Roper, com a qual treinou no Brasil durante o período de preparação, e avançou às oitavas de final, onde enfrentará a húngara Hedvig Karakas. Atual vice-campeã mundial, a carioca é a maior esperança de medalha do Brasil nesta segunda-feira. E teve sorte antes mesmo de entrar no tatame: da beira da área de competição, viu a portuguesa Telma Monteiro, segunda no ranking mundial,ser eliminada na estreia.
Rafaela Silva na luta de judô contra Miryam Roper (Foto: AFP)
Rafaela já enfrentou a húngara Karakas duas vezes. Como júnior, foi derrotada. Mas deu o troco em fevereiro do ano passado, no Grand Prix de Dusseldorf, na Alemanha.
O duelo contra a alemã era tido como difícil, e o primeiro minuto indicou isso: muito estudo e nenhuma tentativa de entrada. O árbitro interrompeu o duelo para punir ambas as judocas com um shido (advertência). Mesmo após a punição, as duas lutadoras seguiram duelando por posição e Rafaela tentou a primeira entrada com 3m10s restando. Defensiva demais, Roper acabou levando um segundo shido, o que computa um yuko para a adversária.
Das arquibancadas, então, um barulho ensurdecedor. Era a reação da torcida britânica à chegada de Sarah Clark, que entrava na área de competição, para lutar no tatame ao lado. Rafaela tentava escutar as ordens de Rosicléia Campos, treinadora: "Olha lá. Presta atenção!!!". Professor do Reação, instituto fundado por Flávio Canto, Geraldo Bernardes falava alto, bem de longe: "Gola e manga. Gola e manga".
Em desvantagem de 1 yuko a 0, a alemã tentou uma técnica de sacrifício duas vezes, mas Rafaela defendeu. Roper logo foi para um golpe de pé e a carioca quase conseguiu encaixar um contragolpe. Com cerca de 1m30s restando, a brasileira encaixou um uchi-mata e obteve seu segundo yuko. Sua força começou a afetar a europeia, que mostrava sinais de cansaço. Rafaela conseguiu administrar o resto do tempo, quase conseguiu mais um ponto, e terminou com a vitória por 2 yuko a 0.
Outras duas favoritas ao título tiveram resultados distintos nesta segunda-feira. Uma das principais rivais de Rafaela na chave, a portuguesa Telma Monteiro, segunda colocada no ranking mundial, foi eliminada logo na primeira luta, pela americana Marti Malloy. Já a primeira colocada, a japonesa Kaori Matsumoto, passou com facilidade pela eslovena Vesna Dzukic.
Rafaela Silva precisa de mais três vitórias para chegar à final. Se perder para Karakas nas oitavas, estará fora da disputa de medalhas, a partir das 10h (de Brasília). No judô, a repescagem começa a partir das quartas de final.

Rafaela Silva passa por primeira luta difícil


Estreante em Olimpíadas, Rafaela Silva começou o terceiro dia do judô em Londres 2012 com o pé direito. Nesta segunda-feira, a peso-leve (até 57kg), revelada no projeto social Reação, mostrou tranquilidade e concentração para vencer a alemã Miryam Roper, com a qual treinou no Brasil durante o período de preparação, e avançou às oitavas de final, onde enfrentará a húngara Hedvig Karakas. Atual vice-campeã mundial, a carioca é a maior esperança de medalha do Brasil nesta segunda-feira. E teve sorte antes mesmo de entrar no tatame: da beira da área de competição, viu a portuguesa Telma Monteiro, segunda no ranking mundial,ser eliminada na estreia.

Rafaela Silva na luta de judô contra Miryam Roper (Foto: AFP)

Rafaela já enfrentou a húngara Karakas duas vezes. Como júnior, foi derrotada. Mas deu o troco em fevereiro do ano passado, no Grand Prix de Dusseldorf, na Alemanha.

O duelo contra a alemã era tido como difícil, e o primeiro minuto indicou isso: muito estudo e nenhuma tentativa de entrada. O árbitro interrompeu o duelo para punir ambas as judocas com um shido (advertência). Mesmo após a punição, as duas lutadoras seguiram duelando por posição e Rafaela tentou a primeira entrada com 3m10s restando. Defensiva demais, Roper acabou levando um segundo shido, o que computa um yuko para a adversária.

Das arquibancadas, então, um barulho ensurdecedor. Era a reação da torcida britânica à chegada de Sarah Clark, que entrava na área de competição, para lutar no tatame ao lado. Rafaela tentava escutar as ordens de Rosicléia Campos, treinadora: "Olha lá. Presta atenção!!!". Professor do Reação, instituto fundado por Flávio Canto, Geraldo Bernardes falava alto, bem de longe: "Gola e manga. Gola e manga".

Em desvantagem de 1 yuko a 0, a alemã tentou uma técnica de sacrifício duas vezes, mas Rafaela defendeu. Roper logo foi para um golpe de pé e a carioca quase conseguiu encaixar um contragolpe. Com cerca de 1m30s restando, a brasileira encaixou um uchi-mata e obteve seu segundo yuko. Sua força começou a afetar a europeia, que mostrava sinais de cansaço. Rafaela conseguiu administrar o resto do tempo, quase conseguiu mais um ponto, e terminou com a vitória por 2 yuko a 0.

Outras duas favoritas ao título tiveram resultados distintos nesta segunda-feira. Uma das principais rivais de Rafaela na chave, a portuguesa Telma Monteiro, segunda colocada no ranking mundial, foi eliminada logo na primeira luta, pela americana Marti Malloy. Já a primeira colocada, a japonesa Kaori Matsumoto, passou com facilidade pela eslovena Vesna Dzukic.

Rafaela Silva precisa de mais três vitórias para chegar à final. Se perder para Karakas nas oitavas, estará fora da disputa de medalhas, a partir das 10h (de Brasília). No judô, a repescagem começa a partir das quartas de final.

