Sob pressão, Priscila tenta evitar frustração de 2004





Este começo de filme a pesado Priscila Marques já viu antes e não quer saber de repetir o final. Faltando pouco mais de 100 dias para o término do prazo de classificação no judô para os Jogos Olímpicos de Pequim-2008, a categoria pesado feminina é a única na seleção brasileira que ainda corre risco de ficar fora do evento. Para obter a vaga, a categoria precisa melhorar sua posição no ranking pan-americano, última chance classificatória para Pequim.

Atualmente, as judocas brasileiras lideram nas a lista nas categorias meio-pesado, com Edinanci Silva, e leve, com Érika Miranda. As demais, com exceção da pesado, estão na segunda posição. Somente os três primeiros de cada categoria terão vaga na China.

O prazo limite na lista é o mês de maio e para serem bem-sucedidas no projeto, as brasileiras precisarão de bons resultados no Circuito Pan-americano. O torneio mais importante é o Campeonato Pan-americano, que acontece de 8 a 12 de maio, em Miami, nos Estados Unidos. 'A gente tem de participar do Circuito e preciso ser campeã em maio', diz a judoca, consciente. 'Apenas uma medalha nos deixa dependentes de combinação de resultados. O Pan vai ser a chave para as Olimpíadas. O nosso primeiro obstáculo'.

A preocupação de Priscila é reforçada pela experiência. Em 2004, ela conseguiu a vaga de titular na seleção, mas a categoria, que também dependia do ranqueamento, não conseguiu se classificar. 'Foi uma frustração muito grande e não quero repetir', garante, reafirmando compromisso total com o objetivo. 'Estou abdicando de tudo, vivendo judô 24 horas por dia e esta está sendo a diferença porque lá na frente, se não der, quero saber que eu não perdi, mas as outras é que foram melhores'.

Medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos do Rio, Priscila teve uma temporada complicada em 2007. Precisou ter o menisco do joelho esquerdo operado, encarou uma longa recuperação, e afirma que já deu a volta por cima. A dor tornou-se companheira de treinamento e competição, mas ela não reclama. 'Estou bem melhor. Desinflamou, mas ainda sinto dor, só não é como antes. É conviver com ela porque não vou mais ter tempo para me tratar', diz conformada. 'Este ano é complicado. Em Atenas fiquei fora por causa da vaga e a gente quer reverter isso'.

A luta de Priscila não é solitária, nem tão pouco está definida. Além de pensar no ranqueamento, ela não pode ignorar que ainda disputa com Aline Puglia a condição de número 1 na seleção. A escolha da titular dependerá dos resultados no Circuito Europeu.

A partir de fevereiro, os judocas da seleção encaram quatro torneios no Velho Continente, dois para cada um dos pré-classificados. Priscila competirá na Super Copa do Mundo de Hamburgo e na Copa do Mundo de Varsóvia. Aline, na Super Copa de Paris e na Copa de Budapeste. O primeiro grupo, do qual Aline faz parte, viaja para a Europa dia 6.

'Antes de Olimpíada, temos de pensar na classificação. Ainda não podemos vivenciar o momento olímpico', ressalta a pesado.



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