Judocas brasileiras levam ouro e bronze no Mundial Júnior, na Tailândia





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Rafaela Silva no topo do pódio até 57kg

A fase do judô feminino do Brasil é realmente das melhores. Com medalhas desde as etapas iniciais da Copa do Mundo Sênior nos primeiros meses do ano e o bronze histórico de Ketleyn Quadros nos Jogos de Pequim (a primeira medalha olímpica individual feminina do Brasil), foi a vez de Rafaela Silva (-57kg) e Camila Minakawa (-63kg) brilharem no Mundial Júnior, disputado em Bancoc, na Tailândia. Rafaela, carioca da Cidade de Deus e cria de uma ONG da comunidade, saiu vencedora no peso leve. Já a paulista Camila foi bronze no meio-médio. Em dois dias de competição, já foram três pódios do Brasil no Mundial Júnior, contando com o ouro de Sarah Menezes (-48kg) na estréia do campeonato.

- Comecei no judô meio por acaso. Antes eu ficava o tempo todo na rua brigando e fazendo bagunça. Eu treinei muito desde que ganhei o Brasileiro Júnior no começo do ano. Meu técnico Geraldo (Bernardes) sempre acreditou que subir no pódio em uma competição assim seria possível - diz Rafaela, de 16 anos, que este ano já havia sido prata na Copa do Mundo Júnior da Alemanha.

 

Os olhos do judô mundial começaram a se direcionar para a menina de jeito sério e faixa marrom na cintura quando, sem a menor "cerimônia", defendeu-se de um golpe da japonesa Makiko Otomo com uma incrível chave de braço. Lição aprendida com Flávio Canto, criador da ONG onde a judoca treina.

- O Flávio (Canto) sempre me incentiva e passa o que ele sabe fazer de melhor no judô no chão. Uma coisa que ele me diz sempre é que tenho que entrar para lutar respeitando a adversária, mas sem medo. Pois eu tenho tudo para vencer - afirma.

Pela medalha de ouro, Rafaela venceu Om Pongchaliaew (THA) por yuko, bateu a japonesa Makiko Otomo por ippon (chave de braço), ganhou da turca Bahar Buker por yuko, derrotou Gemma Howell (GBR) por wazari e a francesa Automne Pavia por ippon em apenas 23 segundos. 


Agora o mundo está aprendendo a conhecer o valor das mulheres do Brasil - Camila Minakawa


Camila Minakawa também brilhou. Ganhou seus três primeiros combates por ippon sobre Balnur Kiyalbekova (KAZ), Nyamjargal Mungunshagai (MGL) Narine Zaimtsyan (RUS). Só perdeu na semifinal diante da holandesa Antoinette Hennink, atual campeã européia. Na disputa do bronze, não precisou lutar, já que a coreana Da-Woon Joung não entrou no tatame. 

 

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Camila dividindo o terceiro lugar no pódio

- Quando se pensa em judô brasileiro a primeira imagem que vem é o masculino. Agora o mundo está aprendendo a conhecer o valor das mulheres do Brasil - diz, feliz, Camila Minakawa, que contou com a torcida dos pais, também judocas, na Tailândia.

A meio-médio sabe que a medalha não foi por acaso. Foi fruto de muito trabalho.

- Todo o planejamento foi perfeito. Conseguimos chegar no Mundial no auge da forma. O momento chave foi na Alemanha, quando pudemos treinar e competir com nossas adversárias aqui do Mundial. Depois, fomos fazer a aclimatação no Japão com a seleção olímpica, onde pudemos pegar experiência deles. E acabamos "mordidos" pelo mosquitinho Olímpico. Deu mais vontade em todas nós. Aí, na fase final de treinos na França foi só a lapidação dos detalhes - acredita Camila, de 18 anos.

Com três medalhas em quatro categorias disputadas, as meninas sabem que os primeiros pódios motivam o restante da equipe que ainda vai vestir o quimono.

- Nós todos, do masculino e feminino, torcemos um pelo outro. E ver uma medalha no pescoço de alguém com quem treinamos é muito legal - conta Camila, que recebeu um abraço emocionado do peso ligeiro Felipe Kitadai, cheio de lágrimas nos olhos.

Tanto Camila quanto Rafaela não terão descanso. Elas disputam a pré-seletiva para Londres 2012 nos próximos dia 1 e 2 de novembro, em Vitória, no Espírito Santo. Neste sábado lutam Mayra Aguiar (-70kg) e Stefanie Lupetti (-78kg), no feminino, e Marcelo Filho (-81kg) e Victor Penalber (-73kg) no masculino.



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