domingo, 29 de julho de 2012

Fotos da Sarah Menezes em Londres 2012














Fotos da Sarah Menezes na conquista inédita da medalha de Ouro em Londres 2012

Leandro Cunha é eliminado na primeira luta no judô

Sarah Menezes estava na torcida, gritando, apesar da voz sempre baixa. De longe, tentava, em vão, orientar. Maior esperança de medalha do judô no segundo dia dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Leandro Cunha, duas vezes vice-campeão mundial, decepcionou no torneio peso-meio-leve (até 66kg), neste domingo. "Coxinha" foi derrotado pelo polonês Pawel Zagrodnik logo na estreia, por 1 yuko a 0. Como no judô é preciso chegar ao menos às quartas de final para entrar na repescagem, o paulista está fora da disputa de medalhas. - Eu me preparei tanto, trabalhei tanto e agora nesses Jogos faltou essa medalha para meu ciclo olímpico. Mas não é isso que vai me abater. Já passei por momentos tão difíceis. Estou representando meu país dignamente. O que pude fazer, fiz o meu melhor. Claro que nem sempre sai do jeito que a gente quer... Agora é levantar a cabeça. Serve para amadurecer mais, se prepara mais, para não acontecer de novo. E chegar focado para lutar em casa, no Brasil, em 2016. O duelo começou com uma briga intensa pela pegada. Zagrodnik tentou as primeiras entradas, mas foi muito bem defendido pelo paulista. Com pouco mais de um minuto, o brasileiro recebeu um shido (advertência) e passou a buscar mais o combate. Com 2m42s restando, o "Coxinha" quase conseguiu uma queda e, logo depois, num momento de desatenção, sofreu golpe belíssimo, que chegou a ser marcado como ippon. Após revisão em vídeo e conversa entre os árbitros, a pontuação foi mudada para um yuko. - Arrisca! Tem que ser em pé, Coxa ! - gritava Sarah, ouro da ligeiro. Com vantagem no placar,o polonês passou a puxar o brasileiro para baixo para travar a luta. Com o andamento da luta, Cunha foi ficando mais desesperado para pontuar, mas Zagrodnik se defendia muito bem, com ótima postura. O europeu ainda recebeu um shido (advertência) antes do final, mas não foi suficiente para sofrer uma pontuação contra. Coxinha saiu do tatame, deu um abraço no técnico, Luiz Shinohara. Quinto do ranking mundial, ele deu crédito ao adversário, apenas 33º colocado no Mundial de Paris, no ano passado. - Senti que ele estava esperando meus golpes, mas se eu o esperasse, os dois seriam punidos. Quando eu tentava entrar no golpe, ele quebrava. É corrigir. Trabalhar mais quatro anos. Acabei não me encontrando na luta. Foi mérito dele. Ele me estudou bastante taticamente e acabou me anulando.

Érika Miranda é eliminada na estreia em Londres

Após um sábado com duas medalhas, um domingo ruim para o Brasil no judô. Assim como Leandro Cunha fez mais cedo, Érika Miranda perdeu logo na primeira luta do torneio peso-meio-leve (até 52kg) e deu adeus à disputa de medalhas em Londres 2012. A judoca brasiliense, que teve folga na primeira rodada da competição, foi superada pela sul-coreana Kyung-Ok Kim na sua estreia, por ippon no golden score. No judô olímpico, só entra na repescagem quem chega às quartas de final. Logo nos primeiros segundos, a brasileira acertou duas vezes, involuntariamente, os olhos de Kim na briga por pegada. Após breves momentos para que a asiática retomasse a compostura, as duas foram para o combate. A sul-coreana assustou com uma entrada de quadril, que após revisão em vídeo, foi apontada como yuko. Érika Miranda partiu para o ataque e passou a tentar mais entradas. A sul-coreana apenas se defendia e acabou recebendo um shido (advertência) por falta de combatividade. Com isso, a brasileira apertou o ritmo para tentar forçar uma nova penalização contra Kim. A 51s do fim, após duas entradas seguidas sem conseguir a queda, Érika enfim forçou o segundo shido, que configura um yuko ao seu favor e empatou a luta. A brasileira ainda quase deu uma queda logo em seguida, mas Kim defendeu por pouco. O combate foi ao golden score (três minutos de morte súbita). Com menos de 30s, porém, Kyung-Ok Kim conseguiu um estrangulamento e a brasileira foi forçada a bater em desistência. Emocionada, Érika Miranda passou aos prantos pela zona mista. - Quero pedir desculpas para todo mundo, estou muito triste com essa derrota na estreia - disse rapidamente a brasiliense, antes de seguir para a área de atletas.

sábado, 28 de julho de 2012

Video: Quinta luta da Sarah Menezes - LUTA DO OURO - Londres 2012





O sonho do primeiro ouro da história do judô feminino do Brasil virou realidade no início da tarde deste sábado (28) com a vitória de Sarah Menezes diante da romena Alina Dumitru, na final da categoria até 48 kg. Com um yuko e um wasari, a brasileira não deu chances à campeã de Pequim 2008 e venceu de maneira incontestável, conquistando o primeiro ouro do Brasil nos Jogos de Londres. Confira a íntegra da conquista da atleta piauíense.

Video: Quinta luta da Felipe Kitadai - LUTA DO BRONZE - - Londres 2012





A primeira medalha brasileira nas Olimpíadas de Londres 2012 foi de bronze. Depois de uma luta emocionante, o judoca Felipe Kitadai derrotou o italiano Elio Verde e conquistou a medalha de bronze na categoria até 60kg do judô.

Sarah Menezes conquista primeiro ouro do judô feminino


Quando saiu do Brasil rumo a Londres, a pequena Sarah Menezes carregava expectativas desproporcionais para seu tamanho. Lutadora mais leve da seleção de judô, a peso-ligeiro, de apenas 1,52m e 48kg, era a grande esperança de primeira final olímpica do Brasil entre mulheres na história da modalidade. A piauiense, porém, foi além: com a vitória neste sábado sobre a romena Alina Dumitru, campeã dos Jogos de Pequim 2008, Sarah entrou para a história como a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro no judô nas Olimpíadas.

judô Sarah Menezes Alina Dumitru final olímpica medalha de ouro (Foto: Agência AFP)Sarah Menezes vibra ao conseguir pontuar contra Alina Dumitru na final olímpica (Foto: Agência AFP)
A luta começou com muito estudo. As duas mediam a distância na briga por pegada. Sarah foi a primeira a tentar uma entrada, bem defendida por Dumitru, que aparentava sentir o braço direito. A romena começou a girar mais para tentar evitar que a brasileira a atacasse. Com pouco menos de quatro minutos restando, Sarah quase conseguiu uma queda. Dumitru defendeu, mas a brasileira atacou no solo, chegando perto de encaixar uma chave de braço. Uma vez que percebeu que o caminho era por ali, a piauiense atacou novamente o braço, e conseguiu um shido (advertência) contra a romena.
Ciente de que poderia perder a luta com nova advertência, Dumitru passou a ser mais incisiva e foi com tudo para um golpe de quadril, que quase entrou. A romena assustou com uma técnica de pé, mas Sarah contragolpeou e conseguiu um yuko, abrindo 1 a 0 de vantagem. Os últimos 18s pareciam que seriam de tensão, mas Sarah atacou e conseguiu um wazari para assegurar o ouro. Ela ainda foi para o estrangulamento antes de o cronômetro zerar. Um wazari e um yuko a zero para Sarah Menezes, primeira judoca campeã olímpica do Brasil.

