terça-feira, 7 de agosto de 2012

Judocas medalhistas são recebidos com festa em Porto Alegre

Com medalha olímpica, judocas foram exaltados na volta a Porto Alegre. Foto: Daniel Favero/Terra

Com medalha olímpica, judocas foram exaltados na volta a Porto Alegre
Foto: Daniel Favero/Terra


Os judocas medalhistas olímpicos Mayra Aguiar e Felipe Kitadai foram recebidos com muita festa em Porto Alegre na manhã desta terça-feira, com direito a desfile com carro de bombeiros e recepção de autoridades pelo caminho.

Os dois desembarcaram no Aeroporto Salgado Filho, por volta das 10h30, onde foram recebidos por uma multidão e saíram do local carregados nos ombros. Em seguida partiram a bordo de um carro de bombeiros pelas movimentadas avenidas da cidade, parando apenas para receber a saudação de autoridades locais.

Segundo Kitadai, a receptividade das crianças na chegada dos dois é algo lembra sua própria infância. "Fico muito feliz, porque o real motivo de estar aqui, é porque assisti em 1996 o Henrique Guimarães ganhar uma medalha de bronze, eu vi aquilo e decidi que um dia eu queria estar lá", disse. Segundo o judoca, todo o sofrimento na caminhada preparatória para os Jogos de Londres vale a pena.

Mayra diz que a ficha da conquista da medalha de bronze ainda está caindo, "caiu bem mais com toda essa receptividade". Ela lembra que o momento mais difícil da busca pela medalha em Londres foi o momento em que perdeu a luta para a americana, na semifinal, antes de entrar na disputa pela medalha de bronze.

"Foi a parte mais difícil da competição, eu saí com a luta perdida e com a dor no braço, eu só tinha vontade de chorar pra tirar aquela agonia, mas se chorasse ia acabar com minha competição, tive muita ajuda(...) daí pensei 'não vou sair daqui sem a medalha', tive bastante ajuda naquela hora, botei na cabeça que não ia deixar meu sonho escapar, independente do que fosse, quebrada, doente, não ia desistir do sonho", relembrou.

"Bom saber que tenho essa vontade dentro de mim , vou levar isso para o resto da minha vida", disse. Agora a dupla planeja um período de descanso, mas logo devem voltar aos tatames já visando a preparação para os Jogos Olímpicos de 2016, que acontecem no Rio de Janeiro.

Rosicléia Campos chora e desabafa contra "ignorantes"

Rosicléia desabafou contra a falta de cultura esportiva da maioria dos brasileiros. Foto: Fernando Borges/Terra

A técnica da Seleção feminina de judô do Brasil, Rosicléia Campos, se emocionou neste domingo ao desabafar sobre as críticas que os judocas brasileiros receberam ao longo dos Jogos Olímpicos de Londres e nos últimos anos, durante a preparação. Segundo ela, "o povo é ignorante" e faz criticas aos atletas sem conhecer o "trabalho".

"O povo brasileiro é ignorante no sentindo de ignorar o esporte, a gente fez um trabalho de quatro anos, se a gente olha os comentários que as pessoas fazem, a gente tem vontade de matar. Isso deixa todo mundo muito revoltado, todo mundo está aqui pelo esporte. Eles são heróis mesmo quando perdem, olha o passado deles", disse a técnica, que lamentou a postura de alguns fãs.

"É muito triste para a gente ler depoimento de brasileiros que não sabem do que estão falando. Nosso País é um País sem passado. Fica a dica, criticar sem propriedade é feio. Isso é coisa de ignorante, no sentido de ignorar o trabalho", afirmou, em entrevista realizada após o desembarque da equipe, em São Paulo.

A Seleção Brasileira de judô desembarcou neste domingo em São Paulo após conquistar quatro medalhas, três de bronze e uma de ouro, em Londres. O melhor desempenho foi da piauiense Sarah Menezes, que venceu a romena Alina Dumitru, campeã há quatro anos em Pequim, por um wazari e um yuko, conquistando a medalha de ouro na categoria ligeiro (até 48 kg) - a competidora, 22 anos, registrou a primeira conquista feminina da modalidade na história do País.

Apesar de dizer que a técnica foi "muito incisiva", o presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderleley Teixeira, reforçou as críticas. "Tem uma cultura brasileira disso, mas que é muito derivada do nosso esporte mãe, o futebol. Se não for a vitória, não vale. Essa visão está equivocada. Realmente ela (Rosicléia) tem alguma razão. Só foi muito incisiva", cutucou.

Depois das críticas, Rosicleia chorou e lembrou os "sacrifícios" feitos por treinadores e atletas. "Só tenho o que agradecer, sou uma pessoa abençoada, Estou muito feliz de fazer parte desse grupo, dessa história. Por isso, minha revolta anterior. As pessoas que me criticam não sabem a cota de sacrifício. Fiz disso aqui uma razão de viver, meu marido e meus pais são todos cúmplices.

A última vez em que o Brasil conseguiu um ouro no judô foi com Rogério Sampaio, na de Olimpíada de 1992. Antes disso, só Aurélio Miguel tinha conquistado a medalha. Além disso, com as quatro medalhas, a modalidade soma 19 pódios olímpicos na história e passou a vela, com 17, como o esporte que mais medalhas deu ao Brasil.

Prêmio de R$ 100 mil
Sarah Menezes irá receber um prêmio de R$ 100 mil pela vitória, de acordo com Paulo Wanderleley Teixeira. "A questão de estarmos numa estrutura independente deu uma tranquilidade e segurança de que o trabalho iria ser feito como planejado. O patrocinador está oferecendo R$ 50 mil para o campeão, e a CBJ vai dobrar esse valor. Então, o atleta campeão vai ganhar 100 mil", afirmou.

Além de Sarah, os judocas Rafael Silva, Felipe Kitadai e Mayra Aguiar, que conquistaram a medalha de bronze, também serão premiados. Cada um vai receber o valor de R$ 20 mil. "O terceiro lugar vai ganhar R$ 20 mil. O quinto colocado vai receber R$ 10 mil e o sétimo ganhará R$ 5 mil", complementou Teixeira.

sábado, 4 de agosto de 2012

Judô vê meta atingida, mas coordenador admite: potencial era maior

Equipe de judô garantiu 4 medalhas para o Brasil. 3 de bronze e uma de ouro. Foto: Edson Lopes Jr./Terra

O judô brasileiro encerrou a participação na Olimpíada de 2012 com quatro medalhas, sendo um ouro (Sarah Menezes, até 48 kg) e três bronzes (Felipe Kitadai, até 60 kg; Mayra Aguiar, até 78kg; Rafael Silva, mais de 100 kg). Para o coordenador da modalidade do Brasil em Londres, Ney Wilson, o resultado foi o esperado, mesmo com resultados abaixo do esperado de nomes como Leandro Guilheiro (até 81 kg) e Luciano Corrêa (até 100 kg), sem medalhas.

