'Dor do Pan' impulsiona Guilheiro em Pequim




'Dor do Pan' impulsiona Guilheiro em Pequim
Amanda Sampaio, especial para a GE.Net

São Paulo (SP) - Um ano após a frustração de perder a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos do ano passado devido a uma lesão nas costas, o judoca Leandro Guilheiro superou a dor física e emocional para seguir no caminho rumo ao lugar mais alto do pódio nas Olimpíadas de Pequim.

Após perder a luta do primeiro lugar do Pan-2007 para o norte-americano Ryan Reser, Guilheiro falou que se sentia 'envergonhado'. Entretanto, atualmente, ele garante que conseguiu enxergar o lado positivo daquela derrota e superar a dor física e emocional que o abalou. "A dor do Pan me levou para um caminho melhor e que pode me levar até o ouro em Pequim. Doeu fisicamente e no coração, mas foi algo que me mostrou um outro lado, me levou aonde eu precisava estar. De lá para cá, melhorei em vários aspectos. Hoje, sou um cara que está mais perto de alcançar uma medalha na Olimpíada do que há um ano", afirma.

"Aquela derrota me deu um baque, porque eu estava vindo de uma série de lesões e, de repente, veio mais uma lesão séria que acabou me prejudicando em uma competição importante como o Pan e me deixando frustrado por ter lutado mal", revela o peso leve. "Foi uma coisa dolorosa, mas que de alguma forma me fez crescer como pessoa e como atleta. Foi ali que eu mudei umas coisas na minha vida, na minha preparação, o que acabou influenciando no meu desempenho como atleta", continua o atleta, que garante que evoluiu nesse ano que passou.

Com diversos tratamentos, Guilheiro recuperou-se da lesão nas costas a tempo de competir o Mundial de 2007, quando terminou em nono lugar. Após esta competição, o judoca prosseguiu com sua preparação para os Jogos Olímpicos. Agora, já recuperado, ele aposta que está pronto para as lutas que ainda enfrentará.

"Tenho me preparado para tentar chegar ao primeiro lugar do pódio em Pequim. Acredito que possuo condições para isso e tenho treinado para alcançar meu objetivo. A cada dia tento evoluir em termos de treinamento e o que passei no Pan me ajudou a crescer e melhorar meu desempenho como atleta", afirma.

Quanto às dificuldades e aos adversários que enfrentará nas Olimpíadas, Guilheiro miniminiza o favoritismo nipônico e aposta em sua própria garra. "Os japoneses não merecem mais atenção que os atletas da Argélia, por exemplo, até porque não existe favoritismo. O nível é bastante igual e todo mundo vai estar com muita vontade de ganhar", diz. "Acho que aquele que mais acreditar (na conquista) será o ganhador do ouro. Eu quero ser campeão, eu quero ganhar e não importa se for contra um japonês ou contra um argelino, eu quero ganhar", fala entusiasmado o judoca.

Bronze em Atenas-2004, o judoca afirmou que nunca pensou em desistir com as dificuldades. "Os problemas pelos quais passei me deram mais vontade de atingir meu objetivo, pois eu vi como aquilo (o judô) era importante. Foi ali (no Pan) que eu realmente percebi que era aquilo que eu queria", complementa.

Guilheiro alcançou o seu primeiro objetivo para este ano em maio, quando foi bronze na etapa de Moscou da Copa do Mundo, conquista que lhe garantiu a vaga nos Jogos Olímpicos. Agora, com o passaporte carimbado e a frustração superada, o brasileiro espera ajudar a seleção verde-amarela a conquistar expressivos resultados em Pequim.

A equipe de judô que defenderá o Brasil nas Olimpíadas é formada por 14 atletas. Além de Guilheiro, a seleção masculina conta com Denilson Lourenço, João Derly, Tiago Camilo, Eduardo Santos, Luciano Correa e João Gabriel. Já o feminino será representado por Sarah Manezes, Erika Miranda, Ketleyn Quadros, Danielli Yuri, Mayra Aguiar, Edinanci Silva e Priscilpa Marques.



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