sábado, 28 de setembro de 2013

Brasil garante três ouros no primeiro dia de Grand Prix de judô em Almaty

Mundialito de Judô Ketleyn Quadros (Foto: afp)

Com o pé direito. Assim começou a campanha brasileira no Grand Prix de Judô em Almaty, no Cazaquistão. Nesse sábado, primeiro dia de competições, o Brasil conquistou três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Destaque para a categoria 63kg feminina, as xarás Mariana Barros e Mariana Silva se classificaram para a final. Melhor para Barros, que acabou superando a companheira na final brasileira.

A primeira medalha foi conquistada por Raquel Silva, na categoria 52kg. A brasileira venceu a cazaque Olessya Kutsenko na disputa direta pelo pódio. Já nas finais, a primeira atleta a lutar por um ouro foi Ketleyn Quadros. A judoca encarou a também brasileira, mas naturalizada israelense Camila Minakawa. Melhor para a representante do Brasil. Depois de aplicar um belo vazari, Quadros imobilizou Minakawa e garantiu o primeiro lugar.

Na sequência foi a vez de Alex Pombo, único homem brasileiro a se classificar. Na disputa da final dos leves, Pombo superou o atleta da casa, Yertugan Torenov, por yuko. Por fim, a final brasileira na categoria 63kg. Mariana Barros e Mariana Silva fizeram uma luta bastante truncada, em que Barros acabou superando a companheira de treinos ao aplicar um ipon. Ouro e prata para o Brasil.

As transmissões do segundo dia de competição no Cazaquistão, com as categorias 70kg, 78kg, +78kg, 81kg, 90kg, 100kg e +100kg, começam às 8h desse domingo,

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Três brasileiras seguem na liderança do ranking do judô

 Sarah está na primeira posição na categoria até 48kg

O Brasil continua com três lutadoras na liderança do ranking mundial de judô, que teve a sua atualização publicada nesta terça-feira pela Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês), após a realização do Grand Prix de Rijeka, na Croácia, no último fim de semana. Na lista, Sarah Menezes, Mayra Aguiar e Maria Suelen Altheman ocupam a primeira colocação. 

Sarah está na primeira posição na categoria até 48kg com 2.454 pontos e mais de 500 de vantagem para a segunda colocada, a mongol Urantsetseg Munkhbat. Mayra lidera entre as judocas de até 78kg, com 2.380 pontos, mais de 300 à frente da húngara Abigel Joo. Já Maria Suelen é a número 1 na categoria mais de 78kg, com 2.756 pontos, apenas 26 a mais do que a cubana Idalys Ortiz. 

O País ainda tem outras duas judocas entre as três melhores do mundo. Érika Miranda é a vice-líder da categoria até 52kg, com 1.670 pontos, contra os 2.980 de Majlinda Kelmendi, do Kosovo. 

Já a campeã mundial Rafaela Silva caiu para o terceiro lugar na categoria até 57kg, com 1.918 pontos, ao ser ultrapassada pela alemã Miryam Roper, com 1.994, medalhista de ouro no último fim de semana na Croácia. A primeira colocação da lista segue sendo da francesa Automne Pavia, com 2.230 pontos. 

Entre os judocas, o Brasil ten dois vice-líderes. Victor Penalber, na categoria até 81kg, com 1.556 pontos, atrás do georgiano Avtandili Tchrikishvili, com 1.994, e Rafael Silva, na categoria mais de 100kg, com 2.280 pontos, 20 a menos do que o francês Teddy Riner.

Após Mundial, seleção masculina muda treinos



Depois do desempenho abaixo das expectativas no Mundial do Rio, encerrado no começo de setembro, quando conquistou apenas uma medalha de prata com Rafael Silva, a seleção brasileira masculina de judô fez algumas alterações nos treinamentos, intensificando agora o trabalho específico por categoria. Assim, os judocas dos três pesos mais pesados (até 90kg, até 100kg e acima de 100kg) estão reunidos nesta semana em Belo Horizonte, treinando sob o comando dos técnicos Luiz Shinohara e Mário Sabino.