"A meta foi cumprida integralmente, 100% daquilo que foi proposto pela comissão técnica", disse Ney Wilson neste sábado. "Além das medalhas, nos tivemos três quintos colocados (Tiago Camilo, até 90 kg; e Maria Suellen Althemann, mais de 78 kg) e um sétimo (Guilheiro). Tivemos um numero maior de lutas vencidas que em Pequim", comparou.

Na conta do dirigente, o Brasil chegava com muitos atletas em condições de subir ao pódio, mas alguns deles acabariam perdendo suas oportunidades. Mesmo assim, e reconhecendo que determinadas categorias ficaram abaixo do esperado, os judocas brasileiros tinham um "arsenal" de oportunidades para atingir a meta de quatro medalhas na Olimpíada de 2012, conforme a projeção.

"A equipe tinha potencial? Poderia sair com um resultado melhor? Poderia. Tenho certeza de que alguns atletas chegaram aqui como favoritos: Leandro Guilheiro, Tiago Camilo... Tinham medalhas olímpicas, experiência olímpica. Mas eu sempre disse o seguinte: temos um arsenal muito grande para acertar quatro (medalhas). Alguns comentaristas chegaram a prever seis, sete medalhas. Eu sempre fui pé no chão: quatro medalhas, e a gente está indo bem longe. O grande desafio era chegar na medalha de ouro. Fazia 20 anos que a gente não chegava a uma medalha de ouro. Essa geração merecia conquistar uma medalha de ouro", disse o dirigente, lembrando o ouro de Rogério Sampaio (até 65 kg) na Olimpíada de Barcelona, em 1992.

Ao lembrar atletas que não alcançaram o pódio que poderiam, Ney Wilson lembrou da dificuldade que todos os judocas têm em conseguir bons resultados em Olimpíadas. Mesmo acreditando que o nível da competição está abaixo do encontrado nos Campeonatos Mundiais, o dirigente vê a pressão psicológica como fator preponderante para decidir quem se torna medalhista olímpico.

"Não tenho dúvida nenhuma de que tínhamos equipe com potencial para ter melhores resultados. Mas também temos experiências olímpicas, e Jogos Olímpicos são uma coisa a parte em competições. Na nossa modalidade, o Campeonato Mundial é mais difícil que os Jogos Olímpicos. No entanto, os Jogos Olímpios têm uma carga de emoção muito grande. Alguns atletas se sobressaem pela vontade de se sobressair naquele momento. No judô, tivemos muito disso", avaliou.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Brasil tem judô recordista, tropeço de veteranos e afirmação feminina

Sarah Menezes levou o único ouro brasileiro no judô, o primeiro de uma brasileira na modalidade. Foto: Edson Lopes Jr./Terra

Chegou ao fim na sexta-feira a disputa do judô na Olimpíada de Londres. Para o Brasil, a campanha foi histórica: quatro medalhas, sendo uma de ouro, o melhor resultado em todas as edições dos Jogos. A modalidade ainda ultrapassou temporariamente a vela como esporte que mais rendeu pódios para o País em toda a história.

Entretanto, os Jogos de Londres serviam principalmente para confirmar o judô feminino brasileiro e até superar o masculino na Olimpíada. Sarah Menezes conquistou o primeiro ouro de uma judoca em toda a história, pódio que serviu ainda como a terceira vez que um brasileiro sobe ao ponto mais alto na modalidade.

"O mundo hoje respeita o judô brasileiro feminino"¸ afirmou Rosicléia Campos, técnica da Seleção feminina e uma das responsáveis por este desenvolvimento. "Estou muito orgulhosa da equipe feminina. Valeu a pena todo o empenho e a dedicação. O trabalho, o planejamento, as pessoas que colaboraram", disse.

Antes de Londres, o melhor resultado feminino havia sido o bronze de Ketleyn Quadros em Pequim. Em 2012, além do ouro de Sarah, Mayra Aguiar obteve o terceiro lugar. "Eu esperava mais. Não tinha dúvida. A desclassificação da Rafaela (Silva) acabou alterando as nossas expectativas. Todas sem dúvida tinham chances, mas a Rafaela pelo histórico poderia ter chegado a uma final e medalhado", comentou a treinadora.

"Está ótimo. O judô feminino reescreveu mais uma vez a história. Uma medalha de ouro e uma de bronze. O nosso último resultado tinha sido um bronze e um quinto lugar, então foi ótimo. Mas eu como treinadora e planejadora dos objetivos queria mais e vou sempre continuar querendo mais", explicou Rosicleia.

O trabalho da equipe feminina ainda foi elogiado pelo coordenador técnico, Ney Wilson. "O judô feminino de 2007 para cá teve um crescimento gigantesco. Isso se deve a um trabalho bem planejado em que a Rosi realmente conquistou as atletas e conseguiu unir dentro de um trabalho para se consagrar nesses Jogos Olímpicos", disse.

Entre os homens, o resultado final foi a conquista de duas medalhas por atletas jovens e em sua primeira Olimpíada. O ligeiro Felipe Kitadai e o pesado Rafael "Baby" Silva deixaram Londres com o bronze pendurado ao redor do pescoço, garantindo assim o primeiro pódio da história para suas categorias.

O judô masculino, entretanto, viu desempenhos irregulares de veteranos. Líder do ranking mundial na categoria até 78 kg, Leandro Guilheiro foi derrotado nas quartas de final e não conseguiu passar pela repescagem para buscar seu terceiro bronze. Já Tiago Camilo, dono de uma prata e um bronze, caiu na disputa do terceiro lugar.

"A meta foi cumprida. Claro que a gente poderia ter um resultado melhor. Um meio-leve (Leandro Cunha) que foi vice-campeão mundial em duas oportunidades, ou um Leandro Guilheiro, todos tinham capacidades para passar com um resultado bom. Mas faz parte da luta. Acho que nosso trabalho está no caminho certo. Conseguimos medalha com atletas jovens e que vêm cada vez mais evoluindo", explicou o treinador Luis Shinohara.