Ouro carregado de significados especiais


Judoca Sarah Menezes comemora conquista da medalha de ouro (Foto: Agência AFP) 
 
O ouro de Sarah foi carregado de significados diversos. Foi o primeiro ouro do Brasil em Londres 2012, logo no primeiro dia oficial de disputas; o primeiro ouro do judô em 20 anos, desde que Rogério Sampaio, atleta peso-meio-leve, foi campeão olímpico em Barcelona 1992; e a 16ª medalha do judô em Olimpíadas, tornando a modalidade, provisoriamente, na mais vencedora entre todas as do Brasil na história dos Jogos, superando a vela, que acumula 15 medalhas.
Não foi uma surpresa e sim o resultado de um processo de crescimento em público. Aos 18 anos, Sarah Menezes foi campeã mundial júnior, em Amsterdã, na Holanda, e se tornou automaticamente a grande esperança da modalidade. Naquele mesmo ano, estreou em Olimpíadas, em Pequim 2008, e caiu logo na primeira luta. Em 2009, conquistou o bicampeonato júnior, foi eleita Atleta do Ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e iniciou sua escalada entre os adultos. Em 2010, foi medalha de bronze no Mundial de Tóquio; dois anos depois, chegou à prata no Mundial de Paris. Durante os quatro anos do ciclo olímpico, colecionou ouros em etapas de Grand Slam, Grand Prix e Copa do Mundo, sem jamais deixar os treinamentos em Teresina, no Piauí, sua casa, onde é ídolo para milhares de crianças e é tema até de forró.
Em Londres, a adversária mais temida era a japonesa Tomoko Fukumi, primeira colocada do ranking mundial, a qual jamais havia derrotado em quatro combates. A algoz, todavia, caiu pelo caminho para a romena Alina Dumitru. Campeã em Pequim 2008, Dumitru merecia respeito, mas era um confronto mais favorável: de cinco duelos entre as duas, Sarah havia vencido três, justamente os três mais recentes. A superioridade da piauiense ficou clara no tatame de Londres.

Confira como ficou o pódio na categoria ligeiro feminino (até 48kg):


1ª: Sarah Menezes (BRA)
2ª: Alina Dumitru (ROM)
3ª: Charline Van Snick (BEL)
3ª: Eva Csernoviczki (HUN)

Video: Quarta luta da Felipe Kitadai - Londres 2012





Depois de perder para nas quartas, o judoca brasileiro venceu a primeira luta da repescagem contra o sul-coreano Gwang-Hyeon Choi por um yuko. A vitória coloca Kitadai a apenas uma luta da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Assista!

Video: Quarta luta da Sarah Menezes SEMIFINAL - Londres 2012





A brasileira derrotou a belga Charline Van Snick com um yuko e passou à final da competição de judô feminino até 48 Kg. Com isso, ela já garantiu pelo menos a prata. Assista à luta!

Kitadai leva bronze no judô, primeira medalha do Brasil em Londres 2012


Estreante em Olimpíadas conquista medalha como presente de aniversário no dia em que completa 23 anos de idade ao derrotar o italiano Elio Verde

Felipe Kitadai abriu a porta para as medalhas brasileiras nas Olimpíadas de Londres. Aniversariante do dia, o judoca de 23 anos conquistou o bronze na categoria ligeiro (até 60kg) - o primeiro pódio do Brasil nos Jogos 2012. Com muita emoção, o paulista derrotou o italiano Elio Verde apenas no golden score (morte súbita), com um yuko.

Perfil do atleta

Felipe Eidji Kitadai nasceu em São Paulo, no dia 28 de julho de 1989. Aos 23 anos, ele faz parte da seleção brasileira de judô desde 2008. Com apenas 1,63m e 60kg, o ligeiro treina na Sogipa, no Rio Grande do Sul, e aprendeu muito com os conselhos do bicampeão mundial João Derly, também atleta do clube gaúcho. Destro, o paulista tem como principais golpes o ouchi-gari e o tae-otoshi - técnicas de perna. Atualmente, Kitadai é 14º lugar no ranking mundial da Federação Internacional de Judô (FIJ).

O judoca tem como principais títulos da carreira as medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011, na Copa do Mundo de Roma 2010 e nos Jogos da Lusofonia 2009, além da prata no Mundial por Equipes de Paris 2011.

Mesmo proibida, técnica Rosicléia Campos promete interferir em lutas

Uma decisão para as Olimpíadas de Londres afetou diretamente a equipe feminina de judô do Brasil. Os técnicos, agora, estão proibidos de se pronunciarem durante as lutas. Só podem se manifestar durante as interrupções. Para a treinadora Rosicléia Campos, conhecida por motivar as suas judocas do primeiro ao último segundo do duelo, a medida é injusta. Assim, ela promete interferir se achar necessário. Mesmo correndo o risco de ser expulsa do ginásio.

- Vou me matar. Vai ser bem difícil. Acho que esse sistema foi feito por conta da insegurança dos árbitros. Eu, particularmente, acho injusto. Sou militante de falar. A gente tem que compactar o que falar entre uma luta e outra. Mas eu tenho ordens expressas do meu coordenador. Se for necessário interferir, eu vou. Vou ter ser mandada embora, mas a medalha fica garantida - disse Rosicléia, em entrevista ao SporTV.


Pela nova regra, se intervir em uma luta, o técnico será afastado do combate. Se receber uma segunda expulsão, será obrigado a deixar o ginásio e só poderá voltar no dia seguinte.

Rosicléia lembrou que, em Londres, a equipe feminina estará completa, com sete atletas, e ainda manteve a promessa de se dedicar à vida pessoal somente depois de uma brasileira conquistar um ouro olímpico.

- Conquistamos as sete vagas, isso é muito bom. É a primeira vez em 20 anos. Eu ainda era atleta quando a gente teve uma equipe olímpica completa, em Barcelona. Agora vamos tentar o ouro e depois vem um bebezinho, se Deus quiser.

Video: Terceira luta da Sarah Menezes - Londres 2012




A brasileira Sarah Menezes segue na busca pelo ouro na categoria até 48 kg. Em sua terceira luta, ela venceu a chinesa Shugen Wu por um yuko e garantiu vaga nas semifinais neste sábado (28). Confira como foi a vitória da brasileira!

Video: Terceira luta do Felipe Katadai - Londres 2012



Após duas vitórias, o brasileiro Felipe Kitadai perdeu de Rishod Sobirov, campeão mundial e primeiro colocado do ranking mundial, do Uzbequistão. O brasileiro vai para a repescagem e ainda está na busca da medalha de bronze em Londres.

Vieo: Segunda luta da Sarah Menezes em Londres 2012




Sarah Menezes venceu a francesa Laetitia Payet e chegou às oitavas de final do judô na categoria até 48 kg. A brasileira aplicou um yuko e foi beneficiada por uma punição sofrida pela rival para chegar à sua segunda vitória em Londres. Confira!

Vídeo: Segunda luta do Felipe Katadai - Londres 2012




O brasileiro Felipe Kitadai venceu a segunda luta e segue na briga por uma medalha nas Olimpíadas de Londres 2012. Com dois wazaris, o judoca derrotou Eisa Majarashi, da Arábia Saudita. Assista!

Video: Primeira luta do Felipe Kitadai - Londres 2012



O brasileiro Felipe Kitadai derrotou Tumurkhuleg Davaadorj, da Mongólia, na primeira rodada da categoria até 60kg durante a manhã deste sábado (28). O judoca dominou a luta e venceu após aplicar um Yuko e Waza-ari. Nas oitavas, Kitadai terá pela frente o vencedor do confronto entre Raul Lall, da Guiana, e Eisa Majrashi, da Arábia Saudita.

