quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Rafaela Silva trata ouro como resposta após Londres: "volta por cima"


Rafaela Silva se emocionou após vitória histórica para o Brasil Foto: Daniel Ramalho / Terra 

Primeira mulher a dar uma medalha de ouro para o Brasil em um Mundial de Judô, Rafaela Silva fez história na tarde desta quarta-feira, no Rio de Janeiro. A judoca nacional venceu rapidamente a americana Marti Malloy na grande final para conquistar a medalha dourada. Emocionada com o resultado, Rafaela diz que a vitória é uma resposta às critícas após a Olimpíada de Londres.

É muito bom, quando eu perdi a Olimpíada estava em quarto no ranking, infelizmente perdi na segunda luta. Muita gente me criticou, disse que o judô não era meu lugar. No meu primeiro ano do ciclo estou dando a volta por cima", comentou a brasileira, uma das grandes esperanças de medalha do País em 2016, ao SporTV.

Antes da Olimpíada de 2012, Rafaela Silva tinha em seu histórico um ótimo resultado no Mundial de Paris, em 2011, quando conquistou a medalha de prata. A judoca ainda lembrou que entrou com uma estratégia definida para a decisão, finalizada em um minuto com um ippon.

"Eu lutei com essa adversária no Pan, eu não poderia deixar meu braço esticado. Pensei: 'vou entrar, ficar bem justa, a primeira oportunidade que ela der vou entrar com tudo'. Não podia perder a oportunidade", explicou.


Rafaela Silva leva 1º ouro feminino do Brasil na história

Rafaela Silva conseguiu vingar derrota de Ketleyn Quadros para americana e entrou para a história do judô feminino do Brasil Foto: Daniel Ramalho / Terra 

Medalha de prata no Mundial de Paris em 2011, a brasileira Rafaela Silva foi além na edição deste ano, no Rio de Janeiro. A atleta nacional venceu a americana Marti Malloy nesta quarta-feira por ippon na decisão da categoria até 57 kg e, de quebra, conquistou não só o primeiro ouro do Brasil na edição de 2013 do Mundial como também a primeira medalha dourada do País na história das categorias femininas do Mundial de Judô. 

O duelo pelo ouro começou favorável à brasileira, que viu a americana tomar um shido com poucos segundos. Com menos de um minuto, Rafaela Silva conseguiu um ippon e deu o primeiro ouro para o País no Ginásio do Maracanãzinho. A vitória levou os torcedores ao delírio no ginásio e fez Rafaela Silva, bastante emocionada, cair no choro. 

A americana Marti Malloy havia passado pela brasileira Ketleyn Quadros nas eliminatórias pela manhã, antes de encarar Rafaela na grande decisão  Já Rafaela Silva enfrentou na semifinal a francesa Automne Pavia, adversária com quem tinha o histótico de uma derrota e uma vitória. A atleta nacional conseguiu um wazari para chegar à final.

O confronto semifnal foi marcado por uma polêmica de que a francesa teria batido a mão no chão enquanto a brasileira a prendia, o que acarretaria o encerramento da luta. Mesmo assim, Rafaela Silva conseguiu avançar. 

Nas disputas pelas medalhas de bronze, a primeira luta foi entre Anzu Yamamoto, do Japão, e Vlora Bedeti, da Eslovênia. Quem levou a melhor foi a eslovena, que viu a japonesa levar três shidos e chorou com a vitória.  

Já no segundo confronto pelo bronze, entra a alemã Miryam Roper e a francesa Automne Pavia, quem ficou com a medalha foi a alemã, que cravou um ippon para sair com a medalha.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Chibana sofre revés na disputa do bronze

 Fora da final, após ser derrotado pelo japonês Masashi Ebinuma na semi, o brasileiro Charles Chibana perdeu a disputa do bronze para Masaaki Fukuoka, também do Japão. Chibana chegou a comemorar o que seria a sua vitória, mas o árbitro não entendeu como ippon um golpe aplicado pelo brasileiro a 3m57s do fim da luta.

O combate mal começou e o japonês já recebeu a primeira advertência. Instantes depois, Chibana aplicou o que seria um ippon, mas a arbitragem não entendeu assim, frustrando a torcida, que chegou a vibrar efusivamente com a vitória do brasileiro. Renovado, Fukuoka começou a se soltar mais na luta, tentando duas entradas em sequência no terceiro minuto.

Na sequência, o brasileiro, enfim, conseguiu pontuar aplicando um wazari. Quando a vitória parecia que se encaminharia para Chibana, veio o golpe de misericórdia. Com um ippon, dessa vez validado pela arbitragem, Fukuoka conquistou o terceiro lugar para a frustração do brasileiro, que foi da alegria à tristeza em menos de 5 minutos.

