quinta-feira, 14 de março de 2013

Sarah Menezes: é a judoca a ser batida na categoria até 48kg


Ela tem apenas 1,54 e pesa 48kg. Mesmo assim, no meio de 135 pessoas (entre atletas brasileiros, franceses e holandeses, e membros das comissões técnicas), é quem mais chama a atenção durante os treinamentos no Complexo do Ibirapuera, em São Paulo. Afinal, ela é Sarah Menezes, campeã olímpica em 2012 na categoria até 48kg (ligeiro) e única judoca do Brasil na liderança do ranking mundial no momento.

Aos 22 anos (faz aniversário no dia 26), Sarah é a mulher a ser batida em seu peso. Um fato inédito no judô brasileiro, acostumado a ter melhores desempenhos entre os homens.

Entre os atletas da Seleção Brasileira, é quem tem mais assédio atualmente. Pedidos de entrevistas não faltam. Todos querem uma palavra da campeã olímpica. Mas a brasileira não se importa muito com isso.

Após aproveitar o fim de 2012 para comemorar a medalha olímpica, a brasileira voltou a competir no Grand Slam de Paris, no início de fevereiro. O resultado era o menos importante – terminou em quinto. A ideia era retomar o ritmo, se adaptar às novas regras da modalidade (como a diminuição do número de juízes, três para um e a pesagem no dia anterior à luta) e colocar pressão em cima das rivais.

– No momento, estou levando com tranquilidade, não mexeu com minha cabeça. Estou tranquila, voltando aos treinos. Competi em Paris, não conquistei medalha. Fui com o objetivo de ver como sentiria a pressão, o clima. Foi muito tranquilo – afirmou a judoca ao LANCE!Net.

Contente com o reconhecimento, Sarah tem definido na cabeça os objetivos para os próximos anos da carreira. O principal foco é o bicampeonato olímpico, no Rio de Janeiro, em 2016. Mas antes disso, já nessa temporada, as metas são o World Masters, em maio (na Rússia), e o Mundial, em setembro (no Rio).

– Espero estar no pódio. Vou treinar e me doar ao máximo. Tem muitas atletas fortes. Preciso estar 100% para trazer medalhas – disse.

Se para muitos a judoca foi uma surpresa em Londres atualmente ela é uma realidade. E está difícil encontrar uma rival que possa pará-la.

CONFIRA UM BATE-BOLA EXCLUSIVO COM SARAH MENEZES:

LANCE!Net: No dia 28 de julho, completa um ano do outro olímpico. O que mudou na sua vida desde então?
Sarah Menezes: Em termo de patrocínio, melhorou muito. Faço a faculdade (de educação física) que é muito importante. E o reconhecimento do povo brasileiro. Isso é fantástico, crianças de quatro anos falando meu nome, falando sobre o que conquistei. Sempre quis isso na carreira: ir para uma Olimpíada, conquistar uma medalha e ter esse reconhecimento

L!Net: Você é a atleta a ser batida. As adversárias já te olham diferente?
SM: Olham, sim. Com certeza. Algumas ficam mais tímidas, outras agressivas. Vai muito da mentalidade, da cabeça de cada um no dia da competição. Tenho de estar melhor a cada dia e mais forte para que não possa existir o risco de perder.

L!Net: O que muda para você com as novas regras, inclusive com a pesagem sendo um dia antes das lutas?
SM: Todo treino acaba mudando, muda estratégia. Foram muitas mudanças em pouco tempo. Sobre a pesagem, me atrapalhou. Tem atletas que perdem muito peso e sentem dificuldade. Enfrentar uma pessoa com cinco, seis quilos a mais, dificulta porque estou sempre no meu peso. Estamos vendo com a nutricionista um trabalho de suplementação para não sentir.

VEJA UMA ANÁLISE DE ROSICLEIA CAMPOS, TÉCNICA DA SELEÇÃO BRASILEIRA FEMININA DE JUDÔ:

"É um recomeço. Zerou, a Olimpíada já passou, é um novo ciclo olímpico. Sarah não ganhou medalha agora em Paris, o que foi ótimo. Se tivesse ganho, talvez não teria sido tão bom por ela pensar que poderia já estar bem de novo. É uma reconstrução, um novo treinamento. É começar tudo de novo e a estrada é longa.

A parte psicológica é importantíssima. Ela já aproveitou essa onda do sucesso até janeiro. Agora, é a época da maré rasa. Isso é bom.

Claro que a Sarah é nossa estrela. Mas a Olimpíada já passou. Temos dois objetivos grandes nesse ano (World Masters e Mundial) e a responsabilidade começa de novo"


quarta-feira, 13 de março de 2013

O Judô Paraolímpico



O espaço de combate é limitado pelos contornos vermelhos.

Em tempos de preparação para as Olimpíadas, há também a preparação para as Paraolimpíadas.

Neste sábado, 12 de maio, no bairro da Mooca, em São Paulo, reuniram-se 155 judocas para participação da primeira fase do Grand Prix de Judô Paraolímpico, organizado pela parceria da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).

O Judô Paraolímpico, uma modalidade voltada exclusivamente para os deficientes visuais, é um esporte cujas adaptações podem passar despercebidas para o público, pois elas se concentram na não punição no caso dos judocas ultrapassarem o espaço de combate do tatame e no fato de as advertências e punições serem feitas de forma a que os judocas possam ouvi-las enquanto são aplicadas.


Antônio Tenório é tetracampeão paraolímpico no judô.

O restante das regras obedecem ao protocolo do judô olímpico, incluindo, por exemplo, a manutenção do sistema de pontuação em:

Yuko: Equivale a um terço dos pontos necessários para conquista de uma vitória. O que cacateriza o Yuko é a queda de lado do oponente ou a imobilização por até 15 segundos.
Wazari: Equivale a meio ponto, sendo que dois wazari valem o mesmo que um Ippon. O Wazari se caracteriza como um "Ippon" realizado de forma incompleta ou a imobilização do oponente por 20 a 24 segundos.
Ippon: Equivale ao nocaute do judô. Neste golpe, o oponente é lançado ao chão com suas costas tocando o solo após um movimento perfeito, quando há a imobilização por 25 segundos ou quando há o estrangulamento ou as chaves de articulação.

O principal destaque brasileiro nesta modaliade paraolímpica é Antônio Tenório, que acumula em sua carreira o tetracampeonato paraolímpico.