No Mundial do Rio, o único pódio da seleção masculina do Brasil foi com Rafael Silva, na categoria acima de 100kg, quando perdeu a final para o astro francês Teddy Riner. Enquanto isso, as judocas brasileiras tiveram desempenho fantástico, com cinco medalhas individuais - Rafaela Silva (até 57kg/ouro), Érika Miranda (até 52kg/prata), Maria Suelen Altheman (acima de 78kg/prata), Sarah Menezes (até 48kg/bronze) e Mayra Aguiar (até 78kg/bronze) - e uma prata na disputa por equipes.

Uma das alterações na equipe masculina foi a contratação do técnico Mário Sabino - um ex-judoca da categoria até 100kg, que já foi da seleção -, para trabalhar junto com Luiz Shinohara. "É um treinador que pode trazer algo a mais para os atletas que têm esse tipo físico, mais altos e pesados, que é o mesmo dele. Já vínhamos investindo em atividades especiais separadas por categoria de peso e, depois do resultado do Mundial, acreditamos que devemos investir ainda mais nesse tipo de treinamento", explicou Ney Wilson, gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

"Esse treinamento está sendo importante porque, como é logo depois do Mundial, você já consegue começar a trabalhar nos erros que cometeu. Ter o Mário Sabino como um dos técnicos é interessante, porque ele pode trazer algo diferente já que competiu entre os atletas mais pesados. Na nossa categoria, às vezes precisamos mais de força do que de técnica", disse Eduardo Santos, que representou o Brasil no peso até 90kg no campeonato no Rio - foi eliminado logo na estreia. (AE)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Hexacampeão mundial Teddy Riner passa por cirurgia no ombro esquerdo


Teddy Riner mundial de judô  (Foto: Agência Reuters)

Depois de conquistar o sexto título mundial, no último dia do mês passado, no Rio de Janeiro, Teddy Riner vai passar por uma cirurgia para corrigir uma lesão no ombro esquerdo. A operação será realizada nesta terça-feira, em Paris, na França. A expectativa é que o francês de 24 anos, que competiu machucado no Brasil, fique um mês afastado dos tatames para se recuperar.

O campeão olímpico da categoria acima de 100kg machucou o ombro no dia 8 julho, durante um treinamento na Espanha. Apesar da lesão, Riner conseguiu disputar o Mundial do Rio de Janeiro, no final de agosto, e ainda levou seu sexto título ao superar o brasileiro Rafael Silva na final. Depois da competição, no entanto, exames apontaram que ele precisava passar por uma artroscopia.

O francês de 2,04m e 131kg deve deixar o hospital ainda nesta terça, mas precisará ficar quatro semanas sem treinar durante a recuperação.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Campeão mundial no Rio, judoca japonês é suspenso após agressão

Shohei Ono judô (Foto: Getty Images)

Campeão na categoria até 73kg no último Mundial do Rio de Janeiro, o japonês Shohei Ono foi suspenso da Universidade de Tenri, onde treina, após agredir alunos do primeiro ano. Ao lado de outros quatros judocas, o medalhista foi afastado por 30 dias, mas ainda poderá receber uma punição maior da federação do país.

- Eu me arrependo profundamente do que fiz. Eu peço desculpas pelas minhas ações, especialmente em meio a tudo o que a Federação Japonesa de Judô tem feito para acabar com os abusos físicos no esporte – disse Ono, que se tornou capitão da seleção japonesa em novembro do ano passado, através de um comunicado.

A Federação Japonesa tem lutado recentemente contra escândalos de violência de seus próprios judocas contra atletas da equipe feminina. Além disso, passa por uma investigação após acusação de mau uso dos fundos.

