Professor e técnico, Honorato prevê quebra de jejum do judô




Carlos Honorato conquistou uma medalha de prata em Sydney 2000. Foto: Klaus Richmond/K.R.C. DE MELO & CIA. LTDA - ME

Carlos Honorato absorveu a lição de quase oito anos atrás. Então medalhista de prata na Olimpíada de Sydney, em 2000, chegou em Atenas 2004 como favorito, declarando não se contentar com menos do que uma medalha de ouro. Perdeu para a apatia e para o "esquecimento" de patrocinadores.

Atualmente professor de projeto social e técnico de uma projeto futuro do Governo, Honorato aconselha a atual geração a não cometer o mesmo equívoco de outrora - preterir treinos para tentar angariar patrocínios -, mas já prevê o fim de um jejum de 20 anos desde a conquista de Rogério Sampaio, em Barcelona.

"Acabei deixando muitas vezes de treinar para buscar um patrocínio. Hoje, aconselho evitar isso, se organizar para que não sobre lá na frente. O Brasil tem muito potencial. Acho que essa Olimpíada vai mostrar a força do judô brasileiro. Temos 14 atletas com chances reais de medalha, acredito que teremos nas três cores (ouro, prata e bronze)", afirmou, ao Terra.

Nascido e criado em São Paulo, o judoca passou de surpresa em Sydney, aos 25, para chegar a Atenas com importantes conquistas pessoais: bronze no Mundial do Japão e nos Jogos Pan-Americanos, ambos em 2003. Antes, no entanto, um hiato. Em 2002 passou a ficar longe da Seleção Brasileira e pensou em encerrar a carreira precocemente.

"Estava mal comigo mesmo. Acabei participando de um Sul-Americano e fui eliminado tropeçando. Pensei que precisaria fazer algo diferente. No ano seguinte fui medalhista no Pan e consegui vaga para a Olimpíada. Foi o meu divisor de águas", contou.

O atleta defendeu por 14 anos São Caetano e, por diminuição da verba para esportes, acabou se desligando para a cidade. Hoje treina pessoalmente a defesa de Maria Suellen Althemann, também pouco conhecida, mas que pode absorver o mesmo fator surpresa que fez Honorato chegar à prata em Sydney.

O ex-medalhista diz que ainda sonha com o "golpe da vida", um ippon na Olimpíada de 2000, segundo Honorato aplicado contra um japonês, nas oitavas de final da competição. "Até hoje as pessoas querem que eu explique como apliquei. Foi o golpe da minha carreira".



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