Video: Primeira luta de Sarah Menezes em Londres 2012

Terceira do ranking internacional na categoria até 48 kg, Sarah Menezes confirmou o favoritismo e venceu na estreia do judô brasileiro em Londres 2012. A judoca venceu a vietnamita Ngoc Tu Van com dois yukos e passou para as oitavas de final.Confira a luta da brasileira na íntegra.

Felipe Kitadai vence sul-coreano no golden score e vai disputar o bronze


Após ser eliminado da disputa pela medalha de ouro na categoria ligeiro (até 60kg), o aniversariante Felipe Kitadai deu a volta por cima e derrotou o sul-coreano Gwang-Hyeon Choi pela repescagem neste sábado, primeiro dia do judô nas Olimpíadas de Londres 2012. Foi dramático: após cinco minutos de empate em 0 a 0, os dois judocas foram ao golden score (morte súbita), e Kitadai só avançou ao conseguir um yuko a 45s do fim. Com isso, o brasileiro vai disputar o bronze em sua primeira participação nos Jogos, e busca a medalha em confronto com o perdedor da semifinal entre o italiano Elio Verde e o japonês Hiroaki Hiraoka.
O brasileiro começou girando bastante para defender a pegada de Choi. Após uma entrada em falso do sul-coreano, Kitadai tentou puxar o adversário para a luta de chão, mas não conseguiu desenvolver. Logo depois, o paulista quase emplacou um seoi nage, mas Choi entrou de cabeça e defendeu. Os dois receberam um shido (advertência) cada por falta de combatividade, mas tentaram entradas no minuto final e evitaram que outro shido decidisse a luta.
O combate foi para o golden score, de três minutos. O sul-coreano assustou ao quase derrubar o brasileiro, mas Kitadai respondeu com um ochi gari, que por pouco não entrou. A cada segundo, parecia mais que a luta seria decidida pelas bandeiras dos árbitros, e Choi imprimia maior ritmo, tentando entradas. Com 45s restando, o aniversariante e estreante, todavia, se agarrou no adversário e o jogou de lado, conseguindo um yuko, suficiente para avançar à disputa de bronze.

Sarah Menezes está na final do peso-ligeiro em Londres 2012


A primeira medalha do Brasil nos Jogos de Londres está garantida, e com façanha histórica.  Sarah Menezes, de 22 anos, derrotou a belga Charline Van Snick na semifinal do peso-ligeiro e se garantiu na final, feito inédito no judô feminino. Na decisão, a pequena judoca piauiense terá uma adversária difícil, mas que ela conhece bem: a romena Alina Dumitru, atual campeã olímpica. Elas já se enfrentaram cinco vezes, e a brasileira venceu as três últimas.
É o melhor resultado da história do judô feminino em Olimpíadas. Em Pequim-2008, Ketleyn Quadros foi bronze.

Você acompanha a luta decisiva, às 12h (de Brasília) no Globoesporte.com em Tempo Real e ao vivo no SporTV.
Sarah Menezes na quarta luta do judô em Londres (Foto: AFP)Sarah vence belga e vai à final em Londres (Foto: AFP)
Na outra semifinal, Alina derrotou a japonesa Tomoku Fukumi, líder do ranking mundial. Depois de vencer duas lutas no golden score, a japonesa sucumbiu. Sempre com cara de malvada, Fukumi bufava; parecia não acreditar. Alina dava saltos de alegria. A torcida brasileira, também. Sarah venceu suas três últimas lutas contra a romena.
Mas antes era necessário passar pela belga Charline. Sarah e Van Snick começaram a luta com uma intensa briga por pegada. A brasileira tentou a primeira entrada, sem sucesso. A treinadora Rosicléia Campos pedia que a piauiense girasse "mais rápido". A forte atleta belga assustou com uma entrada de quadril, que Sarah defendeu por pouco. Logo depois, Van Snick arriscou uma técnica de sacrifício e quase pegou o braço da brasileira, que escapou.
A 2m43s do fim, Ney Wilson, coordenador técnico da seleção, levantou-se da cadeira. Sarah Menezes abriu 1 yuko a 0 ao defender um seoi nage, contragolpeando com um uchi mata. A dois minutos do término, a belga passou a tentar desestabilizar a base da brasileira, que mostrava ótima defesa. A um minuto do fim, a piauiense quase conseguiu uma queda, que a belga evitou por pouco. Com o tempo se esgotando, Sarah parecia crescer em vez de cansar e seguia atacando. Ela ainda tentou uma última queda antes do relógio chegar a 0s, e Sarah Menezes chegou à primeira final feminina da história do judô brasileiro.
Rosicléia Campos, sempre vibrante, fez uma careta de fazer inveja a Fukumi. Com dentes trincados, comemorou como nunca. Abraçou a baixinha Sarah, que não sabia se arrumava o quimono ou os cabelos. Rosi ergueu os braços para o alto, pedindo aplausos à Sarah, a primeira judoca a conquistar ao menos uma prata olímpica.

Sarah Menezes derrota chinesa e está nas semifinais


Sarah Menez na terceira luta de judô em Londres (Foto: AFP)

O cabelo, despenteado, era o retrato do esforço. Depois de um susto no fim, Sarah Menezes  enfim respirou e deu um forte abraço na treinadora. Venceu a chinesa Shugen Wu nas quartas de final do peso-ligeiro (até 48kg) e vai enfrentar a belga Charline Van Snick pela garantia de uma medalha nos Jogos Olímpicos de Londres - a vitória leva à decisão, onde a prata estará garantida. Em caso de derrota, a piauiense disputa o bronze com a vencedora da repescagem.
Sarah e Felipe Kitadai - que está na repescagem - seguem para um hotel a 400m metros da arena Excel. Lá, contam com fisioterapeuta e nutricionista, além de vídeos com as lutas dos adversários. A repescagem e as semifinais começam às 10h; a final será às 12h.

As duas judocas começaram bastante cautelosas na briga por pegada. Com apenas um minuto de luta, Wu já recebeu sua primeira advertência por falta de combatividade. A brasileira estava muito ativa e, com cerca de três minutos restando, a chinesa levou seu segundo shido, o que somou um yuko para Sarah Menezes. A vantagem de 1 yuko a 0 não acomodou a piauiense, que seguiu tentando dar quedas.

Nos dois minutos finais, todavia, a brasileira pareceu cansar um pouco. Shogen Wu quase derrubou a brasileira com uma técnica de pé e Sarah arriscou ser punida por falta de combatividade. Com 30s restando, veio a primeira advertência à piauiense. A chinesa pressionou e Sarah ainda defendeu uma queda perigosa nos segundos finais.

O técnico da chinesa levantou a mão na hora. Queria um ippon. Das quatro lutas que as judocas fizeram anteriormente, a brasileira perdeu apenas uma. Após segundos que pareciam uma eternidade, o árbitro levantou o braço em sua direção, confirmando sua vitória.

