A iniciação no Judô competitivo






O receio de lutar com gente diferente; o medo de falhar e não corresponder às expectativas da sua equipe são comuns entre os principiantes e quem sabe até entre veteranos, mas são sentimentos que devem ter limites para se ter uma boa competição.

É preciso que pessoas que dirigem o judô como atividade física, como esporte, como educação, sejam suficientemente preparadas e bem informadas sobre os aspectos fisiológicos e pedagógicos da criança em desenvolvimento.

Essa conotação e a orientação somente competitiva vêm prejudicar a evolução natural das crianças, que são forçadas a competir muitas vezes precocemente, o que as leva em pouco tempo a abandonar o judô.  É notória a preocupação dos professores e dirigentes com os resultados e o pódio de minicampeões.

É preciso se chegar ao domínio de habilidades e para isso, o processo é longo. As experiências com habilidades básicas são de fundamental importância. Infelizmente, quando se trabalha com habilidades esportivas, é dada uma ênfase excessiva ao produto tem-se e pouca preocupação com o processo. Dar ênfase ao "ser capaz de", e não levar em consideração o que foi feito para ser "capaz" leva frequentemente ao imediatismo. Como a própria palavra indica, não é capaz de esperar, mas esperando, sim, resultados de alto rendimento no curto prazo.

Temos que ter uma especial atenção às características físicas que determinam as possibilidades da criança na execução de tarefas motoras, como um meio de favorecer o desenvolvimento físico, afetivo e social, fundamentado no aprendizado das habilidades motoras básicas e variadas. Devem ser utilizados movimentos de forma diversificada, tais como: a consciência do corpo, consciência do espaço, equilíbrio, lateralidade, coordenação e movimentos e tarefas motoras aplicadas ao judô. Deve-se observar especificamente o aprendizado minucioso das quedas e suas variações, os rituais próprios da modalidade, a disciplina, o respeito, enfim os comportamentos no convívio social, dando à criança um conhecimento do judô que corresponda às suas capacidades fisiológicas e, sobretudo, psicológicas.

Os erros de desempenho são muitas vezes esquecidos no processo ensino/aprendizagem de habilidades motoras – no caso, a habilidade judô – por professores que não respeitam os limites da capacidade de processamento de informação dos alunos. Frequentemente se dirigem ao imediatismo, transmitindo informações que ultrapassam as capacidades dos alunos, e esperam sucesso em curto prazo. Para esses professores só interessa o resultado e não o processo de aprendizagem. A preocupação do "já e agora" e a pressa em vencer competições com crianças fisiologicamente e psicologicamente imaturas não favorecem de modo algum o desenvolvimento físico, afetivo e social da criança.



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