Luciano Corrêa defende mudança de estratégias para judô masculino


Luciano Corrêa em entrevista ao Globoesporte (Foto: Emanuele Madeira/GLOBOESPORTE.COM)

A busca pelo bicampeonato mundial de judô no Brasil ficou pelo caminho para Luciano Corrêa. O atleta, campeão em 2007, foi eliminado pelo francês Cyrille Maret, quarto do ranking na categoria meio-pesado (até 100 kg). Em Teresina, onde participa de um evento ao lado da campeã olímpica Sarah Menezes (até 48 kg), o atleta avaliou seu desempenho e dos companheiros nos tatames. Para Luciano, o judô masculino precisa passar por uma reformulação.

Para o Mundial deste ano, a expectativa era de o Brasil conquistasse seis medalhas, sendo pelo menos um ouro no feminino. O resultado entre os homens, no entanto, foi abaixo do esperado: apenas uma medalha, assegurada por Rafael Silva (acima de 100 kg). O sinal de alerta foi ligado, uma vez que o Mundial é usado como termômetro para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

- Infelizmente não tivemos um bom resultado. Dizemos uma medalha só. Agora vamos fazer uma reunião para definir que tipo de trabalho nós podemos fazer, o que nós podemos melhorar para que, nos próximos mundiais e na caminhada para o Rio 2016, a gente chegue bem – revela Luciano Corrêa.

Desde o Mundial de 2007, o judô masculino vem apresentando oscilações de resultados. Em Roterdã 2009, após os Jogos de Pequim, os judocas não subiram ao pódio. No ano seguinte, em Tóquio, Leandro Cunha (até 66 kg) e Leandro Guilheiro (até 81 kg) trouxeram a prata. Em 2011, no Mundial da França, os dois foram responsáveis pelas medalhas: Cunha com a prata, e Guilheiro com bronze.  Uma lesão, no entanto, tirou os dois do Mundial deste ano.

Para Luciano Corrêa, os Leandros fizeram falta no Rio de Janeiro. Junto com isso, há também o nível dos atletas, cada vez mais alto. Por conta disso, o meio-pesado da Seleção Brasileira defende uma revisão das estratégias para as próximas competições.

- Em 2007, tivemos um excelente resultado com três medalhas de ouro e uma de bronze. Neste ano, tivemos a ausência do Leandro Guilheiro e Thiago Camilo que são dois bons atletas no cenário internacional. Mas todo mundo tem de rever, individualmente, que tipo de trabalho nós vamos fazer para que possamos ter um bom resultado – falou o judoca.

Shidô

Dono da 13º posição no ranking mundial da sua categoria, Luciano Corrêa participa dos próximos campeonatos para retomar a posição de melhor brasileiro ranqueado. Atualmente, Renan Nunes está na 11ª posição na categoria até 100 kg. A concorrência dentro até mesmo da seleção é encarada como um ponto positivo.

- No judô masculino, cada categoria tem muitos atletas e tem uma concorrência muito grande. Isso só eleva o nível da categoria. Temos sempre de estar competindo bem para que não exista nenhum perigo de ficar fora de um Campeonato Mundial ou de uma Olímpiada – fala.

Sem eleger os principais adversários dentre os meio pesados, o judoca brasiliense ainda se vê as voltas com a adaptação às novas regras do judô. Com uma das últimas mudanças de regras e a proibição da catada de perna, o atleta ainda não conseguiu uma plena adaptação e busca ajustes para voltar ao caminho das vitórias no tatame.

- A mudança da regra me prejudicou um pouco. Antes eu tinha uma catada de perna muito forte e não posso mais fazer. Preciso readaptar meu estilo de luta nessa nova regra e chegar, no final do ano, lutando muito bem para que eu possa fazer um bom ano de 2014 – conclui o atleta.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Rafaela Silva não descarta a ideia de praticar outra luta

Rafaela Silva campeã mundial na categoria até 57 kg

Rafaela Silva fez história no judô: a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro para o Brasil em Mundiais. Conhecida pela garra e vontade quando pisa no tatame, Rafaela luta com gana, coragem, parece querer destruir a adversária, o que faz lembrar uma lutadora das artes marciais mistas. Será que a lutadora de apenas 21 anos pode vir a se aventurar no MMA?