Érika cai diante de atleta do Kosovo e vê ouro inédito no Mundial escapar

Erika miranda e Kelmendi Mundial Judô final (Foto: Marcio Rodrigues / MPIX )

Faltou pouco. Restava um minuto de combate. A medalha de ouro em um mundial, que teima em não vir para o Brasil entre as mulheres, parecia possível, palpável para Érika Miranda. Depois de uma manhã perfeita, com três vitórias, duas por ippon, e de vencer na semifinal a romena Andreea Chitu, a brasileira sucumbiu diante da melhor do mundo, a atleta do Kosovo Majlinda Kelmendi, e ficou com a medalha de prata no Mundial de Judô do Rio de Janeiro na categoria meio-leve (até 52kg).

- Hoje a minha vitória foi muito pessoal, eu estou batalhando em Mundiais há um bom tempo, e hoje eu finalmente conquistei uma medalha. O meu objetivo era subir o pódio, e agora eu vejo que é só questão de persistir mesmo. Meu choro é de tristeza, mas também de alegria. Judô é assim, você pode perder ou ganhar no último segundo - afirmou Érika.

Mesmo derrotada, porém, Érika, de 26 anos, deu fim ao destino de bater na trave em mundias. Em 2007, no próprio Rio de Janeiro, e em Tóquio, em 2010, a judoca perdeu a disputa pela medalha de bronze. Do outro lado, Majlinda Kelmendi, de 22 anos, conquistou pela primeira vez uma medalha em mundiais. Antes, na base, ela já havia conquistado o título mundial. Neste ano, além do título do Masters de Judô, foi prata no Grand Slam de Paris, na França.

Érika perde por ippon

Érika e Kelmendi se enfrentaram pela quarta vez na carreira. Em 2010, a vitória foi brasileira. Mas daí em diante, Majlinda passou a dominar os duelos contra a brasileira. Venceu em 2011 e 2012, e fez a trinca agora, no Mundial do Rio. O combate, porém, começou equilibrado. Érika partiu para cima da rival, e ambas trocaram pegadas. Bastante ofensiva, a meio-leve do Brasil acabou se descuidando e foi punida. No segundo minuto de luta, Érika aplicou um golpe e pediu ao menos um yuko. A arbitragem negou e o técnico do Brasil acabou recebendo uma bronca do árbitro central.

No terceiro minuto de luta, Kelmendi também recebeu uma punição, deixando a luta igual. Bastante agressiva, Kelmendi tentava o golpe perfeito, mas Érika se defendia bem. No último minuto, porém, a brasileira acabou surpreendida ao ser lançada ao solo, o que rendeu um wazari para a rival. Na sequência do golpe, no solo, a atleta do Kosovo imobilizou a judoca e conseguiu o ippon.

Sarah Menezes ganha o bronze no Mundial de Judô

O mascote do Mundial de judô no Maracanãzinho faz graça e carrega Sarah Menezes até a torcida, após conquista do bronze, com vitória no último segundo sobre Sol Mi Kim, da Coreia do Norte Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

Sarah Menezes, atual campeã olímpica e líder do ranking da categoria até 48 kg, conquistou a medalha de bronze no Mundial de Judô, no Maracanãzinho, no Rio, nesta segunda-feira, primeiro dia de competição. Derrotada na semifinal para Urantsetseg Munkhbat, da Mongólia, a brasileira se recuperou na luta seguinte, que valia o bronze. Ela conseguiu um ippon sobre a norte-coreana Sol Mi Kim no último segundo do combate, que estava empatado e seguiria para o golden score (prorrogação para desempate, com a vitória a quem conseguir a primeira pontuação). A mongol Munkhbat ficou com o ouro, ao vencer por ippon, com chave de braço, a japonesa Haruna Asami, duas vezes campeã do mundo.

- Graças a Deus consegui trazer mais um bronze para o Brasil, é seguir nesse caminho. O mais importante são as Olimpíadas de 2016 - comemorou Sarah. - Quando perdi (na semifinal), tive que zerar (esquecer o resultado negativo e seguir em frente), levantar a cabeça, porque a competição não tinha acabado ainda. Entrei na luta pelo bronze como se fosse a primeira da competição. Ela (Kim) é muito forte, e esperei o momento certo para ela entrar (tentar o ataque) e eu puxar - explicou.

A luta contra Kim foi complicada mesmo para Sarah. A coreana tomou mais a iniciativa no começo e, apesar de não fazer ponto, conseguiu duas punições para a brasileira (nesse caso, se a luta terminasse empatada, a vantagem seria de Kim, devido às punições). Com raça e muita vontade, porém, Sarah reverteu o quadro. Procurou mais os golpes e igualou o placar, já que a adversária acabou sendo punida duas vezes também. E então vei o contragolpe mortal, em que se defendeu da coreana puxando-a para baixo e colocando as costas dela no tatame: ippon no último segundo.

Foi o terceiro bronze consecutivo de Sarah em campeonatos mundiais.

- Ainda não desisti, quero um ouro num Mundial e o bicampeonato olímpico - disse.