Sarah Menezes passa por francesa e avança às quartas de final


Após vencer a vietnamita Ngoc Tu Van com tranquilidade na estreia, Sarah Menezes teve um combate difícil, decidido a 18s do fim, com um yuko. A vitória sobre a francesa Laetitia Payet classificou a judoca brasileira às quartas de final dos Jogos Olímpicos de Londres na categoria ligeiro (até 48kg). A piauiense agora enfrentará entre a chinesa Shugen Wu. Caso perca, ainda terá chance na repescagem, a partir das 10h.
Sarah Menezes na luta de judô contra a francesa em Londres Olimpíadas (Foto: AFP)Sarah Menezes na luta de judô contra a francesa em Londres (Foto: AFP)
 
Da beirada da área de competição, Sarah viu a romena Alina Dumitru, atual campeã olímpica, eliminar a cubana Dayaris Alvarez. Apesar de tecnicamente mais fraca, a cubana sempre dá trabalho.
Novamente de quimono branco, Sarah foi para o segundo combate. Payet tentou a primeira entrada da luta, com uma técnica de ombro, mas a brasileira defendeu bem. Com a francesa bastante ativa e se movimentando bastante, a piauiense arriscou uma técnica de sacrifício, sem sucesso às brasileiras.
Na metade do combate, ainda não havia pontuação, e as duas judocas exibiam boa defesa de queda. A brasileira reclamava da falta de combatividade da adversária. A cerca de dois minutos, Payet recebeu seu primeiro shido (punição) por isso. Em seguida, a piauiense conseguiu jogar a francesa ao solo e tentou desenvolver o jogo de chão, mas, sem progresso, o árbitro mandou as duas voltarem de pé.
Com 21s, Sarah enfim conseguiu um yuko, que lhe garantiu a vitória e a passagem às quartas. Saiu do tatame, deu as mãos à técnica Rosicléia Campos e, abraçadas, as duplas deixaram a área de competição. Ainda caminhavam quando Felipe Kitadai entrava para o combate que deu a ele também uma vaga nas quartas.

Sarah Menezes ganha e passa às oitavas


De volta às Olimpíadas após cair na estreia em Pequim-2008, Sarah Menezes, hoje terceira do mundo, aos 22 anos, cumpriu as expectativas e venceu sua primeira luta em Londres, neste sábado. A judoca da categoria ligeiro (até 48kg), maior esperança de medalha no primeiro dia da modalidade, derrotou a vietnamita Ngoc Tu Van por 2 yuko a 0. Nas oitavas de final, Sarah terá pela frente a francesa Laetitia Payet, que folgou na primeira rodada.

Quem passar avança às quartas de final. Nas quartas, as perdedoras caem para uma repescagem. A disputa da repescagem e do bronze será às 10h; a final, às 12h. No masculino, Felipe Kitadai venceu na estreia e também passou às oitavas.
Sarah Menezes na luta de judô em Londres Olimpíadas (Foto: Reuters)Sarah Menezes venceu a vietnamita Tu Van na primeira luta pelos ligeiros, em Londres (Foto: Reuters)
Número 1 do mundo da ligeiro, Tomoko Fukumi lutou um pouco antes e, ao entrar no tatame, levantou a torcida japonesa. Mas quase tomou um susto. A luta contra espanhola Oiana Blanco foi para o golden score. Sarah, na "boca" da área de competição, aguardava o combate do tatame ao lado terminar. Dava pulinhos para aquecer quando Fukumi finalizou a adversária com um ippon.
Rosicléia Campos batia, com as duas mãos, sobre os ombros de Sarah. O armênio Hovhannes Davtyan vencia sua luta. Era a hora da piauiense.
Desde o sorteio da chave, a comissão técnica da seleção brasileira passou a estudar a vietnamita, então desconhecida. Ngoc foi 33º colocada nas duas últimas edições do Campeonato Mundial Sênior; Sarah levou bronze nos dois.
Sarah conseguiu um yuko logo no primeiro minuto com um seoi-nage. A piauiense seguiu muito ativa nos primeiros minutos e Tu Van recebeu uma punição por falta de combatividade. Mais tarde, as duas receberam punições por falta de combatividade e Sarah recebeu mais um yuko.

Felipe Kitadai derrota saudita e vai às quartas contra número 1 do mundo

A torcida, antes formada por apenas familiares e amigos, ganhou reforço. Empurrado por gritos de "Kita, Kita, Kita", o peso-ligeiro (até 60kg) Felipe Kitadai avançou às quartas de final do torneio olímpico de judô de Londres-2012 ao derrotar o saudita Eisa Majrashi por ippon, graças a uma imobilização. O brasileiro, que completa 23 anos neste sábado e bateu Tumurkhuleg Davaadorj na estreia, terá agora a luta mais difícil de sua chave: contra o uzbeque Rishod Sobirov, primeiro colocado do ranking mundial. Mesmo que seja derrotado, o judoca paulista seguirá na disputa por uma medalha, já que todos os derrotados a partir das quartas entram na repescagem.

Felipe Kitadai na segunda luta de judô em Londres (Foto: Reuters)Felipe Kitadai se movimenta para conseguir a imobilização contra Eisa Majrashi (Foto: Reuters)
 
Majrashi já começou usando uma técnica de perna, mas foi muito bem defendido por Kitadai. Mais forte e mais alto, o saudita também assustou ao tentar um seoi nage, mas o brasileiro novamente se defendeu e quase pontuou com um ochi-gari. Com cerca de três minutos, o aniversariante abriu o placar: ele fintou um seoi nage e aplicou o ochi-gari, derrubando Majrashi.
Com a vantagem no marcador, Felipe Kitadai passou a se movimentar ainda mais para desestabilizar o saudita e evitar que o adversário usasse sua vantagem física. Com 1m19s, o paulista usou novamente o ochi-gari para, num contragolpe, obter um wazari. No minuto final, Kitadai conseguiu uma imobilização. Majrashi não conseguiu se livrar da posição em 20s, garantindo assim o ippon para o brasileiro.

Kitadai bate atleta da Mongólia na estreia pela categoria ligeiro


Aniversariante do dia,  Felipe Kitadai contou com o apoio de boa parte da família. E pareceu escutar cada grito de apoio que vinha da arquibancada da Arena Excel. Na estreia de Londres-2012, derrotou Tumurkhuleg Davaadorj, da Mongólia, por 1 wazari e 1 yuko a 0. O lutador, que completa 23 anos neste sábado e faz sua primeira participação em Olimpíadas, avançou às oitavas de final da categoria ligeiro (até 60kg) e enfrenta, na próxima fase, Eisa Majrashi, da Arábia Saudita, que derrotou Raul Lall, da Guiana, com um rápido ippon.