Baby termina Olimpíada sem levar golpes e mira superar campeão Riner


Com o bronze de Rafael Silva, judô brasileiro fez a melhor companha na história dos Jogos. Foto: Marcelo Pereira/Terra

Se existiu uma tarefa complicada nesta sexta-feira, na arena ExCel, foi derrubar Rafael Silva. O judoca, mais conhecido como "Baby", conquistou a medalha de bronze ao derrotar o sul-coreano Sung-Min Kim na disputa pelo terceiro lugar. Em sua campanha, o brasileiro não sofreu golpes, mas como também teve dificuldades para atacar, teve que enfrentar quatro vezes o tempo extra.

"Foi muito difícil. Eu fiz quatro golden score. Foi muito cansativo, mas ainda bem que com todo o treino e todo o trabalho consegui sair com a medalha. É a primeira medalha na categoria pesado do Brasil", lembrou o judoca após garantir sua condecoração. "Estou muito feliz, cara. É indescritível", disse.

Após derrotar o islandês Thormodur Jonsson por ippon, Baby precisou disputar o golden score em todas as suas lutas, sendo que em duas vezes a decisão ficou para os árbitros. Isso inclui a disputa das quartas de final, em que os jurados consideraram o russo Alexander Mikhaylin como o vencedor.

Na disputa do bronze a medalha veio também na prorrogação. Após empate sem pontos para os atletas, o coreano recebeu sua segunda punição, que resultou em yuko e bronze para o brasileiro. "Estava shido a shido, punição para os dois lados. Então taticamente tentei colocar mais volume no início do golden score. E quando o juiz parou, pensei que se ele desse o shido, era só sair para o abraço. Ainda bem que a tática deu certo. Estou realmente nas nuvens", explicou Baby.

Agora o brasileiro tem planos ambiciosos. A grande meta é superar o francês Teddy Riner, que conquistou nesta sexta seu primeiro ouro olímpico. O astro europeu está invicto desde a Olimpíada de Pequim em sua categoria e tem seis títulos mundiais. Assim como o brasileiro, Riner deixou Londres sem sofrer golpes.

"Para nós é difícil cair. Mas ainda vou pegá-lo", brincou Baby. "Acredito que ninguém é imbatível. Quando ele (Riner) treina, com certeza trabalha para que ninguém possa superá-lo. Então tentarei superar minhas habilidades para vencê-lo no Rio ou em outra competição", afirmou o judoca, já pensando na Olimpíada de 2016.

Rafael "Baby" supera húngaro na bandeira e briga pelo bronze

Rafael Silva tentará o segundo bronze masculino no judô. Foto: Marcelo Pereira/Terra

O judoca Rafael "Baby" Silva se garantiu na disputa pela medalha de bronze na Olimpíada de Londres. Nesta sexta-feira, o peso pesado (acima de 100 kg) superou o húngaro Barna Bor, em decisão unânime dos árbitros após o fim do Golden Score, e avançou para brigar por um lugar no pódio.

Campanha

Na fase quartas de final, o judoca não encontrou seu jogo durante o Golden Score e acabou superado pelo russo Alexander Mikhaylin.

Em um combate morno e amarrado, Rafael Silva controlou a pegada de Mikhaylin, mas não apresentou a mesma iniciativa do adversário. Com o controle do ritmo de duelo, o brasileiro forçou um shido contra o rival. A punição, em vez de favorecer o representante de Campo Grande, acordou o russo, que cresceu no combate e terminou o duelo fisicamente melhor que o oponente.

No Golden Score, "Baby" sentiu o cansaço. Sem forçar uma nova punição para o europeu, que daria a vitória por um yuko, o brasileiro perdeu combatividade e recebeu um shido. Dominado no restante do duelo, Rafael Silva viu os três árbitros - Donald Ferland, Oscar Knoester e Houreddine Hassine - levantarem a bandeira azul, dando a vitória e a vaga na semifinal para Alexander Mikhaylin.

Para chegar às quartas de final, o judoca nacional apresentou grande regularidade e agressividade dentro do tatame. Nas oitavas, Rafael venceu por ippon, no Golden Score, o lituano Marius Paskevicius e avançou para a disputa direta por medalhas na competição.

Durante a primeira rodada, Baby não deu chances ao adversário. O judoca brasileiro venceu o islandês Thormodur Jonsson por ippon e triunfou pela primeira vez em uma Olimpíada - Londres 2012 é a primeira edição disputada pelo atleta.

Terceiro colocado no ranking mundial e um dos favoritos à medalha, Rafael Silva controlou o combate desde o início e não enfrentou grandes problemas para estrear com vitória. Com 1min48 de duelo, o brasileiro, com o controle da pegada, encaixou um o-soto-gari e registrou o ippon que o garantiu na próxima fase olímpica.

Rafael Silva e Maria Suelen perdem nas quartas e disputam repescagem pelo bronze

Rafael Silva cai sobre o lituano Marius Paskevicius durante sua vitória na segunda luta
  • Rafael Silva cai sobre o lituano Marius Paskevicius durante sua vitória na segunda luta

Depois de duas boas vitórias em seus primeiros combates, Rafael Silva perdeu para o russo Alexander Mikhaylin nas quartas de final e agora não tem mais chances de chegar à decisão dos pesos pesados do judô. Maria Suelen, que compete na categoria acima de 78 kg, também caiu nas quartas diante da japonesa Mika Sugimoto e vai à repescagem.

O brasileiro perdeu na decisão dos juízes, após placar zerado no golden score. Rafael volta ao tatame para disputar a repescagem por volta das 10h35 no horário de Brasília, contra o húngaro Barna Bor.


AFP

Rafael avançou às quartas após bater o lituano Marius Paskevicius nas oitavas de final com ippon no golden score, após 24 segundos. Os cinco primeiros minutos haviam sido muito equilibrados.

Em sua primeira luta, Rafael teve uma estreia tranquila. Encaixou um ippon de osotogari no islandês Thormoduz Jonsson logo aos dois minutos de luta. O brasileiro, terceiro do ranking mundial, confirmou seu favoritismo no combate.

Contra o russo, o primeiro minuto foi de muito estudo e pouco agressividade. Do segundo minuto até o fim da primeira metade, Mikhaylin passou a incomodar mais, enquanto Rafael tentava mais bloquear os golpes.

A luta seguia empatada, mas Rafael tinha dificuldade para conseguir pegar o adversário, que usava bem o fato de ser mais leve. A 1min19s do fim, o russo levou uma punição por falta de combatividade. Rafael passou a se soltar mais. Mas o combate foi para o golden score.