"Não sei, porque eu nunca passei por uma experiência de MMA, mas não vou falar que eu nunca vou fazer. Posso testar, fazer algo do tipo, até porque falam que eu sou boa de briga", disse Rafaela rindo.

Inspiração é o que não falta. A americana Ronda Rousey, primeira mulher a assinar um contrato com o UFC e dona do cinturão do peso-galo, começou no judô.

"Ela teve uma medalha olímpica, uma medalha em campeonato mundial e trocou o judô pelo MMA, então eu acho que da certo sair do judô e ir para o MMA", avaliou Rafaela.

Dá certo sim, principalmente quando se pratica outra arte marcial. Rafaela Silva também treina jiu-jitsu, uma das técnicas mais usadas entre os lutadores do octógono. Quando venceu no Mundial de judô do Rio de Janeiro dedicou a medalha à família, amigos, aos professores de judô Flávio Canto e Geraldo Bernardes e ao ex-treinador Sylvestre Travassos.

"No final do ano passado infelizmente meu professor de jiu-jitsu faleceu em um acidente, ele foi uma pessoa muito importante na minha vida e é até hoje. Ele era como uma pai pra mim e pra minha irmã, então a gente sente muita falta. Eu devo muito a ele, não só no judô como na vida porque ele sempre falava para o meu pai cobrar o estudo. Olhando lá de cima ele deve estar muito feliz com essa medalha", disse.

Equipe brasileira de judô participa de treinamentos em Minas e São Paulo


Duas semanas após o Campeonato Mundial de Judô do Rio de Janeiro, a equipe sênior de alto rendimento do Brasil já voltará a se dedicar a compromissos importantes neste mês. No dia 16, as mulheres irão a São Paulo, enquanto os homens das categorias médio, meio-pesado e pesado vão a Minas Gerais, todos para treinamentos de campo específicos.

"Esse treinamento vai ser ótimo para já revermos os erros que cometemos até o Mundial. Iremos trabalhar ainda mais forte para corrigir o que não deu certo para fazermos boas apresentações nos compromissos do segundo semestre", declarou Luciano Corrêa.

Os homens convocados para os treinamentos que serão comandos pelos técnicos Luiz Shinohara e Mário Sabino no ginásio do Minas Tênis Clube são: Eduardo Santos (90kg, Sogipa/RS), Eduardo Bettoni (90kg, Minas/MG), Eduardo Gonçalves (90kg, São Caetano/SP ), Renan Nunes (100kg, Sogipa/RS), Luciano Corrêa (100kg, Minas/MG), Rafael Buzacarini (100kg, São Caetano/SP), Hugo Pessanha (100kg, Minas/MG), Bruno Altoé (100kg, Minas/MG), David Moura (+100kg, Kodokan de Cuiabá/MT ), Gabriel Santos (+100kg, Minas/MG), Guilherme Melo (+100kg, Minas/MG) e João Gabriel Schlittler (+100kg).

Já a equipe feminina, que será treinada por Mário Tsutsui, Yuko Fujii e Danielle Zangrando no ginásio do Parque Ibirapuera é formada por Luana Pinheiro (52kg, Minas/MG), Milena Mendes (52kg, Palmeiras/Mogi/SP), Eleudis Valentim (52kg, Pinheiros/SP), Raquel Silva (57kg, Instituto Reação/RJ), Tamires Crudes (57kg, Instituto Reação/RJ), Tamara Santos (57kg, Palmeiras/Mogi/SP), Mariana Barros (63kg, Palmeiras/Mogi/SP), Mariana Silva (63kg, Minas/MG), Ana Carla Grincevicus (63kg, Minas/MG), Nádia Merli (70kg, Pinheiros/SP), Bárbara Timo (70kg, Flamengo/RJ), Isadora Pereira (78kg, Minas/MG) e Rafaela Nitz (+78kg, Flamengo/RJ).