Felipe Kitadai na luta de judô em Londres (Foto: Reuters)

Com cerca de 50s de combate, Kitadai, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, abriu o placar ao derrubar Davaadorj com um ouchi-gari, que deu a ele um yuko de vantagem. O mongol, mais forte, passou a atacar mais, e o brasileiro tentou técnicas de sacrifício para conseguir o ippon. Com o decorrer da luta, Kitadai se movimentou mais para evitar uma punição e obteve um wazari com um seoi nage, a cerca de um minuto do fim. A partir daí, foi administrar o triunfo até o fim.
A primeira fase da categoria ligeiro acontece até as 10h da manhã (horário de Brasília). Se Kitadai bater Eisa Majrashi, encontra o vencedor do combate entre o uzbeque Rishod Sobirov, primeiro do ranking mundial, e o venezuelano Javier Guedez nas quartas de final. Em caso de derrota, terá mais uma chance na repescagem.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brasileira do judô sofre com gozações dos colegas após ensaio sensual surpresa

Mariana Silva de calcinha e sutiã em pose sensual para o jornal Extra; ensaio sexy teria sido uma surpresa

Mariana Silva não é das atletas mais conhecidas da delegação brasileira que disputará os Jogos Olímpicos, mas mesmo assim chamou a atenção do público masculino ao aparecer de calcinha e sutiã em um ensaio para o jornal Extra, do Rio de Janeiro, há alguns dias. A judoca conta que foi surpreendida com a proposta das fotos sensuais e não fala em arrependimento, mas diz que já sofre com as gozações dos colegas.

  • Marcio Rodrigues / FOTOCOM.NET


"Foi quando a gente estava em uma concentração no Rio de Janeiro. Eles me entrevistaram e eu pensei que fosse um ensaio com umas fotos simples, mas de repente chegaram com aquelas roupas. Quase morri de vergonha, mas decidi fazer", diz a judoca de 22 anos, que não usa a surpresa como desculpa. "Eu quis fazer", repete. 

As "roupas" eram, no caso, um vestido curto vermelho, uma camisola de oncinha e uma lingerie preta. Todas as peças foram acompanhadas de caras e bocas sensuais. Na entrevista ao jornal, no entanto, ela garantiu que não posaria nua.

"Deus me livre, morro de vergonha. Não posaria por dinheiro nenhum no mundo. O dinheiro acaba, mas a vergonha não", disse Mariana na ocasião.

A negativa a uma possível capa de revista masculina não convenceu os mais próximos. "Agora fica todo mundo tirando sarro, lembrando das fotos, falando que eu sou a 'musa do judô'", conta a atleta, que apesar de não ligar para as brincadeiras diz não se sentir tão confortável no papel de musa.

terça-feira, 24 de julho de 2012

A quatro dias da estreia, judô treina com crianças em Sheffield


A equipe de judô do Brasil treinou na manhã desta terça-feira na Sheffield Hallam University, em Sheffield, cidade do norte da Inglaterra. A quatro dias de estrear nos Jogos Olímpicos, o treinamento aberto a imprensa contou com a presença de todos os atletas do País e durou cerca de duas horas.

No final do treinamento, crianças do Hillsborough Judo Club, que assistiram a preparação dos atletas brasileiros, participaram do treino com a equipe de apoio da Seleção, formada por judocas revelações que não irão participar dos Jogos.

Tiago Camilo e Leandro Guilheiro perderam o começo do treino pois estavam realizando trabalhos físicos na academia. A Seleção Brasileira está com seu grupo completo em Sheffield desde o último dia 17 de julho. A concentração prossegue até o início da Olimpíada. Cada atleta irá à Vila Olímpica dois dias antes de competir.

Esta é a primeira vez que o judô do Brasil vai completo para uma Olimpíada - são 14 atletas entre as sete categorias (contando homens e mulheres). A modalidade é um dos esportes que mais rendeu medalhas para o País na história: são 15 pódios, sendo entre elas dois ouros.

A disputa do judô ocorre entre 28 de julho e 3 de agosto no ExCel, arena localizada na região de Royal Docks e que receberá também boxe, esgrima, tênis de mesa, taekwondo, luta greco-romana e levantamento de peso.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tradição brasileira, judô deve trazer muitas medalhas de Londres

DANIELLE ZANGRANDO

Ontem parte da seleçao olímpica de judô embarcou para Londres, mais precisamente para Sheffild. Esta foi a cidade escolhida pela comissão técnica da Confederação Brasileira de judô para fazer a aclimatação dos atletas antes dos Jogos Olímpicos.

A comissão técnica optou em não ficar na Vila Olímpica por achar uma lugar com muitas distrações que podem tirar o foco dos atletas. Portanto dois dias antes da luta de cada um eles viajarão três horas de trem para chegar em Londres.

Em Atlanta também tivemos o mesmo tratamento Eu particularmente não gostei, pois chegava na Vila sem sentir o clima da maior competição esportiva do planeta e passava a noite em um lugar que você não esta acostumado a dormir. Em Athenas foi diferente, ficamos na Vila dez dias antes de lutar e foi muito melhor, porque tivemos tempo para nos adaptarmos aquela situação.

Com relação as diversões que tem na Vila, é obvio que existem, mas acho muito improvável que esses atletas que passaram quatro anos se dedicando a um objetivo muito grande que é conquistar uma medalha olímpica, se deixem levar por coisas que podem prejudicar o rendimento deles na competição.

Quanto as tentações gastronômicas, realmente se não tomar cuidado fica difícil ter uma alimentação balanceada, porque tem comida saudável, mas também tem muitos doces, sorvetes, sanduíches, pizza, etc… Aliás a maior fila do restaurante da Vila Olímpica é no Mc Donald's, então nesta questão as nutricionista da CBJ acertaram em cheio. Melhor prevenir do que remediar.

Acho que a CBJ acertou nesta questão da alimentação, mas por outro lado dividiu o grupo no momento mais importante que é o dia da competição. Os primeiros atletas a lutarem não terão o apoio dos seus companheiros de equipe, pois estarão em Sheffild. E mesmo os que forem chegando à Vila próximo ao dia de lutar, normalmente não gostam de ir ao ginásio na véspera da competição. Enfim essa é uma questão que nunca vai agradar a todos e divide muito a opinião dos próprios atletas.

Embarcaram ontem Leandro Guilheiro, Tiago Camilo, Rafael Silva e toda comissão técnica. Hoje embarcam Sarah Menezes, Erika Miranda, Rafaela Silva, Mariana Silva, Maria Portela, Mayra Aguiar, Suelen Altheman, Felipe Kitadai, Leandro Cunha, Bruno Mendonça e Luciano Corrêa.

O judô, ao lado do atletismo e iatismo, é a modalidade que mais traz medalhas olímpicas para o Brasil. Há sete Jogos Olímpicos consecutivos que subimos no pódio, de Los Angeles até Pequim. Uma marca espetacular que vai ser mantida sem duvida nenhuma, porque pelo retrospecto deste ciclo Olimpico, esta é a equipe mais homogênea que o Brasil já teve. Eu acredito que o Brasil vai conquistar quatro medalhas, inclusive uma de ouro para quebrar um jejum de 20 anos. O último judoca que foi campeão olímpico foi o santista Rogério Sampaio, em Barcelona 1992. Aurélio Miguel conquistou a primeira medalha de ouro do judô brasileiro em Seoul 1988.