Rafael passou a tentar usar a punição a seu favor e fazer com que o russo fosse mais uma vez punido. A tática não deu certo, e Rafael também recebeu a punição de shido por  sair da área de combate. Melhor na luta no final e com mais gás, o russo procurou a vitória, enquanto o brasileiro tentava neutralizar. O golden score acabou empatado, e os juízes decidiram pela vitória do russo.

Maria Suelen perde em 48 segundos

A luta de Maria Suelen contra a japonesa, favorita e campeã mundial de 2010, durou apenas 48 segundos. A brasileira quase conseguiu derrubar a rival aos 20 segundos, mas Sugimoto respondeu logo em seguida e, dominando gola e manga, conseguiu derrubar a brasileira de ippon antes do fim do primeiro minuto. 

Altheman, nona do ranking mundial e que havia vencido seus dois primeiros combates, agora vai para a repescagem para tentar disputar a medalha de bronze. Sua adversária será a cazaque Gulzhan Issanova. 

Em sua primeira luta, Maria Suelen venceu a francesa Anne-Sophie Mondiere. A paulista conseguiu um wazari logo aos 1min13s de luta e administrou a vantagem até o final. Na segunda, bateu a tunisiana Nihel Cheikh Rouhou por ippon.

O judo feminino deu até agora duas medalhas para o Brasil. Sarah Menezes levou o ouro na categoria até 48 kg, enquanto Mayra Aguiar ficou com o bronze na até 78kg.

Rafael Silva vence lituano e segue às quartas de final do judô


O peso pesado Rafael Silva (+100kg) passou sufoco, mas, já no golden score, conseguiu aplicar um ippon sobre o lituano Marius Paskevicius e garantiu vaga nas quartas de final do judô em Londres.

Em uma luta muito amarrada, "Baby" acabou sendo penalizado por falta de combatividade logo no início. Na sequência, foi a vez de o lituano receber a mesma punição.

Como nenhum dos judocas conseguiu aplicar golpes, o combate seguiu para o golden score. Foi então que o brasileiro, terceiro do ranking mundial, tomou a iniciativa e surpreendeu o lituano com um ippon.

Nas quartas de final, o judoca brasileiro enfrentará o russo Alexander Mikhaylin, que atualmente figura em sexto na lista mundial.

Maria Suelen derrota tunisiana e vai às quartas de final do judô


A peso pesado (+78kg) brasileira Maria Suelen Altheman garantiu vaga nas quartas de final do judô nas Olimpíadas de Londres ao derrotar a tunisiana Nihel Cheikh Rouhou.

Depois de uma luta muito equilibrada, Maria Suelen, atualmente na nona posição do ranking mundial, conseguiu um ippon aos quatro minutos de combate.

Após um falso ataque, a tunisiana acabou punida logo no início da luta. A brasileira, apesar do domínio, não apresentava muito volume de luta. Com isso, acabou sendo penalizada por falta de combatividade.

A partir daí, Maria Suelen resolveu partir para cima e acabou recompensada por um ippon quando restava um minuto para o final da luta.

Nas quartas de final, a judoca paulista terá pela frente a japonesa Mika Sugimoto, atualmente na quarta colocação da lista mundial.

Maria Suelen vence a segunda e está nas quartas de final


A judoca brasileira Maria Suelen derrotou a tunisiana Nihel Cheikh Rouhou por ippon em sua segunda luta na categoria acima de 78 kg dos Jogos Olímpicos de Londres e garantiu vaga nas quartas de final.

A brasileira, de 23 anos, enfrentará na próxima fase a japonesa Mika Sugimoto, uma das favoritas da competição.

Na estreia, Maria Suelen venceu a francesa Anne-Sophie Mondiere, atual vice-campeã europeia, por waza-ari.

Maria Suelen conquistou o bronze no Pan-Americano de Guadalajara-2011.

A equipe feminina de judô do Brasil conquistou duas medalhas até o momento em Londres-2102: ouro com Sarah Menezes (até 48kg) e bronze com Mayra Aguiar (até 78 kg).

Peso pesado Rafael Silva vai às oitavas de final no judô


O judoca Rafael Silva, representante brasileiro na categoria peso pesado (+ 100kg) do judô nas Olimpíadas de Londres, conquistou vaga nas oitavas de final do torneio nesta sexta-feira ao derrotar o islandês Thormodur Jonsson.

O atleta sul-mato-grossense, terceiro do ranking mundial, venceu após aplicar um ippon com quase dois minutos de luta.

Na próxima fase, "Baby" enfrentará o lituano Marius Paskevicius, 14º da lista mundial, em luta que acontecerá por volta das 6h30 (horário de Brasília).

Maria Suelen vence na estreia no peso pesado do judô


A brasileira Maria Suelen Altheman superou a francesa Anne-Sophie Mondiere nesta sexta-feira e avançou às oitavas de final da categoria peso pesado (+ 78kg) do judô em Londres.

A judoca paulista, que é a nona colocada do ranking mundial, conseguiu um waza-ari com pouco mais de um minuto de luta. A partir daí, a judoca francesa se lançou ao ataque, mas Maria Suelen conseguiu resistir para vencer.

Na próxima fase, a brasileira enfrentará a tunisiana Nihel Cheikh Rouhou, que atualmente ocupa o 20º posto da lista mundial.

A luta entre as duas acontecerá por volta das 7h (horário de Brasília).

Rafael Silva derrota islandês na estreia


O judoca brasileiro Rafael Silva estreou com uma vitória rápida na categoria acima de 100 kg dos Jogos Olímpicos, ao superar o islandês Thormodur Jonsson por ippon.

Nas oitavas de final, Rafael 'Baby' enfrentará o lituano Marius Paskevicius.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Mayra Aguiar vence holandesa e conquista segundo bronze do Brasil


Mayra Aguiar se recuperou da derrota na semifinal dos pesos-meio-pesados (até 78kg) e derrotou a holandesa Marhinde Verkerk na disputa da medalha de bronze, nesta quinta-feira. Foi a segunda medalha de bronze do Brasil nas Olimpíadas de Londres 2012 e a quarta no total, depois do ouro de Sarah Menezes (judô, peso-ligeiro), da prata de Thiago Pereira (natação, 400m medley) e do bronze de Felipe Kitadai (judô, peso-ligeiro).

Judô mayra aguiar brasil Marhinde Verkerk holanda londres 2012 (Foto: Agência Reuters)

Não foi fácil deixar a derrota para a arquirrival Kayla Harrison para trás e entrar no tatame novamente. Mayra admitiu que teve vontade de chorar, mas recebeu conselho de outros medalhistas olímpicos - Aurélio Miguel, ouro em 1988 e bronze em 1996, e Leandro Guilheiro, bronze em 2004 e 2008 - e se recompôs.

