Eliminados se agarram na vaga olímpica para seguir em frente




Os três brasileiros derrotados nesta quarta-feira, ainda nas eliminatórias de suas categorias do Mundial de judô, em Paris, reagiram de forma diferente. Enquanto Ketleyn Quadros e Erika Miranda demonstraram serenidade e até sorrisos no contato com a imprensa, Bruno Mendonça ficou visivelmente abatido. Em comum entre eles, a vontade de continuar lutando pela vaga olímpica.

Esperança de medalha para o Brasil, Erika ficou longe do pódio, perdendo logo na segunda luta, contra a romena Andreea Chitu. O árbitro parou o combate, consultou o vídeo e desclassificou a meio-leve (-52 kg) brasileira. Nem ela nem a técnica Rosicleia Campos questionaram a decisão.

- Ela fez uma finta e já segurei a perna dela. Como finta não é golpe, não poderia segurá-la, a regra não permite. Foi um erro, que já cometi esse ano na Alemanha, um reflexo antecipado. Ainda tentei entrar com um golpe para disfarçar, mas não deu. Enquanto o árbitro assistia à imagem, eu só pedia que Deus me desse uma chance - confessou Erika.

Estreante em Mundiais, Ketleyn pegou a japonesa Kaori Matsumoto, campeã do mundo e líder do ranking, logo de cara. Após a luta, ela se mostrou bastante resignada com a eliminação na estreia da categoria leve.

- Pelo meu ranking, já sabia que pegaria uma adversária forte de cara. Meu estilo é agressivo, mas não poderia me expor contra a japonesa e não consegui encaixar a pegada. Depois que tomei o primeiro golpe, tentei atacar mais, mas cansei e ela soube segurar a vantagem.

Já Bruno Mendonça foi o que teve mais dificuldades para digerir a eliminação. Ele venceu as duas primeiras lutas, mas foi totalmente dominado pelo esloveno Kunther Rothberg na terceira. Apesar de ter sido sua melhor participação em Mundiais, já que caiu na primeira luta em 2010, ele esperava ir mais longe.

- Não foi a competição que eu tinha em mente. O esloveno foi melhor no combate, mereceu. Ele tem um judô diferente, arrisca muito, usa os contra-golpes e te leva para o chão para tentar te virar. Poucos lutam assim. Meu jogo não bateu com o dele, mas vou pegar a fita desta luta para estudar.

Apesar das eliminações precoces na competição que mais soma pontos para o ranking mundial na corrida olímpica, os três brasileiros prometeram não esmorecer na briga pela vaga. Enquanto Bruno e Erika são os melhores do país em suas categorias e dependem de bons resultados para conquistarem a vaga, Ketleyn tem um difícil duelo caseiro para superar contra Rafaela Silva.

Ao contrário do Mundial, apenas um representante por país disputa os Jogos Olímpicos. Para os homens, é preciso estar entre os 22 melhores do ranking e para as mulheres, entre as 14.



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