Então como diz a técnica da Seleçao feminina: "missão dada, missão cumprida"!

A nossa "tropa de elite" já foi para batalha, então vamos torcer, porque muita coisa boa vem por aí. Eu acredito que esta equipe tem tudo para fazer um resultado histórico.

O judô começa na madrugada do dia 28 de julho e vai até o dia 3 agosto com transmissão ao vivo do Terra TV das 5h30 as 8h30 (horário de Brasília ) será a fase eliminatória e das 10h as 12h50 (horario de Brasilia) as disputas de medalhas, tudo ao vivo com os meus comentários. Acompanhem!

De forma discreta, últimos judocas brasileiros embarcam para Londres

Maria Suellen e Bruno Mendonça (à esquerda) foram alguns dos últimos judocas a embarcar para Londres. Foto: Léo Pinheiro/Terra

Diferente da equipe brasileira de natação, que embarcou ontem para Londres acompanhada de gritos de incentivos dos torcedores, a equipe nacional de judô teve uma recepção bem mais discreta no Aeroporto Internacional de Garulhos, em São Paulo.

Acompanhados dos familiares, poucos torcedores e membros da imprensa abordaram os judocas. Alguns dos principais atletas da equipe, Leandro Cunha entrou no avião sem ser visto por ninguém, da mesma maneira que Luciano Corrêa, que embarcou na aeronave logo após chegar de Belo Horizonte e também não conversou com nenhum jornalista.

Embarcaram nesta segunda sete dos 14 representantes brasileiros no judô. No masculino, Bruno Mendonça (categoria até 73kg), medalhista de ouro no Pan-Americano de Guadalajara no ano passado, Fernando Kitadai (78kg), Luciano Corrêa (100kg), que disputou a Olimpíada de Pequim de 2008, e Leandro Cunha (66kg), vice-campeão mundial em 2010 e 2011, além de medalhista de ouro no Pan-Americano de Guadalajara. No feminino, Maria Suellen (78 kg), Mayra Aguiar (78 kg) e Maria Portela (até 70 kg) completam a delegação.

Leandro Guilheiro (81kg), Tiago Camilo (90kg) e Rafael Silva (+100kg) embarcaram no último domingo, enquanto Sarah Menezes (48kg), Erika Miranda (52kg), Rafaela Silva (57kg) e Mariana Silva (63kg) foram para Londres nesta segunda pelo Rio de Janeiro

Maria Suellen, primeira brasileira na categoria pesados nas últimas três edições de Olimpíada, chegou acompanhada pelo marido, Carlos Honorato, medalhista de prata nos jogos de Sidney. Apesar de acreditar que a mulher esteja pronta, o ex-judoca não resistiu em dar conselhos para a primeira Olimpíada da companheira.

"Eu sou marido, então eu acredito na medalha, ela lutou contra todos os atletas que estão na frente dela no ranking. Mas para mim o perigo não está em que está na frente, mas quem pode surpreender. É uma competição totalmente diferente, o mundo inteiro está olhando pra você. Na primeira luta você pode estar um pouco duro, um pouco tenso, e errar um golpe que pode gerar um ippon para o adversário. Passando a primeira luta, tenho certeza que ela vai se sair bem e vai trazer uma medalha", disse Honorato.

Apesar do conselho, Suellen está tranquila. Para ela, o enfoque tem que ser apenas no desenvolvimento individual, e assim surpreender os adversários e subir ao pódio.

"Eu estou bem focada apesar de ser a minha primeira Olimpíada. A gente estuda a maior parte das adversárias, mas eu procuro eu me preparar, para chegar lá e surpreendê-las", conta a judoca.

Líder do ranking mundial, Mayra Aguiar tem bem definido o seu objetivo em Londres: conquistar a medalha de ouro, apesar da forte concorrência na categoria.

"A gente entra numa competição para buscar o ouro. Se não pensar isso nem entra na competição, vai para casa. Tenho consciência de que tem diversas meninas com chance de medalhas, mas eu também tenho. A Kayla Harrison, por exemplo, que estou sempre pau a pau com ela, acho que a gente já lutou umas dez vezes", lembra atleta gaúcha.

As competições no judô começarão no dia 28 de julho em Londres, sendo encerradas no dia 3 de agosto. A delegação de judô ficará em concentração na cidade de Sheffield, que fica a cerca de 250 Km de Londres, se instalando na Vila Olímpica apenas antes das disputas de cada categoria.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Judoca que vai a Londres acusa clube de não pagar salários

Segundo Mariana Silva, a equipe de judô da Universidade Gama Filho não paga os salários desde março. Foto: Léo Pinheiro/Terra

A judoca Mariana Silva defende a equipe da Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro. Porém, em entrevista ao Terra, ela disse que não recebe nada pelo trabalho desde março, quando assinou o contrato.

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Agora, faltando pouco mais de 20 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Londres, Mariana não quer se preocupar com o problema. "Não estão me pagando, aí fica difícil. Parece que o projeto não deu certo, eu não quero ficar me envolvendo muito, porque tem a Olimpíada e eu não quero ficar me estressando", afirmou a judoca.

A atleta, 22 anos, conseguiu a vaga em Londres com a 14ª colocação do ranking mundial na categoria até 63kg. Desde então vem trabalhando, principalmente, com a Seleção Brasileira, para estar bem na capital inglesa.

"Eu não sei te dizer o que está acontecendo, mas chamar de clube não dá. Eu não posso falar que sou da Gama Filho, porque eles não estão me dando apoio nenhum", disse.

Mariana Silva também não pensa em assinar com outra equipe, mas quer entrar com um recurso contra a Gama Filho, com a qual tem contrato de um ano. "Já recebei propostas de outros lugares, mas agora eu não quero resolver nada assim às pressas antes da Olimpíada para não errar de novo", explicou a atleta.

O Terra entrou em contato com a assessoria da Universidade Gama Filho para esclarecer a situação. A resposta foi que eles não têm nenhum posicionamento sobre isso, e que a situação era para permanecer internamente.

"Depois que eu voltei do Japão fui para Santos, na academia do Rogério Sampaio (ex-judoca). Eu fiquei lá dois anos, e esse ano de Olimpíada aceitei a proposta da Gama Filho. Mas não deu certo e eu fiquei na mão. Eu tenho outros apoios, como a Confederação Brasileira, a Marinha e os meus patrocinadores", acrescentou Mariana Silva, se referindo ao período que voltou do Japão, onde fez um intercâmbio de cinco anos.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Comissão técnica aposta em melhor desempenho feminino no judô

O coordenador técnico da seleção, Ney Wilson (esq.), acredita em um melhor desempenho das mulheres se comparado com os homens. Foto: Fernando Borges/Terra



O judô brasileiro vai ser ousado nos Jogos Olímpicos de Londres. Com 14 atletas classificados pela primeira vez na história do esporte, as metas traçadas pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) falam em conquistar quatro medalhas e voltar ao lugar mais alto do pódio, coisa que não acontece desde Barcelona 1992 com Rogério Sampaio. O coordenador técnico da seleção, Ney Wilson, vai até mais além: ele vê com tamanho otimismo o crescimento do judô feminino do Brasil, que se arrisca a imaginar que o resultado das mulheres possa até ser melhor que a dos homens.