- Dá uma vontade de chorar, sair aquele negócio de dentro, porque fica uma coisa ruim, e meu braço estalou todo quando ela o pegou, mas engoli o choro. O Aurélio Miguel já me falou que era outra competição, aquilo me animou - disse a gaúcha, em entrevista ao SporTV.

Verkerk tinha uma torcida bastante barulhenta a seu favor, gritando "Holanda" por boa parte do combate. A europeia tentou as primeiras entradas da luta. Mayra, porém, estava focada e não deu chances à adversária. Defendeu as entradas e, com 3m36s restando, conseguiu um ko-soto-gari que derrubou a holandesa e lhe valeu o ippon da vitória e a medalha de presente na véspera de seu aniversário de 21 anos. No Sul, os amigos de Mayra comemoraram a vitória cantando "Parabéns a Você", com um bolo especial.

- Amanhã é meu aniversário e a medalha olímpica não podia ser presente melhor. Todas as batalhas, todas as dores, tudo que tive que abrir mão, tudo isso valeu a pena por este momento - afirmou.

O terceiro pódio garantiu ao judô sua melhor participação nos Jogos Olímpicos na história, com três medalhas, sendo uma de ouro e duas de bronze. Em 1984 e 2008, o Brasil também conquistou três medalhas no judô, mas nenhum ouro - em 84, foram uma prata e dois bronzes, e, em 2008, foram três bronzes. A seleção de 2012 ainda tem duas chances de superar essa marca e alcançar a meta da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) de quatro medalhas olímpicas: na sexta-feira, Rafael Silva e Maria Suellen Altheman disputam a categoria peso-pesado.

Confira como ficou o pódio do peso-meio-pesado (até 78kg) do judô feminino:

1ª: Kayla Harrison (EUA)
2ª: Gemma Gibbons (GBR)
3ª: Audrey Tcheumeo (FRA)
3ª: Mayra Aguiar (BRA)

Leandro Guilheiro fica em sétimo lugar no meio-médio


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O seoi nage aplicado sobre o marroquino Soufiane Attaf deu a impressão que o dia seria de Leandro Guilheiro na Arena ExCel, local de competição do judô nos Jogos Olímpicos de Londres. Depois de vencer a primeira luta por yuko (dois shido) sobre o lituano Konstantins Ovchinnikovs, o líder do ranking mundial ainda viu alguns de seus principais adversários perderem no tatame ao lado: o campeão olímpico de Pequim (peso leve) Elnur Mammadli (AZE) e o inglês Euan Burton. Mas a história começou a tomar contornos diferentes nas quartas-de-final.

"Perdi no tatame", resumiu Leandro Guilheiro, derrotado nas quartas pelo americano Travis Stevens e, na repescagem, pelo japonês Takahiro Nakai. "Fiz a preparação que considero ideal, trabalhei o corpo, o físico, a cabeça, a técnica. O que eu faria diferente na luta? Difícil dizer, eu teria que mudar o meu judô para lutar. O mérito foi dos adversários, que souberam me vencer. Demorei a encontrar soluções ao longo dos combates", explicou o duas vezes medalhista olímpico de bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008, ambas no peso leve.

Ainda com as marcas da luta no corpo, visível em hematomas no rosto e arranhão no pescoço, Guilheiro atendeu a todos os jornalistas ao sair do tatame.

"Voltei para a repescagem com toda concentração e vontade. Passei por isso nos dois últimos Jogos Olímpicos e sei que voltar para casa com o bronze é melhor do que de mãos abanando como agora", disse Guilheiro. "Estou tão concentrado nas Olimpíadas que ainda não sinto muita dor. Acho que no dia seguinte vai ser pior, vai vir a decepção", completou.

No meio-médio feminino, Mariana silva foi eliminada na primeira rodada pela chinesa Lili Xu, que acabou ficando com a prata.

"Estava motivada pelo bronze do Kitadai, que assim como eu não era cabeça de chave e conquistou a medalha. Se perdi é porque tenho algo a evoluir", comentou a jovem judoca. "Conversei com os atletas mais experientes antes da luta pois era a minha estreia, Olimpíada é mesmo algo especial", concluiu.

Manoela Penna, de Londres

Tiago Camilo é quinto nos Jogos de Londres


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Duas vezes medalhistas olímpico, Tiago Camilo experimentou um sentimento nada familiar: a tristeza de voltar de uma Olimpíada sem medalha. O peso médio, prata em 2000 (leve) e bronze em 2008 (meio-médio), ficou em quinto lugar nos Jogos de Londres, ao perder a luta decisiva para o campeão mundial Ilias Iliadis (GRE) por dois shido. Nas quartas-de-final, Camilo havia sido derrotado pelo coreano Dae-Nam Song, que acabou ficando com o ouro.

"Fiz tudo o que eu podia na minha preparação. Fui ao  meu limite. Até hoje não sabia o que era voltar de Olimpíada sem medalha. Estou triste. Ela se foi", disse Camilo, emocionado, referindo-se à medalha. Aos 28 anos, o judoca descartou a aposentadoria. "Amo judô, tenho prazer em treinar e lutar. Vou continuar até quando esses sentimentos estiverem dentro de mim. Até 2016", falou.

Camilo começou arrasador, com dois belos ippons. Depois passou por Dilshold Choriev (UZB), o que lhe garantiu vaga na semifinal contra Song.

"Ele soube lutar comigo. Foi um luta dura", comentou. "Estou acostumado a lutar olimpíada e não posso dizer que senti pressão, nada disso. Já vivi a experiência de lutar pelo bronze. Consegui me recuperar para pegar o grego. Embora o intervalo fosse curto, eu sabia o que me esperava e fiz uma preparação adequada, voltada para isso. O Iliadis acabou vencendo por punições", completou.

Mais cedo, Maria Portela foi derrotada em sua estreia contra a colombiana Yuri Alvear, campeã mundial em 2009 e que acabou com o bronze em Londres.

"Estou muito decepcionada. Trabalhei demais para chegar até aqui, mas demorei a entrar na luta", avaliou a judoca gaúcha, que contou com suporte psicológico para encarar bem sua estreia olímpica. "Estava preparada, mas talvez tenha sentido um pouco a ansiedade. Não sei bem ainda", finalizou.