"Todo treinamento de campo é muito positivo porque tem uma troca muito grande de conhecimento e experiência. As atletas que estarão em São Paulo tem um nível técnico muito bom e os técnicos são excelentes. Por isso, pretendo aproveitar ao máximo cada dia de treino. Será uma etapa fundamental na preparação para as próximas competições", comentou Bárbara Timo.

Para alguns atletas, o treinamento é importante já que eles irão disputar os Grand Prix de Almaty, no Cazaquistão, nos dias 28 e 29 de setembro, e Tashkent, no Uzbequistão, em 6 e 7 de outubro.

Para os torneios, os convocados foram Raquel Silva (52kg, Instituto Reação/RJ), Ketleyn Quadros (57kg, Minas/MG), Mariana Barros (63kg, Pinheiros/SP), Mariana Silva (63kg, Minas/MG), Bárbara Timo (70kg, Flamengo/RJ), Nádia Merli (70kg, Pinheiros/SP), Diego Santos (60kg, Sogipa/RS), Leandro Cunha (66kg, São José/SP), Alex Pombo (73kg, Minas/MG), Eduardo Bettoni (90kg, Minas/MG), Eduardo Santos (90kg, Sogipa/RS), Hugo Pessanha (100kg, Minas/MG), Rafael Buzacarini (100kg, São Caetano/SP) e David Moura (+100kg, Kodokan de Cuiabá/MT).

"Os países do leste europeu são uma força emergente no judô mundial. Eles têm feito alguns movimentos que outras escolas não usam tanto. Então, acredito que as competições e o treinamento de campo após os Grand Prix serão muito importantes para aprendermos um pouco mais sobre essas escolas. O Uzbequistão foi quinto na disputa por equipes masculina e o Cazaquistão sétimo no feminino no último Mundial, mostrando que estão evoluindo tecnicamente", avaliou Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBV).

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Equipe feminina do judô brasileiro fica com a prata no Mundial

 Brasileiras torceram por Maria Suelem na luta decisiva, mas ela foi derrotada por japonesa

Quando conquistou a medalha de prata na última disputa individual do Mundial de Judô, no peso pesado, Maria Suelen comemorou o fato de o Brasil ter sido campeão do quadro de medalhas feminino, superando inclusive o Japão. Neste domingo, porém, a derrota dela para Megumi Tachimoto, tão sua rival contra a cubana Ortiz, definiu o confronto que deu ao Japão o título do Mundial por Equipes, no Maracanãzinho, em competição à parte daquela realizada de segunda a sábado.

Depois de nove edições do Mundial por Equipes, o Brasil chegou pela primeira vez à final no feminino. Antes, o melhor resultado havia sido a medalha de bronze conquistada também em casa, em Salvador, em outubro do ano passado, quando a competição foi realizada separadamente do Mundial de Judô.

A prata encerra uma histórica participação das mulheres brasileiras no Rio. Foram cinco medalhas no individual, mais esta por equipes. Rafaela Silva (ouro), Erika Miranda e Maria Suelen Altheman (prata), Sarah Menezes e Mayra Aguiar (bronze) subiram ao pódio durante a semana.

No Mundial por Equipes, são disputadas cinco categorias, na ordem: leve, meio-médio, médio, meio-pesado e pesado. Diferente do individual, não participam a categoria meio-leve (até 48kg para mulheres e até 60kg para homens) e o peso pesado é reduzido para mais de 70kg no feminino e mais de 90kg no masculino. São cinco lutas e cada uma delas vale um ponto.

Logo no primeiro confronto contra as japonesas, Erika Miranda, medalhista de prata na categoria até 52kg, encarou Yuki Hashimoto, que foi ao pódio com bronze. Melhor para a japonesa, que imobilizou a brasileira no segundo minuto de luta.