Reclamação contra arbitragem

Na semifinal, contra a mongol Munkhbat, Sarah perdeu por dois yuko, a pontuação mínima. A brasileira não conseguiu pontuar, apesar do bom início, quando a adversária recebeu punição por falta de combatividade (punição repetida mais tarde). E lamentou um wazari que os árbitros não lhe deram, e que ela considerou que merecia ter sido marcado e lhe daria a vitória.

- A luta foi bem igual, sabia que era uma atleta muito forte. Aquele último golpe lá eu achei que era meu, mas tudo bem - disse Sarah, sobre o wazari que não veio.

Até a derrota na semifinal a brasileira tinha vencido todas as suas lutas. Ela superou nas quartas de final a turca Ebru Sahin, com ippon a 1min11s do fim do combate. Na estreia a vitória foi sobre Aigul Baikuleva, do Cazaquistão, em combate bastante disputado e decidido com um wazari a 44 segundos do final. Em seguida Sarah derrotou Amelie Rosseneu, da Romênia, também por ippon.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ídola do Judô: Sarah Menezes


Nascida e criada em Teresina (PI), Sarah Menezes fez história aos 22 anos. Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, a piauiense se tornou a primeira atleta do judô feminino brasileiro a conquistar uma medalha de ouro na competição.

Ela descobriu o esporte aos nove anos na escola. Mesmo com a resistência dos pais – que consideravam a modalidade muito masculina –, Sarah insistiu no caminho escolhido e foi tricampeã das Olimpíadas Escolares, competição criada pelo governo federal para incentivar jovens atletas dos colégios públicos do País.

Com 15 anos a judoca chegou à seleção brasileira, na categoria ligeiro (até 48Kg). Apesar da pouca idade, conta que o caminho até a vaga foi longo e que o incentivo do técnico Expedito Falcão foi essencial. "Tive muita dedicação, determinação, perseverança nos treinamentos. A única coisa que eu escutava do Expedito é que eu chegaria a ser uma atleta da seleção e após algumas seletivas, eu realmente consegui", lembra.

Desde então, a atleta de 1,54m acumula bons resultados: participou dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008; foi bicampeã do Mundial Sub 20, em 2009; recebeu o prêmio de Melhor Atleta do Ano, do Comitê Olímpico Brasileiro, em 2009; foi terceira colocada no Mundial Sênior de Tóquio, em 2010; conquistou o terceiro lugar no World Masters, 2º no Grand Slam do Rio de Janeiro; e uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos Guadalajara, todos no ano de 2011.

Em 2012, classificada para as Olimpíadas de Londres, Sarah chegou ao topo. Após garantir a vaga na final na vitória contra a belga Charline Van Snick, ela acreditou que podia mais. Bateu a romena Alina Dumitru e conseguiu o que nenhuma judoca brasileira havia alcançado antes.

"Fazer parte de uma Olimpíada é o sonho do atleta. A experiência de estar nos Jogos com tantas potências mundiais do esporte foi fascinante, mas o que mais me marcou foi a minha determinação durante toda a competição", diz ela.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dispensada do Flamengo, Érika Miranda acerta retorno ao Minas


Dispensada pelo Flamengo, a brasiliense Érika Miranda acertou o retorno ao Minas, clube que defendeu de 2006 a 2012, antes da breve passagem pelo Rubro-Negro. A judoca da categoria leve comemorou a oportunidade de voltar a defender o antigo clube, onde treinará ao lado dos companheiros de seleção Luciano Corrêa, Ketleyn Quadros e Mariana Silva.

- Em todos os aspectos, o retorno ao Minas é como um filho que volta para casa, cheio das expectativas mais altas. A palavra que rege este momento não seria outra senão gratidão. Volto mais madura, revigorada e com o desejo enorme de retribuir com títulos e agregar experiência - celebrou a judoca, atual vice-campeã do Grand Slam de Moscou.

judô erika miranda Yulieth Sanchez pan americano montreal (Foto: Agência Reuters)

Quinta colocada em duas edições do Mundial de Judô, Érika está animada para o campeonato deste ano, que será disputado no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, entre 26 de agosto e 1º de setembro. A atleta finalizará sua preparação utilizando a estrutura do Minas, em Belo Horizonte, e acredita que os companheiros do novo clube têm potencial para conquistar medalhas no Mundial.

- Pelos resultados, é perceptível a consistência da equipe, que mescla atletas bastante experientes como os que estiveram em Londres, mas também outros judocas das seleções de base. Creio que o clube tem estrutura e material humano para conquistar medalhas olímpicas e mundiais - ressaltou a judoca.

Em seu currículo, Érika tem uma medalha de prata no Pan de Guadalajara, no México, em 2011, e o título do Grand Slam do Rio de Janeiro, no mesmo ano. Em Londres 2012, a lutadora representou o Brasil na categoria meio-leve (-52kg), mas perdeu para a coreana Kyung-Ok Kim na estreia. O contrato de um ano com o Flamengo foi acertado em julho do ano passado.