Manoela Penna, de Londres

Mayra Aguiar imobiliza polonesa e se garante na disputa por medalha

Com a vaga na semifinal, Mayra disputará, no mínimo, a medalha de bronze em Londres. Foto: Reuters

Principal favorita ao ouro nos Jogos Olímpicos de Londres na categoria meio-pesado (até 78 kg), a brasileira Mayra Aguiar conquistou uma vaga na semifinal dos Jogos Olímpicos de Londres. Na manhã desta quinta-feira, a judoca gaúcha superou a polonesa Daria Pogorzelec por ippon, em virtude de uma imobilização, e se garantiu na disputa por medalhas no evento disputado na competição londrina.

Assim como no primeiro combate do dia, Mayra iniciou o confronto de maneira agressiva e impondo seu rápido ritmo de judô. Mais alta que rival, a brasileira encontrou a distância necessária para obter um wazari rapidamente, pontuação que a permitiu controlar o duelo até o final.

Antes do fim, Mayra Aguiar derrubou a adversária e chegou a olhar para a arbitragem para cobrar uma pontuação. Entretanto, encaixada na posição, a brasileira forçou a finalização e registrou o ippon, garantindo-se na disputa por uma medalha nos Jogos Olímpicos de Londres.

Campanha

Favorita, Mayra Aguiar não enfrentou dificuldades na estreia no evento. Aapresentando-se de maneira agressiva, a brasileira superou a tunisiana Hana Mareghni por dois wazari e avançou às quartas de final da competição na capital do Reino Unido.

Grande esperança do judô brasileiro antes do início da competição, Mayra procurou desde os primeiros segundos se comportar como uma favorita ao ouro. Extremamente agressiva, variando os tipos de entradas, a judoca brasileira rapidamente conseguiu forçar uma punição contra a tunisiana, que precisou soltar mais o jogo para evitar uma desvantagem no marcador.

Com a adversária obrigatoriamente mais exposta, Mayra encaixou um tai-otoshi e obteve um wazari. Próxima da vitória, a judoca brasileira ainda teve o trabalho facilitado no fim: a tunisiana recebeu outra punição por falta de combatividade e sacramentou o triunfo da atleta gaúcha por dois wazari de diferença.

Cubano é desclassificado por morder dedo de adversário no judô


Acusado de morder o dedo do uzbeque, Despaigne acabou eliminado. Foto: Reuters

O judoca cubano Oreydi Despaigne protagonizou uma cena rara no tatame dos Jogos Olímpicos de Londres. Na manhã desta quinta-feira, o atleta acabou desclassificado da competição na categoria meio-pesado (até 100 kg) por morder o dedo do adversário Ramziddin Sayidov, do Uzbequistão, durante a luta, realizada na Excel North Arena 2.

Aos 4min25 de luta, quando os dois adversários tentavam a vitória e estavam um segurando o quimono do outro, Sayidov sentiu os dentes de seu adversário e parou de lutar, para reclamação do cubano.

Logo em seguida, os juízes analisaram a situação e decretaram eliminação do cubano, que pouco reclamou do fato depois da decisão anunciada pela arbitragem. Os dois judocas se cumprimentaram e o uzbeque comemorou o triunfo.

Com a vitória, Sayidov passa às quartas de final dos Jogos de Londres e enfrentará Tuvshinbayar Naidan, da Mongólia.

Luciano Corrêa cita falha em estratégia diante de carrasco holandês

Um dos nomes mais experientes da delegação brasileira no judô, o meio-pesado (até 100 kg) Luciano Corrêa deixou a disputa por medalhas na Olimpíada de Londres ainda no segundo combate. Eliminado pela segunda vez consecutiva em Jogos pelo holandês Henk Grol, o brasiliense, campeão mundial da modalidade no Rio de Janeiro, em 2007, lamentou a estratégia escolhida e não escondeu o abatimento pelo revés.

"É difícil, analisar de cabeça quente, demora um pouco para cair a ficha. A gente se conhece muito já, sabe um do outro, treinamos bastante juntos, infelizmente não deu certo, perdi para ele em Pequim e agora de novo. Agora é que a tristeza bate. São muitos anos de treinamento para chegar aqui, e não conseguir o objetivo que quer. Vamos pensar agora nas próximas etapas", discursou o judoca, antes de analisar o duelo.

"Tomamos a primeira falta juntos, depois ele conseguiu uma estratégia melhor marcando minha manga. Infelizmente não consegui entrar na frente, ele ficava entrando e isso acarretou em duas punições para mim. No final ficou difícil de virar", analisou Corrêa, que evitou qualquer reclamação contra a arbitragem no combate.

"As punições foram justas. Infelizmente não deu certo minha estratégia, e agora é focar nos próximos combates", afirmou o competidor, depois de lembrar das três punições sofridas que definiram o resultado do combate favorável ao holandês.

Mayra Aguiar atropela tunisiana e avança às quartas



Principal favorita ao ouro nos Jogos Olímpicos de Londres na categoria meio-pesado (até 78 kg), a brasileira Mayra Aguiar não enfrentou dificuldades na estreia no evento. Na manhã desta quinta-feira, apresentando-se de maneira agressiva, a brasileira superou a tunisiana Hana Mareghni por dois wazari e avançou às quartas de final da competição na capital do Reino Unido.

Grande esperança do judô brasileiro antes do início da competição, Mayra procurou desde os primeiros segundos se comportar como uma favorita ao ouro. Extremamente agressiva, variando os tipos de entradas, a judoca brasileira rapidamente conseguiu forçar uma punição contra a tunisiana, que precisou soltar mais o jogo para evitar uma desvantagem no marcador.

Com a adversária obrigatoriamente mais exposta, Mayra encaixou um tai-otoshi e obteve um wazari. Próxima da vitória, a judoca brasileira ainda teve o trabalho facilitado no fim: a tunisiana recebeu outra punição por falta de combatividade e sacramentou o triunfo da atleta gaúcha por dois wazari de diferença.

Luciano Correa perde para "carrasco "e acaba eliminado

Correa acabou eliminado ainda no segundo combate do dia pela divisão dos meio-pesados. Foto: Reuters

O sonho da medalha inédita para o judoca Luciano Correa terminou no segundo combate. Na manhã desta quinta-feira, o brasiliense, campeão mundial em 2007, acabou derrotado pelo favorito holandês Henk Grol por um wazari, por conta de três punições dadas pela arbitragem, e deixou a Olimpíada de Londres eliminado nas oitavas de final, fase que sequer dá uma vaga à repescagem para o representante nacional da categoria meio-pesado (até 100 kg).

Diante do segundo colocado no ranking mundial, Correa enfrentou muitas dificuldades. O holandês conseguiu encaixar uma pegada perto da gola do brasileiro e manteve uma longa distância, impedindo qualquer iniciativa do brasiliense. Rapidamente, a arbitragem puniu os dois judocas por falta de combatividade.