Em seguida, Rafaela Silva, campeã até 57kg, teve pela frente Anzu Yamamoto, que terminou em quinto na categoria. O duelo foi bastante estudado até que a japonesa foi punida, sendo obrigada a buscar a desvantagem. Arisca, a asiática parou na agressividade da campeã mundial, que ainda conseguiu um Yuko.

Na terceira luta, Katherine Campos estreou no Mundial por Equipes. Única brasileira que foi mal na chave individual, a atleta da categoria até 63kg foi preterida nos confrontos da manhã. Na final, enfrentou Kana Abe, quinta colocada no Mundial, foi dominada, e perdeu por imobilização.

Assim como na semifinal contra a Coreia do Sul, a pressão caiu sobre Maria Suelen. E a "Raçudinha dos Pampas" novamente não decepcionou. Sétima colocada na disputa até 70kg, ela enfrentou a japonesa Haruka Tachimoto, nome mais fraco do time adversário, e venceu pelo número de shidôs.

A disputa pelo ouro ficou entre Suelen e Tachimoto, rival que ela nunca havia batido (mesma situação de Katherine e Rafaela contra suas adversárias). No terceiro confronto entre elas, a japonesa procurou mais a projeção, uma vez que é mais ágil, mas Suelen se defendeu bem. A pouco menos de dois minutos de luta, a brasileira recebeu uma punição, o que a deixou em desvantagem. Correndo contra o prejuízo, não conseguiu impor dificuldades à rival, que havia ficado com o bronze no sábado.

CAMPANHA - O dia começou no Maracanãzinho com vitória tranquila do Brasil sobre a Alemanha no feminino, por 4 a 1. No confronto, vitórias de Erika, Rafaela, Maria Portela e Suelen. A única atleta que não perdeu ponto foi Ketleyn Quadros.

Depois, diante da França, Eleudis Valentim foi escalada no lugar de Erika, por decisão tática. E começou colocando o Brasil na frente. Rafaela também ganhou, mas Mariana Silva e Maria Portela tropeçaram. Na luta decisiva, a equipe brasileira comemorou um ippon de Suelen, quando ela estava atrás no placar, mas a pontuação foi retirada, virando wazari. A pesado brasileira não se desconcentrou, continuou dominante, e colocou o País na semifinal.

Diante da dura equipe coreana, Erika estreou perdendo com um wazari no último segundo. Mais concentrada, Rafaela mostrou toda sua raça, foi agressiva e deixou tudo igual. Mariana Silva, que não disputou a chave individual, voltou a ser escalada na categoria até 63kg e perdeu a terceira luta do confronto. 

Com vantagem de 2 a 1, a Coreia passou a ser favorita, uma vez que ainda tinha duas medalhistas para lutar. Maria Portela entrou com a obrigação de vencer. A luta, muito equilibrada, foi para o golden score, e acabou decidido com uma falso ataque da asiática, punido com shidô.

No meio desta luta parte da iluminação do Maracanãzinho foi desligada. A rede elétrica não caiu e os refletores virados para as arquibancadas também seguiram acessos. Mas as luzes que iluminavam os tatames foram apagadas.

Por isso, assim que acabaram as lutas que aconteciam nos três tatames o Mundial foi paralisado por cerca de 10 minutos. Quando retornou, Mayra Aguiar, que luta na categoria até 78kg, tinha pela frente a peso pesado Jung Eun Lee, medalhista de bronze no individual. Apesar da visível diferença de peso, falou mais alto a técnica de Mayra, também uma atleta forte, que venceu graças a duas punições da rival.

Palmas para a atuação das meninas no Mundial de Judô!



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Seguindo o ditado antes tarde do que nunca, é ncessário falar da ótima atuação do Judo Feminino no Mundial que foi realizado na ultima semana no Rio de Janeiro.

