Judô: novatos prontos para a história




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Dois novatos com muita bagagem nos tatames: o bicampeão mundial João Derly carrega o medalha de bronze no Mundial João Gabriel Schlittler

Segundo colocado na classificação geral do Mundial do Rio de Janeiro, o judô brasileiro é encarado atualmente como uma das grandes forças do mundo, junto com França, Rússia e Japão. Apesar disso, dos 14 titulares da equipe, apenas cinco já disputaram uma Olimpíada: Denílson Lourenço, Leandro Guilheiro, Tiago Camilo, Priscila Marques e Edinanci Silva, que vai para a sua quarta participação. Destes, Tiago Camilo conquistou a medalha de prata em Sydney e Leandro Guilheiro levou o bronze em Atenas. A pouca experiência na competição esportiva mais importante do mundo não deve ser problema para o judô brasileiro.

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- O atleta sabe que uma Olimpíada não é igual a um Mundial. A pressão é muito grande e, talvez por isso, ele vai ficar ainda mais focado. Nesse aspecto, acho que vai ser muito bom para a gente - lembra o técnico da seleção masculina, Luiz Shinohara, durante a apresentação dos titulares, nesta sexta-feira.  

"Dá mais confiança olhar para a tabela e ver que a gente já venceu todo mundo"
João Derly

Bicampeão mundial, João Derly é um dos novatos nos Jogos. Considerado um dos favoritos à medalha de ouro, João lembra que esse favoritismo também é bom, "afinal, dá mais confiança olhar para a tabela e ver que a gente já venceu todo mundo".

- Tenho certeza que não vou tremer na base. Chegar a uma Olimpíada com essa bagagem me permite sonhar com uma medalha - explica João, que caso chegue ao ouro em Pequim se tornará o judoca mais vitorioso da história do esporte no Brasil.

"Quero levar (para Pequim) um Tiago melhor do que o de 2007"
Tiago Camilo
André Durão
Tiago Camilo festejando o ouro no Mundial do Rio de Janeiro, em 2007

Campeão mundial e apontado o melhor da competição em 2007, Tiago Camilo chega a Pequim também como o cara a ser batido no meio-médio. O judoca garante que esse favoritismo só o motiva ainda mais para chegar a sua segunda medalha em Olimpíadas. Oito anos após Sydney, Tiago está mais maduro e diz ter aprendido com as derrotas que o atrapalharam nesse período.

- Em 2000, eu tinha apenas 18 anos e não tinha noção da importância de uma Olimpíada na carreira de um atleta. Aprender com as derrotas é doloroso, mas ao mesmo tempo grandioso. Quero levar um Tiago melhor do que em 2007 - diz ele, explicando que, para isso, precisa alcançar a maturidade técnica, física e psicológica.

E como fazer isso dentro de uma Vila Olímpica? A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) tem planos para blindar os atletas enquanto não entrarem no tatame.

- A Vila não é um bom lugar para quem quer ser campeão olímpico. Tem muito entretenimento, muita badalação. O negócio é se fechar. Nesse momento tem que ser muito egoísta, deixar o Brasil para trás, para depois então relaxar - indica Tiago Camilo.



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