Aspectos para um bom desempenho esportivo no judô
Por - Josué Moraes
Vários aspectos concorrem para um bom desempenho esportivo no judô, e a preparação física é um dos alicerces na construção da performance do nosso atleta.
Algumas considerações que tornam singular o treinamento de judô:
• A divisão por categorias de peso, que impôe um controle da massa corporal do atleta.
• Aspectos técnicos e táticos, que se constituem no cerne da preparação do judoca, que vão desde o tipo de pegada, passando pelas técnicas principais, tanto em pé como no solo, dos nossos atletas e de seus adversários.
• Aspectos psicológicos, como a motivação para a prática, aderência ao treinamento, a relação agressividade e auto-controle, auto-confiança, concentração e ansiedade pré-competitiva.
• Temos a considerar ainda os aspectos sociais, como o apoio familiar, os relacionamentos afetivos dentro e fora do dojô e aspectos econômicos.
Quanto à preparação física, devemos considerar os aspectos morfológicos e fisiológicos que caracterizam os atletas de judô, avaliando também as exigências de uma competição:
• Composição corporal e somatotipo - baixo % de gordura, elevado percentual de massa muscular e possibilidade de verificar a melhor adaptação às técnicas.
• VO2máx necessário para o bom rendimento dentro do tempo de luta - que pode chegar a cinco minutos (tempo oficial) e ainda um adicional de até cinco minutos (gold score) - e a recuperação entre as mesmas. O treinamento físico poderá ser composto da própria prática do judô, além de corridas e natação, em volumes e intensidades para o desenvolvimento da capacidade aeróbia. Deve-se priorizar essa preparação na fase básica do treinamento.
• Capacidade anaeróbia para manutenção da alta intensidade de luta, considerando-se que há predominância do metabolismo anaeróbio láctico nas lutas de judô – o treinamento deverá ter a intensidade que garanta o desenvolvimento dessa capacidade e será o principal objetivo da preparação cardiopulmonar na fase específica do treinamento. Pode-se empregar métodos físico-técnicos (com os próprios movimentos do judô) como também corridas e natação, de preferência na forma de treinamentos intervalados.
• A força no judô também é considerada essencial, sendo observada nas pegadas (força estática), nos movimentos de ataques e de defesa como entrada dos golpes, desequilíbrios e movimentos de preparação (puxar e empurrar) - força dinâmica e explosiva
• O treinamento deverá visar ao aumento de força tendo-se o cuidado de não provocar o aumento excessivo da massa corporal total. A utilização dos exercícios de musculação, treinamentos em circuitos e treinamentos técnico-físicos são amplamente utilizados.
• Ainda dentro da preparação física, deve-se executar exercícios que auxiliem na prevenção de lesões e na compensação de desequilíbrios provocados pela prática incorreta dos movimentos de judô.
Finalizando, lembramos que sistematicamente os atletas devem ser submetidos à avaliações, para verificar o desenvolvimento alcançado em cada uma das valências físicas e a correspondente adequação das cargas de treino. Alguns testes muito utilizados em judocas:
• Potência aeróbia - teste de Cooper (Paula, 1987)
• Capacidade anaeróbia - trabalho em 2 séries de Wingate (Franchini et al., 1999)
• Potência anaeróbia - potência de pico no teste de Wingate (Inbar et al., 1996)
• Capacidade anaeróbia e potência aeróbia em situação específica (Sterkowicz, 1995; Franchini et al., 1998)
• Força isométrica - preensão manual (Borges, 1989; Paula, 1987)
• Força dinâmica - 1RM supino, puxada e agachamento (Fagerlund & Häkkinen, 1991)
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