O saldo total foi de cinco medalhas, inclusive uma de ouro, no individual, e levaram a medalha de prata por equipe. Erika Miranda, Katherine Campos, Maria Suelen Altheman, Rafaela Silva, Maria Portela, Ketleyn Quadros, Eleudis Valentim, Mariana Silva e Mayara Aguiar enfrentaram as elites do judô mundial com determinação e vontade, decisão e coragem, estando atualmente dentre as melhores do mundo. A medalha de prata por equipe - perderam para o Japão por um mísero "yuko" (punição) - consolidou a trajetória dessa nova geração de guerreiras.

Que venham muitas vitórias mais!

Família evitou que Rafaela trocasse judô pelo futebol


Rafaela Silva recebe o abraço da mãe após o título (Foto: Thierry Gozzer)

Seu Luis Carlos já não aguentava mais segurar Rafaela Silva em casa. Com cinco anos, a pequena dava trabalho para ele e para dona Zenilda. Só queria soltar pipa, brincar de bola de gude e jogar futebol. Na escola, vez ou outra arrumava problema. A saída encontrada pelos pais foi colocá-la no judô, em um projeto da Associação de Moradores da Cidade de Deus. A campeã mundial, porém, quase não seguiu na modalidade. Sua paixão na época era o futebol. Matriculada no judô, ela dava uma escapada dos treinos e ia até o "Bosque", campo da comunidade, onde jogava bola, e chegou a pensar em trocar de esporte.

- A infância dela foi jogando bola, soltando pipa e brincando de bolinha de gude. Eu não conseguia colocar ela dentro de casa, então falei: "Vou colocar essa menina no judô, para dar em algo que preste, porque na rua que não ia dar". Começou como uma brincadeira, ela nem queria entrar. O negócio dela era jogar futebol. Ela estava em dúvida, ia escondida para o "Bosque" jogar bola, e depois ia para o judô. Ela queria largar o judô para jogar bola - lembrou a mãe Zenilda.

Família de Rafaela Silva com camisa comemorativa para a judoca campeã (Foto: Thierry Gozzer)

Foi aí que entrou em ação Geraldo Bernardes, técnico de Rafaela desde os 8 anos, quando recebeu Rafaela e a irmã Raquel em seu projeto social. Sabendo do talento de Rafaela e da sua intenção de largar o judô, ele foi até Luis Carlos e pediu para que o pai batesse um papo com a judoca, para que ela não deixasse o esporte pelo futebol.

- O Geraldo veio falar comigo e mandou eu conversar com ela, para ela não sair do judô, que ela tinha talento. Falei com ela, ela me escuta sempre. Mas eu achava que ela jogava bola legal, porque o pessoal ia lá em casa pedir para liberar ela para jogar futebol. Imploravam. Eu disse para ela dar mais atenção ao judô, porque no judô o técnico sentiu que ela tinha mais futuro. Ela ficou meio assim, mas depois foi caindo na real. E olha no que deu - comemorou o pai Luis Carlos.

Rafaela Silva se emociona com o abraço da mãe (Foto: Thierry Gozzer)

"Filhona" recebe elogios fora do tatame

Hoje mãe da melhor do mundo, Zenilda agradece aos céus por tudo que passou com a filha. As dificuldades na Cidade de Deus e agora a vitória, com o título mundial inédito para o judô feminino brasileiro.

- É a melhor coisa do mundo. Mas ela não é só campeã no tatame. Ela é uma filha obediente, que ajuda em casa, que nos dá uma ajuda financeira. Não tenho o que falar da minha filha. É uma filhona.

A irmã Raquel, que entrou no judô com Rafaela e hoje também faz parte da seleção brasileira, é uma das mais orgulhosas pela conquista.

- A felicidade é imensa, não tem como explicar, ainda mais que foi um feito inédito. Ela é o orgulho da nossa família, do nosso projeto (Instituto Reação, núcleo Cidade de Deus). Não tenho como explicar o que estou sentindo - disse Raquel, que tem a filha pequena Ana Carolina como fã número um da judoca campeã.

- Ela é minha inspiração. Eu gosto demais dela. É uma super tia que eu tenho - disse Ana Carolina, toda envergonhada.