As manchas de sangue do rival no quimono vão ficar de lembrança. O ouro, no entanto, veio sem feridas ou incidentes pelo caminho. Prata no Pan do Rio de Janeiro, em 2007, Leandro Guilheiro trouxe para o México a vontade de consertar os erros da derrota em casa. E conseguiu de maneira impecável. Em final contra o porto-riquenho Gadiel Miranda, venceu mais uma vez por ippon, o quarto em quatro lutas, e conquistou em dois minutos a medalha tão esperada nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, na categoria até 81 kg.
- Essa medalha já estava engasgada há quatro anos. Mesmo não valendo pontos para o ranking, o Pan era, hoje, a competição mais importante para mim. Esse ouro era uma questão pessoal. Limpei a alma aqui – afirmou o lutador após a vitória.
Guilheiro diz que tentou não levar a derrota de 2007 para o tatame. Ainda assim, da prata no Rio, o judoca trouxe uma série de ensinamentos. O principal deles foi o cuidado com o corpo. Na final em 2007, ele precisou lidar com as dores de uma hérnia de disco, curada com uma cirurgia após os Jogos Olímpicos de Londres. Desde então, deixou os problemas físicos para trás.
- O corpo é um bem muito precioso. E o cuidado tem de ser disciplinado. Aprendi que precisava cuidar melhor do corpo. E tenho feito isso.
Na final, Guilheiro encaixou o seu terceiro ippon em golpe - o quarto, na segunda luta, foi fruto de uma punição ao rival. Segundo o judoca, a rapidez na definição da conquista foi fruto de concentração no confronto.
- Entrei muito concentrado, focado o tempo inteiro. Li os movimentos dele a todo momento. Então, surgiu a oportunidade de encaixar o golpe e deu certo. Não foi algo programado.
Na luta, o judoca de 28 anos não deu chances ao adversário em nenhum momento. Após aplicar um yuko, Guilheiro, por excesso de vontade, foi punido por uma pegada irregular no quimono do rival. Na sequência, mostrou a superioridade ao aplicar um golpe perfeito, erguer os braços e comemorar a vitória.
A campanha de Guilheiro foi impecável. Na estreia, contra o chileno Luis Antonio Retamales, o rival tentou endurecer a defesa, mas o número 2 do ranking mundial conseguiu encaixar um wazari com poucos minutos de luta. Depois, finalizou com um ippon e avançou.
Contra o peruano German Velazco, Guilheiro apenas esperou. Com quatro punições shido sobre o rival, venceu por ippon e conseguiu a segunda vitória em Guadalajara. Contra o canadense Antoine Valois, mais uma vitória por ippon e a ida à final.
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