A partir de então, Grol demonstrou maior atividade no ataque, buscando a entrada primeiro do que o brasileiro. O árbitro central, então, puniu o brasileiro com outro shido, dando ao europeu uma pequena desvantagem de um yuko, com pouco mais da metade do combate desta quinta-feira.

Dificultado pela distância imposta pelo holandês, Correa não conseguiu ser agressivo nos minutos seguintes para buscar, no mínimo, o empate. Com a diferença no marcador, Grol procurou fazer um jogo seguro e defensivo até o final, e ainda acabou beneficiado por mais um shido contra o brasileiro, que sacramentou o wazari e a diferença final. Eliminação de mais um brasileiro no tatame.

O resultado desta quinta-feira registrou o segundo revés de Correa para Grol em uma competição de alto nível. Há quatro anos, na Olimpíada de Pequim, o brasileiro acabou derrotado pelo holandês ainda na primeira rodada da competição. Na China, o lutador europeu terminou o evento com a medalha de bronze.

Campanha

Luciano Correa não teve dificuldades para avançar às oitavas de final. O judoca brasileiro passou com facilidade pelo lutador Oumar Kone. Dominante desde o início do combate, o brasiliense triunfou por ippon (fruto de uma finalização) e obteve o resultado positivo logo em sua estreia na Olimpíada de Londres.

Diante de um adversário com um ranking inexpressivo, Luciano Correa se impôs desde o início do combate. Agressivo e tecnicamente superior ao rival, o brasileiro rapidamente forçou duas punições para o africano, abrindo um yuko de vantagem. Com tranquilidade, o brasiliense encaixou um kuzure-kesa-gatame e finalizou o adversário, confirmando o favoritismo no primeiro combate do dia.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Camilo perde para grego líder do ranking, fica sem medalha e chora


O sonho ficou pelo caminho e deu lugar às lágrimas. O brasileiro Tiago Camilo se recompôs da derrota para o sul-coreano Song Dae-Nam na semifinal, lutou de igual para igual com o grego número 1 do mundo, Ilias Iliadis, mas não conseguiu a medalha de bronze no torneio peso-médio (até 90kg) nas Olimpíadas de Londres 2012. Iliadis venceu por um yuko, pontuação mínima do judô, graças a dois shidos (advertências) contra o paulista.

Tiago Camilo na luta de judô contra Ilias Iliadis (Foto: Reuters)

Desta forma, Camilo deixou Londres sem a sonhada medalha, que o tornaria o primeiro judoca da história a conquistar medalhas em três categorias de peso diferentes, após a prata como peso-leve (até 73kg) em Sydney 2000 e o bronze como peso-meio-médio (até 81kg) em Pequim 2008. O paulista segue empatado com Leandro Guilheiro e Aurélio Miguel como maiores medalhistas do judô brasileiro em Olimpíadas, com duas cada.

Camilo iniciou o combate mais agressivo que na semifinal, tentando a primeira entrada, e quase levou um contragolpe de Iliadis. Defendeu bem. A disputa por pegada era acirrada e nenhum dos dois conseguia espaço. O grego marcava as mãos do brasileiro e não o deixava agarrar seu quimono. A primeira metade do duelo passou sem pontuações, nem punições. Com 2m06s restando, Iliadis conseguiu um golpe, mas Camilo conseguiu se ajustar e proteger a queda.

Pouco depois, veio um shido (advertência) contra Camilo, significando que ele teria de ser mais ativo para não sofrer nova punição. Com 35s, porém, veio outro shido, somando um yuko para o grego. Iliadis só levou um shido a 6s do final, e segurou o resultado até o final para sair com o bronze. Insatisfeito com o resultado, o brasileiro não conseguiu impedir as lágrimas de escorrerem. Mesmo esforçando-se para se conter, Camilo deixou a área de luta sozinho, com os olhos claramente marejados.

COB dá auxílio, mas Rafaela Silva esquece ofensas racistas


Eliminada por desclassificação das competições de judô dos Jogos Olímpicos, Rafaela Silva ganhou evidência com citações de que sofreu ofensas racistas em redes sociais logo após a participação em Londres. No entanto, a judoca dá sinais de que não irá levar o caso adiante.

Em nota oficial, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) repudiou as agressões sofridas pela atleta. Ainda por cima, ficou à disposição para prestar qualquer auxílio jurídico a Rafaela Silva.

A brasileira lutou em Londres na categoria até 57kg do judô, na segunda-feira. No segundo combate, acabou eliminada contra a húngara Hedvig Karakas em função de um golpe considerado irregular pelos árbitros.

A derrota também gerou troca de farpas pelas redes sociais. Rafaela Silva não gostou de comentários sobre sua postura na luta contra a húngara e chegou a bater boca com outros usuários.

Veja a nota oficial do COB sobre o caso de Rafaela Silva:

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a Confederação Brasileira de Judô e a Missão Brasileira nos Jogos Olímpicos Londres 2012 repudiam qualquer manifestação de racismo, seja contra atletas, membros de delegações ou qualquer outra pessoa.

O Brasil é um país multirracial e não se deve admitir e tolerar, sob nenhuma hipótese, atitudes que estimulem qualquer tipo de segregação.

A Missão Brasileira em Londres, prestando auxilio jurídico a atleta, consultou o departamento jurídico do COB sobre as medidas legais que possam ser tomadas. No entanto, a própria Rafaela Silva não pretende dar prosseguimento ao caso.

Atenciosamente,

COB - Relações com a Imprensa

Tiago Camilo vence uzbeque e entra na briga por medalhas no judô


O brasileiro Tiago Camilo entrou de vez na briga por medalhas na categoria até 90 kg do judô. Em uma luta de segurança, ele derrotou Dilshod Choriev, do Uzbequistão, por um yuko e se classificou para as semifinais. O brasileiro alcançou a punição graças a duas advertências sofridas pelo adversário.

Tiago Camilo, agora, volta a lutar às 10h desta quarta-feira para tentar vaga na decisão. Ele enfrentará o sul-coreano Dae-Nam Song. Se perder, ainda terá uma chance para buscar o bronze.

O brasileiro está atrás de sua terceira medalha olímpica na história. Ele já conquistou prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008.

Antes da vitória sobre Choriev, Tiago Camilo havia vencido duas lutas por ippon. A primeira vítima foi o ucraniano Roman Gontiuk e, na sequência, o brasileiro derrubou o italiano Roberto Meloni.