"A equipe feminina é mais jovem e temos que ver como elas se comportam numa situação de tensão como a de uns Jogos Olímpicos. Os homens são mais experientes, mas Londres vai ser a grande prova para elas", disse Ney Wilson durante a apresentação do esquema da equipe para Londres, nesta quarta-feira, na sede da entidade no Rio.

Para atingir esses objetivos, o planejamento é meticuloso e prevê muitos sacrifícios, como ficar de fora da cerimômia de abertura no dia 27: "começamos a competir no dia seguinte e não vamos a Londres para nos divertir". Além de treinos no Rio de Janeiro até a data do embarque para a Inglaterra, no dia 16, a delegação chega em Londres e pega um ônibus até a cidade de Sheffield, a três horas de distância, para dar toda a calma e estrutura necessária aos atletas em busca de medalhas. "Só vamos viajar para Londres dois dias antes da competição. Entramos na Vila Olímpica e saímos no dia seguinte da competição", explica.

No dia das disputas, a CBJ reservou um hotel perto do ginásio das lutas onde o atleta terá apoio de um técnico, uma nutricionista, um massagista e um massoterapeuta, para se preparar para as finais, marcadas para o início da noite. "E ainda vamos ter um carro à disposição para o atleta sair mais rápido do ginásio e começar o descanso logo", explicou Wilson. Caso ganhe medalha, participa dos eventos oficiais do COB e dorme uma noite em Crystal Palace. Depois fica liberado para curtir um pouco antes do retorno da equipe, no dia 5 de agosto. Todos juntos, direto para São Paulo.

No total serão 50 pessoas envolvidas, entre atletas, atletas de suporte e 18 membros da comissão técnica. "Em Barcelona, quando Rogério Sampaio ganhou o ouro, a comissão técnica inteira do Brasil era de três pessoas", lembra o presidente da CBJ, Paulo Wanderley.

O otimismo com o número de medalhas vem de alguns números interessantes. Nos últimos quatro anos, o judô brasileiro conseguiu 402 medalhas em competições internacionais, teve o melhor resultado de um país nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, e ainda conseguiu colocar dois atletas no primeiro lugar do ranking antes de Londres: Mayra Aguiar e Leandro Guilheiro. Isso garante ao Brasil ser cabeça-de-chave em dez das 14 categorias em disputa em Londres.

Além do trabalho de longo prazo, a tecnologia entra em cheio na preparação da equipe brasileira. No meio da delegação está um estrategista. Leonardo Mataruna é o responsável por gravar os treinamentos dos atletas em vídeos e ver onde estão errando, onde podem corrigir deficiências e onde podem melhorar. "Queremos mostrar alguns segredinhos em Londres. Aliás, todo mundo quer", explica Ney Wilson, dizendo ainda que quando se trata de Olimpíada, um pequeno detalhe faz toda a diferença. Da equipe brasileira que vai a Londres, além de Mayra e Guilheiro, primeiros do ranking (até 30 de abril quando foram definidas as vagas para Londres), quase todos têm vasta experiência internacional e bons resultados contra os dez primeiros do ranking mundial em suas categorias.

No feminino vão estar em Londres além de Mayra Aguiar, Sarah Menezes, Erika Miranda, Rafaela Silva, Mariana Silva, Maria Portela e Maria Suelen Altheman, que volta a colocar o Brasil na disputa do peso pesado. No masculino, além de Guilheiro, estarão Felipe Kitadai, Leandro Cunha, Bruno Mendonça, Tiago Camilo (medalhista olímpico duas vezes), Luciano Corrêa (outro medalhista olímpico) e Rafael Silva.

As metas da CBJ são melhorar o desempenho qualitativo de Seul 1988 e Barcelona 1992, com dois ouros, e o quantitativo de Los Angeles 1984 e Pequim 2008 com três medalhas. "Acho que depois de 20 anos o judô brasileiro merece", disse Wilson.

Se vai conseguir ou não, é questão de esperar os Jogos começarem. "Para mim 2012 já acabou. Estou só esperando as medalhas que o Ney Wilson vai trazer. Minha cabeça agora está já em 2016", disse brincando Paulo Wanderley, sem esconder que toda brincadeira traz um fundo de verdade. E nesse caso, a verdade tem que brilhar como ouro.

Vice-campeão mundial, L. Cunha ignora holofotes por medalha

Leandro Cunha sonha em conseguir uma medalha para o judô brasileiro. Foto: Adriano Lima/Terra

Entre os nomes apontados como favoritos para a conquista de uma medalha olímpica no judô, quase nunca está presente o de Leandro Cunha. Atleta da categoria até 66 kg, o paulista, campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 e duas vezes vice-campeão mundial, disse que não se importa com a falta de reconhecimento e que embarca para os Jogos Olímpicos com chances reais de medalha.

"Tenho que aprender a lidar com isso. No outro Mundial fui uma surpresa, mas agora estou comprovando o meu bom desempenho, afinal, venho de duas finais de campeonato mundial e sou medalhista de ouro dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara", desabafou o lutador.

Ainda sobre o fato de ser "deixado de lado" por algumas pessoas, o judoca não demonstrou preocupação e se mostrou determinado para a disputa. "Não sei se sou esquecido, mas para mim não é tão importante. No momento certo você vai aparecer, não tem jeito. Isso é uma coisa que acontece naturalmente. É claro que existem alguns atletas que possuem um pouco mais de repercussão, logo, recebem mais pressão. Quanto à isso estou tranquilo, estou focado 100% e nada vai atrapalhar meu sonho."

Em fase final de preparação, o judoca contou que, mesmo próximo do começo dos Jogos, sempre há o que melhorar. "Sempre tem alguma coisa para ajustar, seja um golpe ou um movimento. Agora começa a parte psicológica também, aparece um pouco de ansiedade, mas tudo está dentro do padrão. Estou pronto, esperando o momento chegar", afirmou Leandro.

Sobre a expectativa de conseguir uma medalha, o atleta passou confiança. "Sei que tenho grande chance de buscar essa medalha, mas tenho que comprovar isso no tatame. Estou me preparando, e, independente de ser favorito ou não, eu quero buscar a medalha", finalizou.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Rafaela Silva, judoca da categoria Leve que vai a Londres


Rafaela Lopes Silva é uma judoca brasileira.

Campeã mundial sub-20, e vice-campeã mundial adulta em Paris 2011, ainda com 19 anos de idade.

Para competir no Pan, desbancou Ketleyn Quadros, a primeira brasileira a subir ao pódio no judô nos Jogos Olímpicos. Nos Jogos Pan-americanos de 2011, em Guadalajara, no México, ganhou a medalha de prata na categoria até 57 kg