Sem medalha em Londres, Guilheiro pede tempo: 'Não é hora de decisões'


Leandro Guilheiro na luta de judô contra Stevens Travis (Foto: Marcio Rodrigues / FOTOCOM.NET)
Após o adeus precoce nos Jogos Olímpicos de Londres, nesta terça-feira, no Complexo Excel, Leandro Guilheiro ainda precisará de tempo até voltar a sua atenção totalmente para a próxima edição, no Rio de Janeiro, em 2016. Em participação no "Conexão SporTV", o judoca de 28 anos relativizou o fato de competir como favorito no Brasil daqui a quatro anos e disse sentir prazer independentemente da sede da disputa. Para ele, o evento ainda está longe e exigirá novo planejamento.

- Ajuda um pouco (competir no Brasil), mas não é hora de tomar muitas decisões. É momento de abaixar (a guarda). Para mim, Olimpíadas é um sonho de infância, pode ser no Brasil ou em um país imaginário qualquer - disse o atleta, que analisa a possibilidade de mudar o seu estilo de combate.

- Você chega em uma Olimpíada e não muda tanto sua essência. Principalmente contra o japonês (Nakai), eu teria que mudar muito a minha essência de lutar, que estou acostumado a fazer há 20 anos. Mas é possível de fazer, de dar um contra-golpe. Existe sim uma forma de eu me adaptar a essa dificuldade que eu tenho tido - declarou.

Guilheiro afirmou que ainda está se acostumando ao fato inédito em sua carreira.

- Toda Olimpíada que eu disputei, no dia seguinte eu já tinha vontade de me preparar para a próxima. Mas é muito fácil ter essa motivação quando você tem uma medalha. Nunca tive curiosidade de saber como é não ganhar, hoje estou vivenciando isso - apontou.

Número um do ranking mundial na categoria meio-médio, Guilheiro se despediu dos Jogos pela primeira vez sem ter subido ao pódio. Medalhista de bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008, o paulista perdeu duas de suas quatro lutas em Londres. Derrotado nas quartas de final pelo americano Travis Stevens, foi superado novamente, pelo japonês Takahiro Nakai, e parou na repescagem.

- Eu vim para essa Olimpíada sabendo que eu tinha muita coisa para melhorar. Sabia quais aspectos eu poderia evoluir. Essa derrota não apagou o ciclo olímpico que eu tive, foi muito consistente, regular. Foi o ponto alto na minha carreira. Tenho muito para crescer, evoluir, o Rio-2016 continua nos meus planos, com certeza - disse o judoca.

Além de sediar as Olimpíadas em 2016, o Rio de Janeiro também será sede das duas próximas edições do Campeonato Mundial de judô, principal torneio depois dos Jogos. O primeiro ocorre em setembro de 2013, no Maracanãzinho. Em 2015, o evento servirá de seletiva para os Jogos, no mesmo local.

Camilo vence italiano e vai às quartas de final


O brasileiro Tiago Camilo confirmou o favoritismo na manhã desta quarta-feira e avançou às quartas de final do torneio de judô dos Jogos Olímpicos de Londres. O judoca peso médio (até 90 kg) superou o italiano Roberto Meloni por ippon (segundo somado no dia) e avançou às quartas de final da competição.

Embalado pela vitória por ippon do primeiro combate, Tiago Camilo começou o combate de uma maneira agressiva. Acuado, o italiano evitou o confronto direto e por algumas vezes deixou a área de duelo. A falta de ação resultou em um shido para cada atleta, situação que ocorreu justamente na estreia do brasileiro.

A punição abriu novamente o combate, e favoreceu o competidor brasileiro. Agressivo e apresentando grande variação de golpes, Tiago Camilo conseguiu um yuko antes da metade do duelo. Embalado, aproveitando um erro de Meloni, o paulista encaixou um o-soto-gari e conquistou o segundo ippon dentro do torneio, em dois duelos na ExCel North Arena.

Campanha

Um dos grandes favoritos à medalha na categoria médio do judô (até 90 kg), o brasileiro Tiago Camilo estreou de forma categórica na Olimpíada de Londres. O experiente representante nacional venceu o ucraniano Roman Gontiuk por ippon, vitória que o garantiu na fase oitavas de final da competição.

Depois da decepção ocorrida com Leandro Guilheiro na última terça-feira, Tiago Camilo entrou no tatame com a responsabilidade de ser o maior nome masculino do judô nacional em Londres. Contudo, no início do combate diante o ucraniano, o judoca brasileiro encontrou dificuldades e acabou punido por falta de combatividade com pouco mais de um minuto de duelo.

Pressionado, Camilo, ratificou a qualidade e experiência que o credenciam ao pódio na Olimpíada. Rapidamente, o brasileiro forçou um shido contra Gontiuk no duelo válido por uma vaga nas oitavas de final.

Solto em virtude da punição contra o rival, então impedido de se comportar de forma defensiva por conta do shido, Camilo aplicou um ashi-guruma, com pouco mais de três minutos de duelo, e conquistou, em grande estilo, por ippon, a primeira vitória em Londres.

Portela chora e desabafa: "joguei a oportunidade da minha vida fora"

Após a derrota, Portela precisou ser amparada pela técnica Rosicléia Campos. Foto: AP

A estreia olímpica da judoca Maria Portela durou pouco mais de dois minutos. Eliminada da Olimpíada de Londres logo na primeira luta, depois de derrota para a colombiana Yuri Alvear, a gaúcha deixou o tatame chorando muito, visivelmente decepcionada com o próprio desempenho no duelo. A atleta admitiu que não conseguiu executar o plano de luta diante da adversária sul-americana nesta quarta-feira.

"Levei um tombo bem grande. Estava bastante confiante, treinei bastante e estava preparada. Não fiz nada do que treinei, nada, não lutei, joguei fora a oportunidade da minha vida fora. Não sei o que aconteceu", lamentou a desolada lutadora, que precisou da companhia da técnica Rosicléia Campos para conseguir explicar o revés.

"Sabia que seria uma adversária complicada, mas eu não fiz nada, nada, nada. Não tive iniciativa, só fiquei parada e ela foi encaixando, por isso estou muito triste. Joguei a oportunidade da minha vida fora em uma luta, mas tenho certeza que vou levantar e continuar", completou a judoca brasileira.

Medalhista de bronze no Pan-Americano de Guadalajara, Portela chegou a Londres como uma possível surpresa na categoria médio (até 70 kg). Sexta colocada no ranking mundial, a brasileira acabou superada por uma adversária posicionada somente na 14ª posição, mas que já possuía uma experiência olímpica - Alvear disputou Pequim e terminou na sétima colocação.